É
um sinal de tempos mais ou menos recentes, o revisitar
das
origens de heróis da banda desenhada, e
não só para tentar tirar partido da sua popularidade e da sua
pertença ao imaginário colectivo. Este
tipo de exercício, feliz nalguns
casos, infeliz noutros,
comporta
sempre dois riscos: por um lado, quanto maior é a popularidade da
personagem revisitada, mais arriscado se torna mexer com o que
maravilhou
gerações; por outro lado, se
a
nova obra beneficia sempre
do
conhecimento prévio do original por
parte do leitor, também tem
que se apresentar autónoma
em
si mesma, para seduzir
quem
se aproxima dela virgem do tema. É
neste último aspecto que falha o volume final deste tríptico de Mister
No,
que
transpõe as suas deambulações para
25 anos depois do tempo em que o
situou o seu criador.
Dentro
do leitor que eu sou, coexistem duas correntes de pensamento
contraditórias. Por um lado, defendo a propriedade das séries pelos
seus autores, por outro, entusiasmo-me com variações e leituras
ousadas dessas mesmas séries. Este
Mister
No: Revolution,
é mais um exemplo desta minha aparente (?) incongruência.