#2 – Zeca está apaixonado

Laurent Houssin (desenho)
Sinais de Fogo (Portugal, Janeiro de 2011)
120 x 180 mm, 48 p., cor, cartonado, 9,00€
1. Em Portugal, apesar de considerada (ainda…) um produto infanto/juvenil, raramente a banda desenhada foi editada enquanto tal.
2. Por um lado, houve/há as chamadas “grandes” editoras de BD

3. Por isso, também, esta entrada da Sinais de Fogo na edição de histórias aos quadradinhos, merece referência e atenção.
4. Porque, integrada no seu selo “juvenil”, soube escolher uma série – Os Amigos do Luca - clara e correctamente vocacionada para o seu público-alvo, crianças e adolescentes na casa dos 8/12 anos (digo eu…).
5. Série que, tendo claramente um propósito didáctico/educativo, alia-lhe um grande sentido lúdico, surgindo aquele diluído em histórias bem narradas e desenhadas, equilibradas e divertidas.

6. Claro que, do simples ponto de vista narrativo da banda desenhada em si, o apêndice final (umas poucas pranchas, igualmente em BD) eram desnecessárias, mas elas tornam-se compreensíveis e fazem sentido como um resumo (será necessário?) que contextualiza e explica o relato.
7. Em “Tim adora os seus amigos”, a chegada à escola de um rapaz que vive num circo que está de visita à cidade, se por um lado desperta a atenção e potencia novas amizades, por outro faz (re)nascer ciúmes e dúvidas (em relação a/ao que é diferente), provocando segregação e comportamentos (ligeiramente…) racistas.
8. Já “Zeca está apaixonado”, aborda os amores juvenis, com toda a sua ilusão e ingenuidade, de uma forma simples e acessível, ajudando a desmistificar algo natural.

10. … e o traço de Houssin (bem mais do que simples “ilustrador”, como consta nos livros…), ágil, agradável, expressivo e dinâmico (efeito obtido também a partir da fluidez proporcionada pela “desproporcionalidade” dos corpos) que juntamente com a planificação diversificada e as cores vivas tornam o todo bastante atraente.
11. E se o formato, próximo do dos manga - que os seus leitores-alvo possivelmente consomem - é simpático, a rapidez com que as obras se lêem dada a sua dimensão pode fazer pensar nos nove euros (justificados pela cor e a encadernação – e, claro, pelo conteúdo em si) que cada livrinho custa…
