Étienne Davodeau (argumento e desenho)
MaisBD (Portugal, Outubro de 2002)
230 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
Resumo
“Aqueles que te amam” começa nos últimos momentos da grande final europeia em que se enfrentam franceses e italianos. O empate, a manter-se, assegura a vitória dos primeiros. Jogam-se os últimos segundos da partida e Renaud Landy, o guarda-redes dos franceses do F.C.E., prepara-se para bater o último pontapé de baliza. Faz um compasso de espera, dá alguns passos para a bola, pára e, de repente, golpe de teatro! Chuta para a própria baliza, dando a vitória à equipa italiana.
Desenvolvimento
“Porquê?”, interrogam-se todos. Para conhecer a resposta, é preciso recuar alguns dias, quando Titou, a estrela da equipa francesa, após muita insistência, acede a participar no jantar de aniversário de Adrien, um seu fã indefectível, que está às portas da morte. Só que, o que parecia ser um relaxante jantar, é perturbado pela aparição de Pascal, um amigo de Adrien, recentemente despedido pela empresa que patrocina Titou, e que está decidido a receber “a sua parte” da fama do jogador, nem que para isso tenha que o raptar.
Ao mesmo tempo, em casa dos Bertin, estala uma tempestade entre pai e filho, ambos apostados em assistir à grande final, mas com a relação a ser perturbada pelas sucessivas negativas escolares do filho.
Estes são os pontos de partida de “Aqueles que te amam”, cujo relato se vai desenvolvendo num crescendo, narrando em paralelo as duas situações, que se vão tornando cada vez mais rocambolescas, até se cruzarem num final inesperado e caótico.
Neste álbum, já quase com uma década, Étienne Davodeau faz um retrato distorcido – embora não tanto como parece - de uma realidade a que todos assistimos no nosso dia a dia, por onde perpassavam nomes como Figo, Zidane, Khan, Raúl ou Ronaldo (o brasileiro), hoje substituídos por outro Ronaldo, o Cristiano, Kaká, Ribery ou Di Maria, que todos identificámos imediatamente como talentosos futebolistas. Mas o que são eles? Ídolos ou meras mercadorias, das quais cada um – fans, famílias, dirigentes desportivos, políticos, imprensa, eles próprios – tenta tirar o máximo proveito possível, enquanto dá, esquecendo que, antes de tudo, são seres humanos.
É a esta reflexão que Étienne Davodeau nos convida em “Aqueles que te amam”, um olhar atento, sério e preocupado sobre este “mundo tão tranquilo” em que nós vivemos.
Curiosidade
- O “mundo tão tranquilo” referido no final do texto era o título da colecção em que este one-shot estava inserido em França, e que incluía também os títulos (não traduzidos em português mas igualmente muito recomendáveis) “La Gloire D’Albert” e “Anticyclone”.
(Versão revista e actualizada do texto escrito para a nota de imprensa de apresentação deste álbum, em 2002)
MaisBD (Portugal, Outubro de 2002)
230 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
Resumo
“Aqueles que te amam” começa nos últimos momentos da grande final europeia em que se enfrentam franceses e italianos. O empate, a manter-se, assegura a vitória dos primeiros. Jogam-se os últimos segundos da partida e Renaud Landy, o guarda-redes dos franceses do F.C.E., prepara-se para bater o último pontapé de baliza. Faz um compasso de espera, dá alguns passos para a bola, pára e, de repente, golpe de teatro! Chuta para a própria baliza, dando a vitória à equipa italiana.
Desenvolvimento
“Porquê?”, interrogam-se todos. Para conhecer a resposta, é preciso recuar alguns dias, quando Titou, a estrela da equipa francesa, após muita insistência, acede a participar no jantar de aniversário de Adrien, um seu fã indefectível, que está às portas da morte. Só que, o que parecia ser um relaxante jantar, é perturbado pela aparição de Pascal, um amigo de Adrien, recentemente despedido pela empresa que patrocina Titou, e que está decidido a receber “a sua parte” da fama do jogador, nem que para isso tenha que o raptar.
Ao mesmo tempo, em casa dos Bertin, estala uma tempestade entre pai e filho, ambos apostados em assistir à grande final, mas com a relação a ser perturbada pelas sucessivas negativas escolares do filho.
Estes são os pontos de partida de “Aqueles que te amam”, cujo relato se vai desenvolvendo num crescendo, narrando em paralelo as duas situações, que se vão tornando cada vez mais rocambolescas, até se cruzarem num final inesperado e caótico.
Neste álbum, já quase com uma década, Étienne Davodeau faz um retrato distorcido – embora não tanto como parece - de uma realidade a que todos assistimos no nosso dia a dia, por onde perpassavam nomes como Figo, Zidane, Khan, Raúl ou Ronaldo (o brasileiro), hoje substituídos por outro Ronaldo, o Cristiano, Kaká, Ribery ou Di Maria, que todos identificámos imediatamente como talentosos futebolistas. Mas o que são eles? Ídolos ou meras mercadorias, das quais cada um – fans, famílias, dirigentes desportivos, políticos, imprensa, eles próprios – tenta tirar o máximo proveito possível, enquanto dá, esquecendo que, antes de tudo, são seres humanos.
É a esta reflexão que Étienne Davodeau nos convida em “Aqueles que te amam”, um olhar atento, sério e preocupado sobre este “mundo tão tranquilo” em que nós vivemos.
Curiosidade
- O “mundo tão tranquilo” referido no final do texto era o título da colecção em que este one-shot estava inserido em França, e que incluía também os títulos (não traduzidos em português mas igualmente muito recomendáveis) “La Gloire D’Albert” e “Anticyclone”.
(Versão revista e actualizada do texto escrito para a nota de imprensa de apresentação deste álbum, em 2002)
Lembro-me no europeu de 2000 (Selecções), a França ter alcançado o golo do empate no ultimo minuto da final contra a Itália e de ter gritado: "Porquê?" Na altura estava sedento de vingança (Portugal tinha sido eliminado pela França na semi-final). A França acabou por ganhar a final no prolongamento.
ResponderEliminarFelizmente que temos a banda desenhada para repor alguma justiça contra os franceses.
Olá Gato!
EliminarBem-vindo! Andavas fugido!
Mais do que fazer justiça contra os franceses - até porque Davodeau é francês e o futebol pouco lhe diz - este álbum ajuda a repensar o (preocupante) fenómeno futebol de uma óptica diferente, enquanto potenciador de ódios e paixões que nos extremos se tocam...
Boas leituras!
Eu que detesto futebol comprei no entanto este album há alguns anos atrás e achei-o fantástico, tanto pela originalidade quanto pelo ambiente. O que não deixa de ser estranho para mim ter como favorito um livro sobre bola quando pessoalmente nem sequer a seleção me diz absolutamente nada e esta coisa do mundial me passa completamente ao lado.
ResponderEliminarMas que gostei muito deste livro, gostei.
Olá Luís!
EliminarEste álbum faz todo o sentido para quem gosta e para quem odeia futebol, até porque hoje em dia é impossível ficar alheio a este desporto (ou deveria ter escrito negócio?)... Até porque aborda aspectos humanos e comportamentais de que o futebol é apenas o elemento desencadeador...
Boas (re)leituras!
Lendo essa resenha veio-me uma curiosidade imensa de ler esse livro. Deve ser sensacional. pena que os quadrinhos europeus (à exceção, talves dos quadrinhos Bonelli) são tão pouco editados no Brasil.
ResponderEliminarCaro Corpo de Delito (ou Iramir?):
EliminarEste álbum - que tive o privilégio de traduzir e editar com alguns amigos - é na verdade muito bom e vale plenamente a leitura.
Quanto à edição de quadrinhos europeus no Brasil, se certamente não há tantos como muitos desejavam, nos anos mais recentes tem mudado para bem melhor...
Boas leituras... de BD europeia!