14/01/2013

Richard F. Outcault nasceu há 150 anos














A 14 de Janeiro de 1863 nascia Richard Felton Outcault que estava destinado a ser o criador da primeira banda desenhada da história, “The Yellow Kid”.
Não o sabia quando nasceu, nem o soube durante a sua vida, que terminou cedo, aos 55 anos, a 25 de Setembro de 1928.
Na realidade, essa escolha só seria feita bastante mais tarde, em 1988, em Lucca, na Itália, quando um painel de especialistas mundiais em BD – que incluía o português Vasco Granja – fez coincidir a nascença desta arte com a publicação do painel de “The Yellow Kid” de 18 de Outubro de 1896.

Apesar da existência de exemplos anteriores de histórias aos quadradinhos, da autoria de pioneiros como o suíço Rudolphe Toppfer (cujas primeiras obras datam de 1827!) e também do português Raphael Bordallo Pinheiro, foram apontadas três razões principais para aquela decisão: a utilização regular da personagem, a introdução de balões de fala (que eram escritas na larga camisola que o protagonista vestia) e a sua divulgação em larga escala, uma vez que era publicado no jornal “New York World”, de Joseph Pulitzer. A proximidade do (mediático) centenário da data escolhida, também não terá sido indiferente para a decisão tomada.
Nascido em 1895, como série de cartoons intitulados “Hogan’s Alley”, “The Yellow Kid” (nome devido à camisola amarela do rapaz careca que protagonizava a série) duraria até 1898.
O seu autor, que frequentara a MacMicken University de Cincinnati e, após se formar, trabalhara para Thomas Edison, o inventor da lâmpada eléctrica, dedicou grande parte da vida ao desenho, tendo ficado mais famoso no seu tempo pela criação de “Buster Brown”, uma verdadeira banda desenhada, que escreveu e desenhou no “New York Herald” a partir de 1902.
Crónica de tom social, tinha como figura principal um menino rico mimado, autor de grandes partidas e tropelias com o seu buldogue. Após três anos bem-sucedidos, o magnata William Randolph Hearst contratou Outcault, que levou Buster Brown consigo para o “New Yorker Journal”, apesar da BD ter continuado em publicação no jornal de Pulitzer. O sucesso, que se prolongaria até 1921 e levaria mesmo à sua adaptação em cinema mudo, levou Outcault a desenvolver uma linha de merchandising baseada na sua criação que o tornou rico e o levou a abandonar a BD.

(Versão revista do texto que publiquei no Jornal de Notícias de 14 de Janeiro de 2013)



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