#3 – Corrida louca
#4 – Amor
Tsugumi Ohba
(argumento)
Takeshi Obata
(desenho)
Devir
(Portugal, Outubro/Novembro
de 2012)
130 x 190 mm, 200
p., pb, brochado
9,99 €
Se tivesse que escolher apenas um adjectivo para classificar
Death Note, entre os vários aplicáveis, seria, possivelmente, viciante.
Tendo pegado no volume #3, para continuar a ler esta densa
trama policial de tom fantástico, só consegui parar no final do tomo #4, tendo
ficado a salivar por mais.
Na verdade, quando parecia que nos dois livros iniciais tudo
já tinha ficado mais ou menos definido em termos de estrutura do relato, nestas
400 páginas (apenas cerca de 17 % da obra integral), as surpresas e volte-faces
concretizados ou apenas anunciados são vários.
A abrir, tempos o confronto directo entre L - o detective
encarregado de descobrir quem anda a assassinar criminosos e polícias à
distância - e Kira – aliás Light Yagami, o assassino, detentor do Death Note,
um caderno que confere ao seu detentor o poder de matar todos aqueles cujo nome
escrever nele. Autêntico “mind games”, este confronto, tenso e dramático, em
que ambos os contendores antecipam e tentam ludibriar o seu adversário, evoca
um brilhante jogo de xadrez, e vai-se desenvolvendo, de forma dramática, ao
longo destes dois livros
Mas, depois, de surpresa em surpresa, surge um segundo
“Kira”, L e Light desenvolvem uma improvável relação de amizade, este último encontra
Misa Amane, que se torna a sua surpreendente namorada e ambos terminam presos
no final do quarto tomo.
Se graficamente a obra continua a exibir um nível elevado,
num tom bastante realista, que numa planificação muito diversificada privilegia
os grandes planos, fortes e expressivos, que ajuda a consolidar e a dar
credibilidade ao relato, é no argumento que “Death Note” se distingue, pela
forma como Ohba estrutura a narrativa.
Ao tom policial e fantástico que a
marcam desde o início, acrescenta um contido retrato crítico da sociedade
japonesa, explora a importância da televisão no mundo de hoje e explora os
sentimentos que se estabelecem entre os principais protagonistas como mais uma
via do seu relato.
Tudo isto num crescendo de tensão, apesar do ritmo propositadamente
lento que serve para explorar até ao âmago cada uma das situações congeminadas.
E conseguindo manter, apesar das sucessivas surpresas para o leitor, a elevada
qualidade e o tom de suspense que leva a querer chegar depressa ao fim da
série, parecendo parecer displicente o bom ritmo de publicação (4 tomos num
ano) que a Devir tem conseguido.
Só vi o anime e ele é bom repleto de plot Twists. :D
ResponderEliminarQue aparentemente segue a bd em tudo e ainda tem o bonus das cores.
MAs tem diferenças Optimus, há coisas que só encontras no mangá e vice versa. Nomeadamente o final, onde vale muito a pena conhecer o do mangá.
ResponderEliminarOptimus,
ResponderEliminarNão conheço o animé, mas a BD é excelente e não precisa da cor para nada...
Loot,
Já tinha curiosidade antes de ler o teu comentário, agora redobrou!
Aos dois.
Boas leituras!
Mesmo assim é preciso salientar que a história lá para o meio perde alguma força e originalidade :)
ResponderEliminarEstes autores são excelentes a viciar os leitores :) Já no Bakuman é a mesma coisa. E já agora também acontece aquilo de que o Loot fala. Não tanto no meio, mas lá para 2/3 de Bakuman, a história começa a ser repetitiva. É o mal de tentar fazer render o peixe... também acontece no Japão, não é só na América.
ResponderEliminarQuanto à cor neste tipo de animes,.. passa-se bem sem ela. Estas séries em anime não costumam ter o cuidado artistico de um filme de Miyazaki.