25/04/2013

A Guerra dos Tronos Vol. 2










George R. R. Martin (obra original)
Daniel Abraham (argumento)
Tommy Patterson (desenho)
Mike S. Miller e Michael Komark (cor)
Planeta
Portugal, Abril de 2013
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonada
17,76 €


Para além do aumento da oferta, a edição de BD por editoras cuja aposta global não passa por este género, pode ter (pelo menos) três vantagens não negligenciáveis: a exploração de segmentos inexplorados que a editora conhece de outras áreas (no caso a literatura fantástica em geral e o universo criado por George Martin, em particular); a colocação dessas obras fora dos habituais “guetos” a que (muit)os livreiros ainda confinam os quadradinhos, portanto  mais próximo dos seus potenciais leitores; uma  capacidade (e um hábito) diferente de aproveitar factores externos para editar/promover as suas edições (e esta versão aos quadradinhos de A Guerra dos Tronos surge na sequência do sucesso televisivo homónimo, cuja 3.ª temporada está actualmente em exibição em Portugal no canal SyFy).
Para lá disso, como é óbvio, nada disto chega nem interessa se a obra não justificar a aposta feita, mas a verdade é que “A Guerra dos Tronos” aos quadradinhos cumpre também este requisito.
Longa saga, ambientada no universo de Westeros, onde as estações do ano duram gerações, numa época em que a magia e as criaturas lendárias já desapareceram, centrada nos confrontos e intrigas que dividem os habitantes dos Sete Reinos, funciona de forma autónoma do original literário e da sequela televisiva, conseguindo captar a atenção de leitor e levá-lo a embrenhar-se cada vez mais nas relações, disputas, traições e conquistas das famílias Stark, Lannister e Targaryen que constituem o cerne da narrativa.
Mesmo tendo em conta que a grande quantidade de personagens envolvidos leva a que alguns se assemelhem demasiado, obrigando o leitor a um esforço extra para os identificar, apesar de alguns expedientes gráficos que o atenuam, a verdade é que uma planificação diversificada e dinâmica, algumas composições de página interessantes e a recriação dos diversos cenários exigidos pelo relato – castelos, aldeias, montanha, florestas, campos – criam o ambiente necessário para propiciar o mergulho na narrativa e tornam-se um motivo extra para, parafraseando a publicidade, “depois de ler os livros e ver a série, desfrutar a BD”.


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