George R. R. Martin (obra
original)
Daniel Abraham (argumento)
Tommy Patterson (desenho)
Mike S. Miller e Michael Komark
(cor)
Planeta
Portugal, Abril de 2013
170 x 260 mm, 192 p., cor,
cartonada
17,76 €
Para além do aumento da oferta, a edição de BD por editoras
cuja aposta global não passa por este género, pode ter (pelo menos) três
vantagens não negligenciáveis: a exploração de segmentos inexplorados que a
editora conhece de outras áreas (no caso a literatura fantástica em geral e o
universo criado por George Martin, em particular); a colocação dessas obras
fora dos habituais “guetos” a que (muit)os livreiros ainda confinam os
quadradinhos, portanto mais próximo dos
seus potenciais leitores; uma capacidade
(e um hábito) diferente de aproveitar factores externos para editar/promover as
suas edições (e esta versão aos quadradinhos de A Guerra dos Tronos surge na
sequência do sucesso televisivo homónimo, cuja 3.ª temporada está actualmente
em exibição em Portugal no canal SyFy).
Para lá disso, como é óbvio, nada disto chega nem interessa
se a obra não justificar a aposta feita, mas a verdade é que “A Guerra dos
Tronos” aos quadradinhos cumpre também este requisito.
Longa saga, ambientada no universo de Westeros, onde as
estações do ano duram gerações, numa época em que a magia e as criaturas
lendárias já desapareceram, centrada nos confrontos e intrigas que dividem os
habitantes dos Sete Reinos, funciona de forma autónoma do original literário e
da sequela televisiva, conseguindo captar a atenção de leitor e levá-lo a
embrenhar-se cada vez mais nas relações, disputas, traições e conquistas das
famílias Stark, Lannister e Targaryen que constituem o cerne da narrativa.
Mesmo tendo em conta que a grande quantidade de personagens
envolvidos leva a que alguns se assemelhem demasiado, obrigando o leitor a um
esforço extra para os identificar, apesar de alguns expedientes gráficos que o atenuam, a verdade é que uma planificação diversificada e dinâmica, algumas composições
de página interessantes e a recriação dos diversos cenários exigidos pelo
relato – castelos, aldeias, montanha, florestas, campos – criam o ambiente
necessário para propiciar o mergulho na narrativa e tornam-se um motivo extra
para, parafraseando a publicidade, “depois de ler os livros e ver a série,
desfrutar a BD”.
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