Sophie Michel (argumento)
Emmanuel Lepage (desenho e cor)
ASA
Portugal, Abril de 2013
170 x 245 mm, 128 p., cor,
cartonado
Confesso alguma desilusão após a leitura deste livro, talvez
motivada pelo deslumbramento que me causaram as obras mais recentes de Lepage: Voyageaux Îles de la Désolation e Un Printemps à Tchernobyl, cujo lado documental –
desvendado numa base emotiva - permitia ao autor dar largas ao seu virtuosismo
gráfico.

Mas não foi a nível gráfico que “Oh, miúdas!” me desiludiu.
Na sua génese estão três raparigas, a cujo nascimento assistimos
nas primeiras pranchas; são elas Chloé, Lella e Agnés. Duas louras e uma
morena, duas brancas e uma árabe, duas naturais e uma emigrante, uma rica, uma
remediada e uma pobre…

Tudo – naturalmente - numa história demasiado plana, quase
um retrato impessoal de vivências que facilmente identificamos à nossa volta,
mas que, apesar de a espaços conseguir prender o leitor, passou ao lado de ser uma
obra de referência até porque – e regresso ao início, mesmo com as
condicionantes já referidas, Lepage mostra o seu talento narrativo, numa
planificação clássica mas onde os silêncios,
geridos de forma assinalável, são expressivos e determinantes.
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