Stéphane Berbeder e Christophe
Bec (argumento)
Pasquale del Vecchio (desenho)
Jean-Jacques Chagnaud (cor)
Glénat
França, Abril de 2013
240 x 320 mm, 56 p., cor,
cartonado
13,90 €
Se há aspecto que sempre admirei nas séries curtas
franco-belgas – e estou a referir-me aquelas que se completam normalmente em 2
a 4 álbuns – é a assinalável consistência do episódio inicial e a forma como
deixam tantas questões em aberto, ficando o leitor suspenso das respectivas
continuações - mesmo se estas depois nem sempre correspondem aos pressupostos
iniciais ou à expectativa criada…
“Les Montefiore”, é mais um exemplo, com o extra de ter como
pano de fundo o mundo da moda e das passerelles. É verdade que a trama que
serve de base poderia desenrolar-se com igual desenvoltura noutra área mas,
assim, eventualmente, permitirá chegar a uma faixa de público diferente,
maioritariamente feminina, ao mesmo tempo que explora um tema que a banda
desenhada raramente abordou.
Tudo começa quando o patriarca Montefiore, dono de uma das
mais famosas marcas de roupa italianas é vítima de um acidente aéreo provocado,
deixando a sua herança pendente entre as mãos de Francesca, a sua segunda
esposa, e de Narciso, o filho, piloto de stock-cars e há muito ausente do mundo
da moda.
Apesar disso, este último decide assumir a direcção da firma,
cortando com a sua vida anterior para lutar contra as intrigas, as invejas, as
vinganças e as traições daqueles que, mais ou menos na sombra, tentam ocupar a
posição de destaque até então detida pela casa Montefiore.
O seu caminho irá cruzar-se – inevitavelmente? – com o de
Oksana Kovsky, uma beldade russa que quer vencer como top-model, e do chinês
Yong, encarregado de desenhar a nova colecção Montefiore.
Entre conspirações, atentados, imprensa comprada, relações
interesseiras e a vontade de vencer de Narciso, “Top Model” vai avançando a bom
ritmo, com as situações a sucederem-se em catadupa, mas desvendando muito pouco
ao leitor, que fica com vontade de conhecer o resto da história e o porquê de
muito daquilo que foi apreciando.
Quanto ao desenho – que trabalha um tema com tudo para
agradar ao leitor masculino e com um imenso potencial gráfico – temos a
surpresa de encontrarmos o competente Pasquale Del Vecchio - desenhador regular
de Tex - que se mostra à vontade em qualquer dos registos necessários para explanar a trama, que domina particularmente os grandes planos ao nível dos rostos e
cujas beldades brilham ao desfilar nas páginas do álbum…
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