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02/06/2023

Coney Island

Versões





Quem conta um conto, acrescenta um ponto”, diz o provérbio e em Coney Island, são vários os narradores, orquestrados pelo ‘narrador supremo’, Gianfranco Manfredi (o mesmo de Mágico Vento).

25/07/2013

Mágico Vento #117 a #122







Manfredi (argumento)
Perovic, Barbati, Spadoni, Ramella, Siniscalchi, Bliglia, Talami (desenho)
Mythos Editora
Brasil, Março a Agosto de 2012
135 x 170 mm, 132 p., pb, capa mole, mensal
 R$ 8,90 / 4,00 €


Por vezes, quem escreve regularmente sobre um tema – aqui, a BD - acaba por cometer injustiças, esquecendo, mesmo que involuntariamente, títulos que mereciam uma outra atenção.
No meu caso, penso que Mágico Vento é uma delas. Leitura mensal regular, que em breve estará de volta às bancas nacionais para o seu “grande final”, apenas duas vezes marcou presença neste blog.
A principal razão, penso eu, a posteriori, será o facto de não ter (muitas) grandes histórias nos 132 volumes que constituem esta saga, apesar da sua grande unidade e coerência, que obrigam – e justificam – uma leitura integral mais do que dar atenção a determinada narrativa – e convém desde já frisar que a maior parte dos volumes são autoconclusivos e permitem a leitura isolada.
Após a participação de Mágico Vento - o protagonista, um ex-soldado que se tornou xamã índio – na luta destes últimos contra as tropas do General Custer (link) e antes da sua presença ao lado dos que combateram o general Cook a caminho do seu ocaso, este punhado de revistas que hoje destaco narra o seu confronto final com Hogan – embora este, de certa forma, que não vou desvendar para não estragar o prazer da leitura, lhe sobreviva.
Enfrentamento místico, de duas personalidades fortes que personificam a luta do bem contra o mal, da autodeterminação contra o domínio, do ser humano contra entidades que o querem subjugar, conclui de forma épica, no seguimento de uma perseguição ao longo de boa parte dos Estados Unidos, recheada de pequenos episódios que solidificam o retrato realista e histórico que esta saga (também) constitui e reforçam as características intrínsecas das personagens com que nos habituamos a conviver.
A par disto – e talvez esse facto tenha tido algum peso subconsciente – para este destaque – neste último embate há a participação de mortos vivos (embora ligados ao culto vudu), uma temática hoje em dia actual e mediática por via do incontornável The Walking Dead, o que poderá ser um chamativo para (mais) alguns leitores.
Capaz de agradar a admiradores de western, de registos históricos, de narrativa fantásticas e das teorias da conspiração, Mágico Vento merece, pelo menos, o benefício da dúvida e é nesse sentido que deixo aqui esta chamada de atenção, que pecando por tardia, ainda não vem tarde demais.

 

 

28/06/2011

Mágico Vento

#102 – O retorno de Aiwass
Manfredi (argumento)
Barbati (desenho)
Di Vicenzo (arte-final)

#103 – Encontro em Providence
Manfredi (argumento)
Barbati (desenho)
Volante (arte-final)

#104 – Fugindo do Inferno
Manfredi (argumento)
Perovic (desenho)



Mythos Editora (Brasil, Dezembro de 2010, Janeiro e Fevereiro de 2011)
135x175 mm, 132 p., pb, brochado
4,00 €

Resumo
O roubo de um antigo artefacto – uma garra dourada - do Museu Smithsoniano de Washington, descoberto durante escavações arqueológicas Serpent Mound, desperta o interesse dos serviços secretos ao descobrirem que por detrás dele está a Cúpula Negra.
Poe é convidado a participar na investigação ao mesmo tempo que uma perturbadora visão põe Mágico Vento também no seu encalço, pois trata-se da chave que abre a porta do Inferno.


Desenvolvimento
Já o escrevi de alguma forma, Mágico Vento é uma longa saga cuja base é o western – e alguns episódios são western puro – mas que deambula por vezes – ou, especificando melhor, também – por outros registos como o ficcional histórico, a exploração das lendas indígenas, o tom conspirativo e o fantástico.
O ciclo narrado nos números #102 (actualmente nas bancas portuguesas) a #104 é um bom exemplo do último género citado, levando Mágico Vento a outra realidade – o Inferno…? – para evitar que Aiwass consiga regressar dos mortos. Ao mesmo tempo, o seu amigo Poe, por um lado, e Henry e Boris, agentes do serviço secreto norte-americano, por outro, perseguem, mais uma vez, os membros da Cúpula Negra tentando evitar que concretizem aquele as suas intenções.
Se o resumo acima escrito pode soar estranho para quem não está familiarizado com Mágico Vento – o que é uma pena, deixem-me referi-lo, pela qualidade da escrita de Manfredi e pela forma como ele tem desenvolvido este extenso fresco sobre o oeste americano – a verdade é que o desconhecimento do que está para trás, podendo originar algumas dúvidas, não impede a fruição da obra, podendo até funcionar como alavanca para levar o (novo) leitor a descobrir mais sobre Ned Ellis e o seu passado.
Maioritariamente passado num mundo fantástico, povoado de demónios – uns mais do que outros – em busca de redenção ou do castigo final, levantando uma série de questões sobre o que nos espera depois da morte e podendo ser lido como relato de pura acção, este ciclo – de quase 400 páginas – beneficia ainda do facto de a narração se situar a vários tempos: a vivenciada pelo protagonista e as que têm como epicentro a acção de Poe e a de Henry e Boris, concorrendo todas – sem que eles saibam – para um final – não apoteótico mas quase catastrófico – comum.
E Manfredi, tirando bom partido do aumento de páginas de que a edição beneficiou recentemente, gere com mestria estes diversos momentos, deixando sucessivamente a acção em suspenso num momento crucial – e com ela o leitor – para retomar a narrativa noutro local, aumentando assim o suspense e o seu tom dramático, explorando sentimentos e emoções.
Ao registo ficcional, o argumentista alia ainda uma base (por vezes …) histórica ao citar diversos casos inexplicados e lendas da época em que se situa a acção de Mágico Vento, contando várias histórias ao longo da história (!), aproveitando igualmente para citar e homenagear um dos mestres da literatura fantástica, H. P. Lovecraft.
Graficamente, embora reúna quatro assinaturas – Barbati, Di Vincenzo, Volante e Perovic – o relato não sofre com esse facto, revelando-se homogéneo, perfeitamente dinâmico e legível, com as personagens bem definidas, servindo o uso abundante de manchas de negro para acentuar o tom sombrio e fantástico do relato.
O conjunto assim criado revela-se denso, apelativo e bastante interessante e pode funcionar como uma boa porta de entrada num universo que aconselho a descobrir.

A reter
- A forma como Manfredi explora e equilibra os diversos locais em que o relato decorre.
- A interligação entre o tom fantástico e a base histórica.

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