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10/03/2020

J. Kendall #141

Inevitavelmente





Inevitavelmente, Julia Kendall voltou às minhas leituras.Voltou às minhas leituras, da mesma forma que a noite sucede ao dia ou após a chuva regressa o sol. Mesmo que possa demorar. [Mas, confesso, no caso de Julia, luto contra mim próprio para dosear esses regressos, de forma a não devorar todas as edições de uma vez, querendo ter sempre - quase sempre - edições por ler…].

16/01/2013

J. Kendall #89





  

Um mundo de violência
Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (argumento)
Marco Soldi e Luigi Pittaluga (desenho)
Mythos Editora
(Brasil, Abril de 2012)
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal
R$ 8,90 / 4,00 €


“Reencontro” poderia ser o título desta crónica.
Reencontro com Julia Kendall, depois de meses de ausência devido à decisão da VASP de não distribuir este título da Mythos em Portugal.
Reencontro possível porque mãos (muito) amigas me fizeram chegar um bom lote de números de “J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga” e agora o difícil é resistir a lê-los todos de enfiada e voltar a enfrentar (longos) meses de privação.
Em “Um mundo de violência”, após a morte de um atleta no ringue, a pedido do detective Leo Baxter – que desempenhará um papel crucial na história - a Julia envolve-se com o lado mais negro do (baixo) mundo do boxe, dos combates vendidos, dos atletas comprados e explorados e das apostas ilegais.
Retrato duro e incisivo de um submundo que todos fingem não existir, esta é uma nova oportunidade para Berardi e Calza traçarem um retrato assertivo das piores facetas da sociedade de Garden City – da sociedade norte-americana, da nossa sociedade ocidental – em que uns quantos controlam, exploram, violentam, condenam à morte ou descartam quando já não têm mais serventia um grande número de infelizes que da vida não conseguem mais do que sonhar pequenos sonhos, que quem os domina torna inatingíveis.
De forma contrastante com aquele universo violento, as habituais inseguranças e vulnerabilidades de Julia – que fazem dela um caso tão especial nos quadradinhos dos nossos dias – levam-na a expor-se mais do que é vulgar e a quase terminar a sua carreira de forma violenta e definitiva, como mais alguém desfeito pelo mundo do boxe, em mais um relato desenhado, de final trágico em que ainda há tempo para redenção, numa prova de crença no melhor do ser humano.


07/03/2010

J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #58

Giancarlo Berardi, Giuseppe De Nardo e Lorenzo Calza (argumento) 
Marco Soldi (desenho) 
Mythos Editora (Brasil, Setembro de 2009) 
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal 

 Resumo O assassínio de um polícia em simultâneo com o aparecimento de uma série de mafiosos mortos desencadeia mais uma investigação da polícia de Garden City que, como habitualmente, recorre à consultoria de Júlia. 

Desenvolvimento
Esta é mais uma história policial bem contada, com a investigação e os momentos de acção intercalados com aspectos banais do quotidiano ou com um registo mais intimista em que a protagonista se expõe, dando voz às suas dúvidas, sentimentos, desejos e ansiedades, num todo como habitualmente bem escrito e ritmado, com protagonistas credíveis e bem definidos. E em que nada acontece por acaso. Veja-se como exemplo a interligação entre a cena em que a gata Toni liga inadvertidamente a televisão assustando Júlia e Emily – aparentemente um fait-divers - e, mais à frente, como ela influencia a reacção inicial da protagonista à intrusão do mafioso “John Smith” em sua casa. Desta vez, Berardi aproveita o relato para levantar duas questões muitas vezes associadas à actuação policial. Por um lado – com um curioso toque romântico, porque o inacessível parece sempre exercer uma grande atracção sobre nós – se é legítimo o recurso – com custos… - a informadores ou a acordos de legalidade duvidosa com criminosos, mesmo quando os fins a atingir o parecem justificar. Por outro, a existência de vigilantes, que se colocam acima da lei face à (aparente?) inutilidade/incapacidade dela. Graficamente – embora a edição nem sempre possibilite uma boa apreciação – a arte mantém a qualidade média que este título costuma apresentar mensalmente, com um traço realista, não excessivamente detalhado mas funcional, equilibrado no tratamento do ser humano, com especial atenção nos rostos, e eficiente no retrato de interiores e exteriores, nas cenas mais calmas como nas de acção. Uma referência ainda para a excelente cena do tiroteio na rua, nas páginas 25 a 31, credibilizada pela utilização de enquadramentos variados e o recurso a grandes (e expressivos) planos dos rostos dos intervenientes.
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