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25/11/2013

Keos #3: O Bezerro de Ouro








Jacques Martin (argumento)
Jean Pleyers (desenho)
NetCom2 Editorial
Portugal, Junho de 2013
210 x 297 mm, 48 p., cor, cartonado
15,00 €


Dois aspectos fundamentais ressaltam da minha leitura do terceiro e último tomo de Keos.
Primeiro, a conclusão da primeira série pela NetCom 2 Editorial, algo que se torna mais relevante se pensarmos nas dezenas de títulos de BD que – desde sempre – ficaram por completar em Portugal.
É verdade que eram apenas três volumes, mas isso só revela inteligência e sentido de mercado por parte da editora espanhola.
Fico a aguardar pelos restantes (3) volumes de A Última Profecia e pelo tomo em falta de Margot, para confirmar estas (boas) intenções da editora espanhola, esperando que o silêncio que se estabeleceu no seu site nos últimos meses não seja sinónimo do fim de mais um projecto editorial de quadradinhos em Portugal.
Passando à obra propriamente dita, na combinação entre a ficção histórica sustentada, que é imagem de marca de Jacques Martin, e a narrativa bíblica da libertação dos israelitas do Egipto por Moisés, O Bezerro de Ouro marca um maior afastamento em relação ao relato bíblico, despindo-o quase completamente da intervenção divina, para salientar o protagonismo crescente de Keos, o príncipe do Egipto, que dá título a esta obra.
Apesar de alguns hiatos temporais nem sempre resolvidos da melhor forma, a conclusão do tríptico, rigorosamente ambientado no Antigo Egipto – uma época que me seduz especialmente desde a leitura de O Mistério da Grande Pirâmide, de Blake e Mortimer – não desiludirá certamente os admiradores do criador de Alix e do registo histórico em banda desenhada. 

26/09/2013

Caroline Baldwin #1: Moon River












André Taymans
NetCom2 Editorial
Portugal, Julho de 2013
220 x 290 mm, 48 p., cor, cartonado
11,95 €


Regresso a Caroline Baldwin e a Moon River, o álbum de estreia desta heroína franco-belga que é menos vulgar do que as primeiras impressões podem fazer crer.
Na verdade, quando chamei a atenção para o livro pela profusão de sequências mudas que existem no relato, estava longe de saber a surpresa – boa – que a NetCom 2 ia fazer aos leitores portugueses, numa infidelidade ao registo histórico com que se apresentou, que pessoalmente saúdo, sem que isso retire méritos a propostas como Keos ou A Última Profecia.
Diga-se, no entanto, que as citadas sequências mudas, que convidam o leitor a demorar-se nas cenas e a tentar entrar na mente das personagens para perceber o que elas sentem, apesar de sóbrias e geralmente mais introspectivas, não impedem esta narrativa policial de apresentar também cenas de acção que, curiosamente, acabam por ter menos impacto.
Na origem da primeira investigação de Baldwin, está o desaparecimento voluntário de um ex-astronauta que se tornou imagem de marca de uma companhia aeronáutica, inviabilizando com o seu desaparecimento a assinatura de um contrato fundamental para a empresa.
Vários interessados em encontrá-lo – por motivos diferentes…. - as relações raramente pacíficas de Baldwin com o outro sexo e uma velha história de amor – que continua viva… -  são os condimentos desta narrativa que, apesar de um ou outro equívoco ou cliché, se apresenta capaz de seduzir o leitor.
Contribui para isso o carácter forte e as escolhas, ousadas e nem sempre convencionais, de Caroline Baldwin, uma detective privada que vive ao ritmo das paixões que tão depressa encontra como abandona – com as consequências que conheceremos mais para a frente… Este aspecto marca desde logo a diferença entre esta criação de Taymans e os tradicionais heróis franco-belgas dos quadradinhos, pois, apesar de heroína, Baldwin sofre mais que um revés antes de chegar ao final que está longe de ser feliz ou sequer positivo para ela, num conjunto que ostenta um bom trabalho ao nível das cores, lisas e geralmente fortes, e um traço linha clara que já me seduz mas que vai melhorar ao longo dos próximos volumes.


19/07/2013

A Última Profecia II – As Mulheres de Emesa




  

Gilles Chaillet (argumento e desenho)
Christophe Ansar (participação no argumento)
Chantal Defachelle (cor)
NetCom2 Editoral
Portugal, Junho de 2013
240 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
15,00 €


Depois de um tomo inicial entre o registo histórico e os (surpreendentes) contornos fantásticos de uma descida aos infernos, neste segundo volume Chaillet avança por aquela primeira temática, que lhe é reconhecidamente mais grata e na qual já tem provas dadas, expondo as tramas, conspirações, traições e golpes palacianos que têm lugar entre os que aspiram ao poder no império romano, nos primeiros séculos da era cristã, sejam eles oriundos do círculo militar, económico ou religioso.
Entre as aspirações do legado romano Sétimo Severo e dos seus descendentes, os seus adversários políticos, os praticantes dos sacrifícios de crianças - que todos parecem encobrir - e as mulheres de Emesa, adoradoras do Sol e do deus Baal, é todo um jogo de intrigas, no qual as vítimas – desprezáveis – se vão acumulando e ao qual, do inferno, Flaviano assiste, horrorizado e impotente, numa narrativa densa e bem urdida, que prende o leitor e o deixa em suspenso pelos três volumes que ainda falta editar.
A planificação, menos tradicional do que à primeira vista pode parecer – e do que esperariam os que já conhecem Chaillet como discípulo de Jacques Martin e autor de Vasco – recorre com frequência a vinhetas de maior dimensão, que podem mesmo ocupar boa parte de duas páginas contíguas e que permitem admirar de forma mais digna o traço pormenorizado do autor e a reconstrução histórica rigorosa e competente de cenários e construções levada a cabo nesta obra.

26/06/2013

Leituras Novas – Junho de 2013

Os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras, com alteração para a grafia pré-Acordo Ortográfico da responsabilidade de As Leituras do Pedro.
Algumas das edições aqui apresentadas podem ter sido editadas anteriormente,
mas só agora tomei conhecimento delas.


Bonecos Rebeldes
Príncipe Valente 1953-1954
Harold R. Foster


Calçada das Letras
Best Of – Tirado da Prateleira
Geral e Derradé 




Cru #49
Daniela Alves, Isabel Lhano, Laro Vilas Boas, Marcos Farrajota, Amílcar Macieira, Álvaro Silveira, Anoik, Rios Albertino, Bruno Débrum, Julieta dos Prazeres, Horácio Frutuoso, Rosa Feijão, A. Sugadita, Helena Rócio Janeiro, Tiago Araújo, Astromanso, Clemente Migalha, Rita Mendes, Alice in Goreland, Esgar Acelerado, Afonso Ferreira, Sebastião Peixoto, Sandra Gavinhos, Jeremy Eaton, Zé Burnay, Paulo Gasconha, Wasted Rita, Rudolfo, Themoteo Suspiro, Jefferey Zaun, Rui Vitorino Santos, Rosário Pinheiro, Bárbara Fonte, Lord Mantraste, Susana Carvalhinhos, Heymikel, Leonor Zamith, Joana Ray, Cátia Vidinhas, Valter Hugo Mãe, Tiago Lourenço, Lara Luís, Valquíria Aragão, Balbina Bagina, Fernando Ribeiro, Zbigniev Koniek, João Oliveira, Emerenciano Osga e Madame Lydia, são os colaboradores desta edição, repleta de banda desenhada, ilustração, contos, críticas de discos, cinema, colunas de opinião e muitos outros motivos de interesse.


Devir
Anne Frank – Biografia Gráfica
Sid Jacobson e Ernie Colón
Durante a ocupação da Holanda pelos nazis, a jovem Anne Frank viveu escondida com a sua família e outras quatro pessoas numa casa de Amesterdão. No decurso dos dois anos em que viveu enclausurada, dedicou-se a escrever, no seu diário, tudo o que sucedia na casa, assim como os seus sentimentos, dúvidas e pensamentos mais profundos.
Hoje, o Diário de Anne Frank é uma obra conhecida em todo o mundo, fornecendo um emocionante relato em primeira mão da perseguição e das atrocidades sofridas pelos Judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Procurando dar-nos a conhecer a extraordinária figura de Anne Frank, bem como as terríveis circunstâncias em que procurou sobreviver, Sid Jacobson e Ernie Colón basearam-se no seu diário, mas foram ainda mais além: enquadraram os acontecimentos num antes e num depois, e valeram-se de numerosos testemunhos de pessoas que a conheceram, e que conviveram com ela, para produzir esta espantosa biografia, narrada em formato gráfico.


NetCom2 Editorial
A Última Profecia II – As Mulheres de Emesa
Giles Chaillet

Caroline Baldwin - Moon River 
André Taymans
Esta série conta já com 16 álbuns publicados em França e o sucesso tem sido tal que está previsto o lançamento do filme, baseado nesta personagem, no início de 2014.
A personagem principal, Caroline Baldwin, é uma mulher forte, moderna, independente tanto na sua profissão como no amor. No entanto, conjuga bem o lado carinhoso e sensível com o seu trabalho como investigadora particular.
No seu estilo tão particular, o desenhador André Taymans – que também participou em outras séries como Lefranc, Charlotte, Sybilline, Ella Mahé – transmite uma simpatia especial pela protagonista nesta BD franco-belga.

BDNet Magazine #4
(disponível em papel e online)


Objectiva
A Criada Malcriada 



Sketchbook #3


The Lisbon Studio #1

06/05/2013

Keos #2: A Cobra









Jacques Martin (argumento)
Jean Pleyers (desenho)
NetCom 2 Editorial
Portugal, Abril de 2013
210 x 297 mm, 48 p., cor, cartonado
15,00 €


Continuando a cumprir o programa editorial previamente traçado – o que podendo parecer natural não deixa de ser assinalável no que à BD diz respeito em Portugal – a NetCom2 – que agora também tem distribuição na FNAC - já disponibilizou o segundo tomo de Keos, cuja história base é certamente familiar à maioria dos seus potenciais leitores.
Apesar das diferenças introduzidas por Martin, são evidentes os acontecimentos que, no tempo de Moisés e do faraó Mineptah, levaram à saída dos escravos hebreus do Egipto, pela acção do primeiro: as dez pragas (que Martin reduziu a três e cujos efeitos devastadores tornou pouco visíveis, o que constitui o ponto menos conseguido da história) e a travessia do Mar Vermelho, que os fugitivos atravessaram a pé mas onde os perseguidores pereceram afogados.
Se o relato bíblico inspira o criador de Alix, não o impede de o alterar à medida das necessidades da sua narrativa, que cruza a história de Moisés com as do Faraó, de Keos, o príncipe protegido do deus Osíris, da bela Tara e do pérfido Roy, o grande sacerdote do deus Amón.
Com a vantagem de explanar uma história conhecida – o que capta mais facilmente a atenção do leitor - embora desenvolvida com toda a liberdade ficcional, o relato, entre intrigas, conspirações, amores juvenis, lealdade e intervenções divinas, apresenta uma consistência assinalável, uma credível e aparatosa reconstrução histórica dos cenários e edifícios do Antigo Egipto, algumas sequências bem conseguidas, cenas que surpreendem pela violência que lhes está inerente - seja esta visível ou não - e mantém uma forte e interessante componente fantástica – pouco comum em Martin - que já assinalei aquando da análise do primeiro volume http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/2013/01/keos-1-osiris.html, o que faz desta série, mais do que uma bem agradável surpresa, já uma confirmação.


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