26/09/2013

Caroline Baldwin #1: Moon River












André Taymans
NetCom2 Editorial
Portugal, Julho de 2013
220 x 290 mm, 48 p., cor, cartonado
11,95 €


Regresso a Caroline Baldwin e a Moon River, o álbum de estreia desta heroína franco-belga que é menos vulgar do que as primeiras impressões podem fazer crer.
Na verdade, quando chamei a atenção para o livro pela profusão de sequências mudas que existem no relato, estava longe de saber a surpresa – boa – que a NetCom 2 ia fazer aos leitores portugueses, numa infidelidade ao registo histórico com que se apresentou, que pessoalmente saúdo, sem que isso retire méritos a propostas como Keos ou A Última Profecia.
Diga-se, no entanto, que as citadas sequências mudas, que convidam o leitor a demorar-se nas cenas e a tentar entrar na mente das personagens para perceber o que elas sentem, apesar de sóbrias e geralmente mais introspectivas, não impedem esta narrativa policial de apresentar também cenas de acção que, curiosamente, acabam por ter menos impacto.
Na origem da primeira investigação de Baldwin, está o desaparecimento voluntário de um ex-astronauta que se tornou imagem de marca de uma companhia aeronáutica, inviabilizando com o seu desaparecimento a assinatura de um contrato fundamental para a empresa.
Vários interessados em encontrá-lo – por motivos diferentes…. - as relações raramente pacíficas de Baldwin com o outro sexo e uma velha história de amor – que continua viva… -  são os condimentos desta narrativa que, apesar de um ou outro equívoco ou cliché, se apresenta capaz de seduzir o leitor.
Contribui para isso o carácter forte e as escolhas, ousadas e nem sempre convencionais, de Caroline Baldwin, uma detective privada que vive ao ritmo das paixões que tão depressa encontra como abandona – com as consequências que conheceremos mais para a frente… Este aspecto marca desde logo a diferença entre esta criação de Taymans e os tradicionais heróis franco-belgas dos quadradinhos, pois, apesar de heroína, Baldwin sofre mais que um revés antes de chegar ao final que está longe de ser feliz ou sequer positivo para ela, num conjunto que ostenta um bom trabalho ao nível das cores, lisas e geralmente fortes, e um traço linha clara que já me seduz mas que vai melhorar ao longo dos próximos volumes.


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