Christin (argumento)
Mezières (desenho)
Dargaud
França, 20 de Setenbro de 2013
225 x 295 mm, 48 p., cor, cartonado
11,99 €
Há uma velha máxima que diz que os heróis nunca morrem.
De um ponto de vista comercial, quando são um bom negócio o
que leva as editoras – geralmente detentoras dos seus direitos – a explorá-los
ao máximo e a tirar deles todo o rendimento possível, como acontece com a Marvel,
DC Comics, Disney, Bonelli ou – com alguns cambiantes – Maurício de Sousa.
De um ponto de vista autoral, quando são obra de um único
autor que a eles dedica uma vida, marcando sucessivos encontros com os seus apreciadores
e fãs, e cito de rajada, sem pensar, os Peanuts, Príncipe Valente ou Tintin.
De um ponto de vista emocional, quando os leitores de
sucessivas gerações, regressam uma e outra vez às páginas desenhadas que os
divertiram, emocionaram ou fizeram subir a adrenalina, fazendo reviver os
protagonistas na sua memória.
E, ainda, como no actual caso de Valerian e Laureline, em
que essa perpetuação é feita pelos autores originais – mesmo depois de terem declarado
a série encerrada – que se (e nos) divertem a inventar futuros alternativos
para momentos específicos que marcaram décadas de aventuras fantásticas dos
dois agentes espácio-temporais que, nalguns casos, a terem acontecido, poderiam
ter dado um percurso totalmente diverso á série.
Dessa forma, nestes curtos relatos, regressamos, por isso, à floresta onde os dois protagonistas
se conheceram, à Nova Iorque submersa onde os vimos pela primeira vez, ao primeiro
encontro da bela Laureline com os Shingouz, a Alflolol, a Ponto Central ou a
Simlane onde Valerian se perpetuou em incontáveis descendentes…
Ao tom fantástico e maravilhoso habitual que todos
(re)conhecemos, Christin acrescenta um reforço da relação pessoal entre
Valerian e (a aqui mais bela e sensual) Laureline e também do sentido de humor
que, se foi sempre uma das marcas da série, surge agora aplicado num nível
diferente, provocando uma maior cumplicidade com o leitor, enquanto vão sendo
desfiadas eventuais memórias futuras, de eventuais futuros.
E se é verdade que estas derivações do destino, mais ou
menos aventurosas, ricas em (novos ou velhos) relacionamentos, pode acabar por
saber a pouco face a tudo aquilo que Valerian e Laureline viveram – realmente?
- sob o nosso olhar atento, têm pelo menos um mérito: fazerem-nos recordar
muitas das pranchas e das situações que marcaram a nossa adolescência,
juventude e mesmo idade adulta.
Sem comentários:
Enviar um comentário