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26/12/2012

História da Santa Casa da Misericórdia do Porto em Banda Desenhada







História da Santa Casa da Misericórdia do Porto em Banda Desenhada
Livros Um a Quatro
Germano Silva (argumento)
Pedro Pires (desenho)
Santa Casa da Misericórdia do Porto (Portugal, 2011 e 2012)
216 x 305 mm, 32 p., cor, cartonado
5,00 €



Acaba de ser editado o quarto e último tomo de “A História da Santa Casa da Misericórdia do Porto em Banda Desenhada”, um trabalho com a assinatura de dois autores portuenses: Germano Silva, antigo jornalista do Jornal de Notícias e profundo conhecedor da história do Porto, e Pedro Pires.

O desafio, descobrimos na prancha final do quarto tomo, foi proposto pelo padre Américo Aguiar, capelão-mor da Santa Casa, e foi a primeira experiência nesta área do historiador portuense, que se revela “bastante satisfeito com o resultado”, salientando “o contributo da sua experiência jornalística no uso de uma linguagem contida, simples e directa” necessária para chegar aos mais novos, a quem a obra se destina. E revela que já “tem um convite, ainda em estudo, para um projecto similar, de outra instituição”.
Como narrador, esta longa crónica iniciada em 1498 e que chega até aos nossos dias, tem o Tripinhas, mascote também imaginada pelo padre Américo Aguiar. Isso permite ligar as cenas entre as distintas épocas, sem grandes quebras narrativas, homogeneizando o todo. E o Tripinhas funcionou tão bem, que “a Misericórdia o pretende utilizar como mascote em futuras iniciativas”.
A Pedro Pires, criador gráfico do Tripinhas, que lhe foi apresentado pelo escritor Álvaro Magalhães, Germano Silva “forneceu os textos e também alguma documentação, em especial sobre a Idade Média”. Aliás, retratar esta época, correspondente aos primeiros anos da Santa Casa, foi “uma das principais dificuldades” do ilustrador que receava “que o realismo absoluto fosse chocar um pouco com os mais pequenos mas, pelo contrário, a miudagem a partir dos seis anos adorou e não larga os livros”.
Isto porque, neste retrato de uma instituição tão significativa da cidade, Pedro Pires adoptou um estilo semi-barroco, que Germano Silva “aprecia muito” e que realça o tom da temática abordada, “até porque se uma BD é muitas vezes um verdadeiro filme, esta, comporta-se mais como um documentário”.
Pedro Pires, que trabalhou nesta tetralogia “durante um ano”, utiliza muitas vezes pranchas de imagem única, dividida em (falsas) vinhetas, o que lhe permite destacar o Porto como cenário da obra, que lhe permitiu “conhecer muito mais a cidade”, cuja “história é inseparável das obras da Santa Casa da Misericórdia”.
Germano Silva corrobora esta ideia e releva a par do “protagonismo da cidade, o sentido de partilha dos portuenses e a sua prontidão para contribuir para causas nobres”.
Distribuída gratuitamente nas escolas primárias da cidade, a História da Santa Casa da Misericórdia do Porto em BD, que está disponível na loja daquela instituição, “tem sido muito procurada e as reacções têm sido boas”.
A opção por incluir no final de cada volume um friso com diversos aspectos (cronologia de papas e reis, acontecimentos marcantes…) que ocorreram durante o período que o álbum retrata, revelou-se uma boa opção pois permitiu aligeirar o texto da banda desenhada e tornar a sua leitura mais ágil.

(Versão expandida do texto publicado no Jornal de Notícias de 22 de Dezembro de 2012)


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