09/03/2012

MAB Invicta (II)

Local: Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto - Av. Rodrigues de Freitas, nº 265 (junto à Biblioteca do Porto no Jardim de São Lázaro)
Data: 10 e 11 de Março de 2012
Horário: a partir das 10h30











Exposições

- Sama: Exposição inédita de originais, prints e serigrafias deste novo e grande artista brasileiro.

- Exposição póstuma a Sergio Bonelli com fotografias deste autor/editor nas viagens que fez e com texto de José Carlos Francisco, principal dinamizador da personagem Tex em Portugal

- Exposição Zakarella cedida por Nuno Amado prints de Carlos Alberto e originais de outros autores sobre esta personagem mítica



Bancas presentes

- Invicta Indie Arts

- Fnac

- Necomi com o apoio da Pressplay

- Dr. Kartoon

- Chili com Carne

- Editora Asa

- Bancas com todos os livros dos autores nacionais e internacionais



Preço dos Bilhetes

- 3,50€ por dia

- 6,00€ sábado e domingo

- 10,00€ dois fins de semana



Programação

Sábado, 10 de Março de 2012

Abertura

10h30 - Orquestra de Canidelo com temas de Banda Desenhada e Cinema: Simpsons, Tom & Jerry, Exterminador Implacável, Blade Runner, entre outros.



Autores presentes a partir das 14:30 com sessão de autógrafos

- Melinda Gebbie

- David Hine

- Lars Henkel

- Ulf K.

- Anke Feuchtenberger

- Kai Pfeiffer

- Dominique Goblet

- Oliver Deprez

- Denis Deprez

- Regina Pessoa

- Ricardo Cabral

- Hugo Teixeira e Ana Vidazinha

- João Mascarenhas

- Geral e Derradé

- Mario Miguel de Freitas

- Carla Rodrigues

- Pedro Carvalho

- Fil

- Manuel Alves

- Gabriel Martins

- Ana Oliveira

- Rui Dias Sena

- Marcos Farrajota e Joana Pires

- Filipe Melo



Programação paralela à sessão de autógrafos

- 12h00: Apresentação de Jorge Ferreira sobre a extensão e o projecto Casa Viva do MAB

- 14h30: Apresentação do filme “Zepe” (por Diogo Stuart e Manuel Espírito Santo)

- 15h00: Entrevista áudio a Stuart de Carvalhais (através de vinil) e conversa com familiares

- 15h30 : Entrevista à autora Melinda Gebbie para o MAB e para o blogue “Leituras de BD”

- 16h30: Exibição das animações de Regina Pessoa com a presença da autora “História Trágica com Final Feliz” e “A Noite”

- 17h00: Primeira apresentação mundial do livro ilustrado por Melinda Gebbie acerca das suas memórias desde os anos 70

- Primeira apresentação mundial do livro ilustrado por Melinda Gebbie para a adaptação de Alan Moore de um poema do poeta William Blake

- 18h00: Exibição do filme “Vinzent” do realizador alemão Ayassi, vencedor do prémio do jurí da crítica do Festival Internacional de Cinema Fantasporto em 2005 com introdução de Lars Henkel e Manuel Espírito Santo



Domingo, 11 de Março de 2012



Autores presentes a partir das 14:30 com sessão de autógrafos

- Melinda Gebbie

- David Hine

- Lars Henkel

- Ulf K.

- Anke Feuchtenberger

- Kai Pfeiffer

- Dominique Goblet

- Oliver Deprez

- Denis Deprez

- Regina Pessoa

- Ricardo Cabral

- Hugo Teixeira e Ana Vidazinha

- João Mascarenhas

- Geral e Derradé

- Mário Miguel de Freitas

- Carla Rodrigues

- Pedro Carvalho

- Fil

- Manuel Alves

- Gabriel Martins

- Ana Oliveira

- Rui Dias Sena

- Marcos Farrajota e Joana Pinto

- Filipe Melo



Programação paralela à sessão de autógrafos

- 14h30: Animações do projecto “Dialectus”: “No Mundo da Lua” e “Zeca e Zuzzie (1º episódio)

- 16h00: Exibição de animações de Lars Henkel com apresentação de Manuel Espírito Santo

- Melinda Gebbie com o exclusivo MAB de projecção futura de dois livros: livro de memórias de Melinda Gebbie e livro ilustrado por Melinda Gebbie com adaptação de Alan Moore de um poema de William Blake

- Apresentação de curtas-metragens internacionais por Marcos Farrajota:

- Dunga don't Cry de Vladimir Palibrk (Sérvia);

- A little song about my diseases: 1) Psoriasis 2) Candida Albicans 3) Cannibalistic bulimia de mina anguelova (Portugal);

- Punk Machine de Grrr (Suiça);

- Promotion canopée de Toffeur (França);

- Pedro Zamith : o Walt Disney underground de João Tocha (Portugal);

- Deep in space de Laur Balaur (Roménia);

- It's moving de André Ruivo (Portugal);

- Infinite girlfriend (vídeo-clip de Mincemeat or Tenspeed) de Javier Fabregas (Espanha);

- Dilúvio de Manuel Pereira (Portugal);

- Devir ii (vídeo-clip de Ghuna x) de André Gil Mata, Dinis Santos e Miguel Marinheiro (Portugal)

- 17h00: On the quest for beograd underground, Espanha/Sérvia, 65' de Muriel Buzarra, Natsa Sarkic e Carlos Lopez: Documentário sobre as movimentações alternativas de Belgrado que passam pela banda desenhada, música, artes plásticas ou áudio-visual. A Sérvia vive um momento eufórico de produção artística após vários anos de guerra, sanções económicas e regimes ditatoriais. Curiosamente são entrevistados muitos autores e activistas da bd como o conhecido Aleksandar Zograf, e ainda Wostok, Septic, Vladimir Palibrk ou Johanna Marcadé.



Outros pontos de interesse relativamente aos autores presentes

- Lars Henkel: Lançamento mundial do novo livro ilustrado de Pete Seeger

- Kai Pfeiffer: Primeira exposição mundial com originais do livro que está a elaborar com Dominique Goblet “Si Entente”

- Dominique Goblet: Primeira exposição mundial com originais do livro que está a elaborar com Kai Pfeiffer “Si Entente”

- Anke Feuchtenberger: Livros exclusivos da autora para o festival MAB

- Venda de livros exclusivos dos autores assim como serigrafias, originais e prints



Outras exposições no Porto

- Exposições na extensão do MAB na Casa Viva do Colectivo Zona, Rudolfo da Lodaçal Comix, da Chilicomcarne e de novos talentos e também concertos de bandas nacionais e internacionais a partir das 18h00 até às 22h30. Entrada grátis. Morada: Praça do Marquês de Pombal, nº 167

- Exposição dedicada aos 75 anos do personagem Príncipe Valente na estação de metro de São Bento coordenada por Manuel Caldas

- Exposição no Museu Nacional da Imprensa sobre o pai da banda desenhada portuguesa Stuart de Carvalhais: “Stuart BD & Azulejos” patente de 10 de Março a 31 de Maio em parceria com o MAB. Horário: Todos os dias das 15h às 20h

- Exposição dedicada a Stuart de Carvalhais no Palacete dos Viscondes de Balsemão (Praça de Carlos Alberto, nº 71) em parceria com o MAB. Horário: 2ª a 6ª das 9h às 20h. Entrada grátis



(Texto da responsabilidade da organização; este programa pode sofrer alterações de última hora)

08/03/2012

Super-heróis na Turma da Mônica



1.       Em (pelo menos) três das publicações da Turma da Mônica agora disponíveis nas bancas portuguesas há uma presença comum: super-heróis da Marvel e da DC Comics.
2.      Ou, melhor dizendo, de personagens neles (muito) inspirados.
3.      O que, diga-se de passagem, não é algo assim tão invulgar.
4.      Ou não fossem esses super-heróis – há já muitos anos – uma referência - cultural, sim - comum e universal, o que torna perfeitamente acessíveis e assimiláveis as situações e/ou piadas criadas em torno deles, dos seus poderes e formas de agir.
5.      E compreensível a sua utilização nas historinhas da turma, seja o registo de paródia, citação ou até homenagem.
6.      (O que não invalida que nalguns casos também possam desempenhar o papel de chamariz para aqueles que normalmente passam ao largo da Turma da Mônica…)

7.      Das três publicações referidas, o caso mais notório é:









Clássicos do Cinema Turma da Mônica #27
Lanterninha Verde
Estúdios Maurício de Sousa
Panini Comics (Brasil, Agosto de 2011)
190 x 275 mm, 48 p., cor, brochado, bimestral
R$ 5,50 / 2,50 €

8.     Clássicos do Cinema Turma da Mônica é uma colecção bimestral, que parte de (previsíveis) sucessos de bilheteira, geralmente mais próximos do público adolescente, para recontar as suas histórias tendo por protagonistas os habituais integrantes da Turma da Mônica.
9.      Com a actual predilecção do cinema pelos super-heróis – e porque muitos dos leitores da turma também serão certamente seus fãs e leitores - não surpreende que estes recorrentemente sejam objecto desta colecção.
10.  As histórias nela publicadas, vivem do equilíbrio – nem sempre fácil, geralmente satisfatório - entre as bases do enredo original com as situações típicas e habituais vividas pela Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali no seu quotidiano no Bairro do Limoeiro.
11.   Em Lanterninha Verde (ou Lantelninha Velde?), isso acontece mais uma vez, sendo o ponto de partida os complexos capilares do Cebolinha, a quem a descoberta de uma lanterna (literalmente, e não de um anel) transforma num super-herói (ou super-vilão…?) que deseja – agora e sempre! – tornar-se no dono da rua!
12.  Por isso, como sempre, o confronto com a Mônica é inevitável, como inevitável é o final, ficando a expensas da roupagem de super-herói que a narrativa enverga, algumas variações intermédias divertidas e o surpreendente desfecho que, se (mais uma vez) não lhe traz a vitória, lhe concede pelo menos alguma satisfação.
13.  Como cada vez mais acontece nas edições especiais da Turma, as páginas finais são preenchidas com esboços e desenhos preparatórios da história, o que ajuda a valorizar a componente artística – tantas vezes ignorada - que está por detrás destas publicações a que muitos geralmente associam – apenas - um forte pendor comercial.

14.  A segunda revista é:











Cebolinha #56
Estúdios Maurício de Sousa
Panini Comics (Brasil, Agosto de 2011)
130 x 190 mm, 64 p., cor, brochado, mensal
R$ 3,20 / 1,50 €

15.   Neste caso, a presença de bem conhecidas personagens Marvel – ou das suas derivações “mauricianas” - logo na capa é apenas um chamativo extra para uma história que se enquadra na componente cívica e educativa, sempre presente nas aventuras da Turma.
16.  Se a sua mensagem é directa e simples – a reciclagem de brinquedos pode contribuir para a felicidade dos que são menos favorecidos – uma leitura mais atenta descobre temáticas mais sérias nas entrelinhas:
17.   Como a necessidade de enfrentar o crescimento/envelhecimento (que o pai do Cebolinha contraria voltando às brincadeiras infantis…) ou…
18.  O consequente aumento da complexidade da vida que isso acarreta, quer porque o leque de opções se alarga, quer pela necessidade de enfrentar as suas consequências….
19.  Embora, no final da história, seja o humor e a solidariedade que prevalecem. Naturalmente.
20. (Em termos de revista, para quem aprecia humor nonsense, não posso deixar de indicar a BD protagonizada pelo Louco que é uma verdadeira… loucura!).

21.  Finalmente, temos








As Tiras Clássicas da Turma da Mônica – Volume #7
Estúdios Maurício de Sousa
Panini Comics (Brasil, Setembro de 2011)
205 x 205 mm, 128 p., cor, brochado
R$ 19,80 / 8,00 €

22. Esta edição mostra, aos mais distraídos, que esta inclinação de Maurício de Sousa e do seu estúdio pelos super-heróis não segue uma moda (passageira?) actual, pois já nos anos 70 do século passado, quando estas tiras foram publicadas pela primeira vez em jornais do Brasil, eles já serviam (ocasionalmente) de mote ou argumento cómico, quer através da sua intervenção directa, quer através da simples evocação.
23. – O que talvez indique que a moda actual não será assim tanto “moda” nem tão “actual”…
24. Ou reforce que o imaginário colectivo há muito acolheu Batman, Spiderman, Superman ou X-Men entre tantos outros…
25.  Na primeira das duas tiras desta recolha que têm super-heróis, curiosamente o “Superman” de Maurício surge perfeitamente integrado no universo da Turma (ou será o contrário?), sinal de outros tempos em que os direitos não tinham o peso que hoje se (re)conhece.
26. Quanto à evocação do capitão Marvel – hoje bem menos popular - a sua adequação às características próprias do Cascão provoca de imediato um sorriso.
27.  (E, no que a este álbum diz respeito, onde as bases do humor que hoje (re)conhecemos a Maurício de Sousa já estavam bem consolidadas, há bem mais para apreciar, propondo eu aos eventuais leitores que procurem as temáticas então aceitáveis e hoje inimagináveis em bandas desenhadas para um público infanto-juvenil…)
 

07/03/2012

Pablo #1. Max Jacob












Julie Birmant (argumento)
Clément Oubrerie (desenho)
Dargaud (França, 27 de Janeiro de 2012)
225 x 300 mm, 86 p., cor, cartonado
16,95 €

06/03/2012

O Menino Triste - Punk Redux












João Mascarenhas
Qual Albatroz (Portugal, Novembro de 2011)
215 x 305 mm, 48 p., pb, cartonado
10,00 €



1.      Demasiado (?) elogiada por alguns, a autobiografia - também aos quadradinhos – tem que cumprir (pelo) menos um de dois pressupostos para ser interessante:
2.      O autor fez/viveu coisas interessantes ou…
3.      O autor conta o que viveu de forma interessante.
4.      (Há ainda – caso ideal! - a conjugação dos dois aspectos, quando o autor conta de forma interessante, algo interessante que fez/viveu).
5.      Em O Menino Triste – Punk Redux, João Mascarenhas recorda a sua primeira vista a Londres, no Verão de 1976, estava o movimento punk a dar os primeiros passos, o que faz dela uma BD que pode ser catalogada na categoria do autobiográfico…
6.      … mesmo que ao tom recordatório evidente, Mascarenhas acrescente igualmente momentos ficcionais e uma forte componente documental…
7.      … sendo que este último ponto transforma este álbum num caso único entre nós.
8.      A sua base, é evidente, são as memórias de Mascarenhas, aquilo que ele viveu durante um Verão em Londres…
9.      … mas o seu propósito vai mais além, pois pretende evocar as bases e princípios do movimento punk.
10. De forma empenhada e militante, é evidente – e não me parece que haja qualquer mal nisso – pois João Mascarenhas viveu de forma intensa, embora curta, aquele momento único, mas também com bastante lucidez, traçando uma imagem bastante nítida do que levou tantos jovens de então a desafiar – pela forma de vestir, sim, mas principalmente por palavras, atitudes e ideias – o conformismo, o cinzentismo, a falta de saídas, então existentes
11.  (E que em muitas questões não estão longe – ou estarão longe apenas pela dimensão mais global dos problemas – das que afectam os jovens europeus de hoje).
12.  A par disso, Mascarenhas, estabelece um paralelo com a situação – antagónica ou similar…? – que se vivia então em Portugal, na sequência da revolução de Abril.
13.  Se tudo isto já era suficiente para justificar a leitura desta nova vivência de O Menino Triste, Mascarenhas acrescenta-lhe mais um aspecto: a qualidade da sua narração.
14.  Em que, sem o desvirtuar, adequa o seu grafismo – geralmente limpo e claro, aqui mais duro, sujo e pesado – a linguagem utilizada (bem próxima do vernáculo que o punk utilizou) e a própria concepção das pranchas, com vinhetas de contornos recortados, por vezes atravessadas por alfinetes ou fora da esquadria que tradicionalmente os quadradinhos seguem.
15.  Para além disso, distribui pelo relato referências, homenagens e piscares de olho, não só ao punk e aos seus símbolos exteriores mais visíveis, mas também a Portugal, a músicos portugueses e à própria banda desenhada, que justificam uma segunda leitura, mais atenta a eles do que à narrativa em si.
16.  Posto isto, se este texto fica por aqui, após a leitura (ou antes dela?) de Punk Redux, aconselho vivamente a (re)leitura da entrevista com João  Mascarenhas ontem aqui publicada, como complemento útil – e interessante – deste - interessante - pedaço de vida que ele conta - de forma interessante.

Banda sonora aconselhada
Para acompanhar a leitura de O Menino Triste – Punk Redux (que pode ser encomendado aqui), João Mascarenhas, “sem ser exaustivo e sem qualquer ordem de preferência ou temporal”, tendo em conta as suas “preferências pessoais” e porque dão “uma visão daqueles tempos iniciais”, aconselha como banda sonora os seguintes temas:

- Anarchy in the U.K. – Sex Pistols
- God Save the Queen – Sex Pistols
- Should I stay or should I go – Clash
- Bored Teenagers – The Adverts
- How much longer – Alternative TV
- Pay to Cum – Bad Brains
- Boredom – Buzzcocks
- Forces of Victory – Linton Kwesi Johnson
- Hong Kong Garden – Siouxsie and the Banshees
- Denis – Blondie
- New rose – The Damned
- Do anything you wanna do – Eddy and the Hot Rods
- If the kids are united – Sham 69
- Blitzkrieg Bop – The Ramones
- Don’t worry about the government – Talking Heads


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