Derib (argumento e desenho)Le Lombard (França, 21 de Outubro de 2011)
240 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
14,79 €
Resumo
Trabalho publicitário feito nos anos 80, por Derib, a pedido de um amigo, para os chocolates Poulain, este álbum conta a história de Antoine e do pequeno potro Poulain. Após a venda da mãe deste último, devido às dificuldades financeiras do pai de Antoine, o pequeno cavalo deixa de comer e brincar, decidindo o seu jovem amigo partir com ele para o reunir à progenitora.
Desenvolvimento
Como o resumo deixa antever, esta é apenas (e perceba-se este “apenas” entre aspas porque simplicidade não tem forçosamente de ser sinónimo de menor qualidade ou interesse) uma bela fábula sobre a força da amizade, no caso entre um adolescente e o seu cavalo, criado por Derib numa época “em que tinha um cavalo e montava todos os dias”.
Apesar disso – e de ser de alguma forma uma encomenda – a história, especialmente vocacionada para os mais novos, embora directa e linear e do seu tom algo ingénuo, lê-se bem, de uma assentada, permitindo o pouco texto existente que os olhos se demorem mais nas vinhetas e na natureza que Derib (tão bem) representa.
Publicada inicialmente sob a forma de quatro pequenos livros à italiana - “Couleur Chocolat”, “Le Grand départ”, “La rencontre” e “Le plus beau jour”, que se podiam encontrar junto com os chocolates que promoviam e cuja presença no relato é discreta e anónima – o que não implica qualquer tipo de quebra no relato, nela já se encontram as características basilares da obra do autor suíço: os valores humanistas (que fizeram de Buddy Longway um notável western), com a amizade (que move montanhas ou, pelo menos, ajuda a atravessá-las…) em primeiro plano, o seu amor pelos animais, a sua paixão pelos cavalos, o gosto pela natureza, pelo ar puro e pelos grandes espaços abertos.
E também o grafismo que o distinguiu, baseado numa planificação dinâmica, muitas vezes feita da inserção de vinhetas menores noutras de tamanho superior, e num desenho realista credível e vivo, próximo do que utilizava na época em Buddy Longway.
E é com ele que traça a viagem, de alguma forma iniciática, em que a forte ligação entre os dois protagonistas lhes vai permitir ultrapassar os diversos obstáculos (que a natureza lhes apresenta), e que leva Antoine e Poulain, para fora do seu ambiente, através da montanha, até ao seu destino, com direito a um ou outro toque de humor e a uma descoberta feliz que permite concretizar os seus sonhos. E que, uma vez terminada a leitura, deixa o sabor – nostálgico… - daquela magia que (em tempos idos) afirma(va) que tudo é possível e na qual os (pequenos) leitores) acredita(va)m…
17/10/2011
Poulain mon ami
16/10/2011
Selos & Quadradinhos (67)
Stamps & Comics / Timbres & BD (67)
Tema/subject/sujet:
Tintin na Lua / Tintin on the Moon / Tintin dans la lune
País/country/pays: Holanda/Netherlands/Pays-Bas
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1999
País/country/pays: Holanda/Netherlands/Pays-Bas
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1999
Leituras relacionadas
1999,
Holanda,
Selos e Quadradinhos,
Tintin
15/10/2011
Leituras de banca
Outubro 2011
Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.
Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.
Mythos
Almanaque Tex 38
Mágico Vento 106
J. kendall – Aventuras de uma criminóloga 77
Tex 472
Tex Colecção 264
Os Grandes Clássicos de Tex 28
Zagor 121
Zagor Extra 85
Zagor Especial 32
Panini
Turma da Mónica
Almanaque da Magali #26
Almanaque do Chico Bento #26
Almanaque do Penadinho #9
Cascão #52
Cebolinha #52
Chico Bento #52
Magali #52
Mônica #52
Mónica y su Pandilla - Turma da Mónica em Espanhol #1
Monica’s Gang - Turma da Mónica em Inglês #1
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #52
Turma da Mônica – Clássicos do Cinema #25 – Múmias
Turma da Mónica – Saiba mais #43 – O Corpo Humano
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #52
Turma da Mónica extra #1
Turma da Mônica Jovem #34
DC Comics
Batman #100
Liga da Justiça #99
Superman #100
Universo DC #9
Marvel
Avante Vingadores #47
Homem-Aranha #110
Os Novos Vingadores #85
Wolverine #74
Universo Marvel #8
X-Men #110
Manga
Vampire Knight #5
14/10/2011
AmadoraBD 2011 (I)
Programa
FORUM LUÍS DE CAMÕES – Núcleo Central
R. Luís Vaz de Camões
Brandoa
2ª, 3ª, 4ª, 5ª feira, domingo e feriado – das 10h às 20h; 6ª feira e sábado – das 10h às 23h
- Exposição Central: O Humor na Banda Desenhada
O Centenário do Humorismo
- Comemorar o Centenário do Humorismo em Portugal e a importância de que se revestiu para a banda desenhada nacional.
- A importância da Sociedade de Humoristas Portugueses criada em 1911, o seu texto base e a actualidade e pertinência das questões colocadas. A explicitação do termo Humorismo e os motivos que conduziram à criação desta associação servem dois propósitos concretos:
a) Homenagear os artistas que defenderam a ruptura revolucionária com a caricatura oitocentista, e se declararam favor do humorismo do novo século.
A criação de uma associação e o impacto na sociedade traduz-se também nas suas concretizações, exemplo disso são os Salões dos Humoristas que se realizaram em 1912 e 1913.
b) Reflectir sobre a questão do associativismo, e das várias tentativas fracassadas de criação de sociedades em 1911, em 1916, em 1938, até à actualidade com a apresentação de trabalhos de artistas no activo sobre o esta questão no seio dos artistas gráficos.
O Humor na BD Internacional
Conhecer de que forma o Humor esteve presente na evolução histórica e geográfica da narrativa gráfica desde 1800 à actualidade.
Um processo com recriações sucessivas e sobrepostas e onde as diferentes épocas recuperam estéticas e estruturas criativas, reinventando-se constantemente. É nas séries e nos heróis que o humor de cada sociedade melhor se reflecte e se transmite de acordo com o pensamento e as fórmulas que cada época lhe atribuiu.
Nesta mostra os heróis, na sua cronologia, expressam a própria história da BD: são os representantes das preocupações de cada década e são o objecto onde os leitores encontram o seu reflexo.
- Os Peanuts ao Longo de 60 Anos
- S.O.S. – AIRCRAFT
- Rui Lacas
Prémio Melhor Álbum Português – “Asteroid Fighters – 1º Vol.”
Mostrar o processo criativo através das várias fases do trabalho.
- Filipe Andrade
Prémio Melhor Desenho Álbum Português – “BRK - Tomo 1”
Núcleos da Exposição:
1. BRK:
Através dos conteúdos expositivos e da cenografia, pretende-se mostrar ao público o processo criativo dos autores (Filipe Andrade – desenho e Filipe Pina – argumento) através das várias fases do trabalho; mostrar como nasce um álbum de BD (desde uma simples ideia até à materialização em livro).
Este é o núcleo principal da exposição, pois o propósito da mostra é o Prémio que o livro venceu.
2. Marvel:
O objectivo deste núcleo é mostrar o percurso do autor com a editora norte-americana Marvel, desde que apresentou uma candidatura espontânea até aos dias de hoje, em que aí trabalha como desenhador profissional.
3. Diversos:
Neste núcleo apresenta-se a diversidade do trabalho do autor, individualmente ou em parceria, tanto na vertente mais académica como na profissional.
- Filipe Melo
Prémio Melhor Argumento Álbum Português – “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy”
A exposição inclui 2 núcleos: 1º Vol – Prémio 2010 e o 2º Vol – a ser lançado no Festival
A mostra pretende:
- Mostrar ao público o processo criativo dos autores (Argumento: Filipe Melo;
Desenho: Juan Cavia; Cor: Santiago Villa) através das várias fases do trabalho; mostrar como nasce um álbum de BD (desde uma simples ideia até à materialização em livro).
- Dar destaque ao argumento/ história (tendo em conta que o livro foi Prémio Melhor Argumento)
- Motivar o público, sobretudo o público jovem, a ser autor de BD
- Nelson Martins
Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira – “Tout sur les Celibataires”
Exposição retrospectiva do autor, com especial enfoque no álbum premiado
Núcleos da Exposição:
1. “Tout Sur Les Célibataires”
Através dos conteúdos expositivos e da cenografia, pretende-se mostrar ao público o processo criativo do autores através das várias fases do trabalho; mostrar como nasce um álbum de BD (desde uma simples ideia até à materialização em livro).
2. “As Aventuras do Capitão: O Regresso de Tritão o Terrível”
Projecto de final de curso da Faculdade de Belas-Artes – 1996
3. “Lig & Mandu – Os Crápulas da Montanha”
Projecto de livro inédito
4. Animações e Tiras Humorísticas para Internet
“Os Especialistas”- Série de tiras humorísticas no Sapo
Segurança na Internet - Tiras semanais didácticas sobre segurança na internet
- Richard Câmara
Prémio Melhor Ilustração para Livro Infantil – “O Homem que ia contra as Portas”
- Ano Editorial
Livros Nomeados para Prémios Nacionais de BD 2011
Under Siege
Jogo de Playstation editado com uma BD
Filipe Andrade e Filipe Pina
- Concursos de BD
Tema: O Humor é uma Coisa Séria
GALERIA MUNICIPAL ARTUR BUAL
- Exposição de Fernando Relvas
Av. MFA – edifício dos Paços do Concelho - Mina
21 436 90 59 (telefone)
3ª a 6ª feira – das 10h às 12.30h e das 14h às 18h; sábado, domingo e feriado – das 15h às 18h
CASA ROQUE GAMEIRO
Ilustração de Yara Kono – Prémio Nacional de Ilustração 2010 – DGLB
Largo 1º de Dezembro - Venteira
21 436 90 58 (telefone)
2ª feira a sábado – das 10h às 12.30h e das 14h às 17.30h; encerra aos domingos e feriado
RECREIOS DA AMADORA
AmadoraCartoon
Bandeira, Natalino Melchiades, Luís Afonso (Portugal), Efaat (Egipto), Elena Ospia (Colômbia)
Av. Santos Matos - Venteira
21 436 90 55 (telefone)
3ª feira a domingo – das 14h às 17.30h; encerra à 2ª feira
CNBDI
- História com Humor, a História de Portugal na obra de Artur Correia e António Gomes de Almeida
Av. do Brasil 52 A - Falagueira
21 436 90 57 (telefone)
2ª a 6ª feira – das 9.30h às 12.30h e das 14.30h às 18h; sábado e domingo – das 14h às 19h
MUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA
- Um Dia há Quatro Mil Anos, Um Menino como Eu, João Martins
BIBLIOTECA MUNICIPAL FERNANDO PITEIRA SANTOS
- José Pires, 50 Anos de BD
Av. Conde Castro Guimarães 6 - Reboleira
21 436 90 54 (telefone)
3ª a 6ª feira – das 10h às 19h; 2ª feira e sábado – das 10h às 18h; encerra ao domingo
ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA
- É de Noite que Faço as Perguntas, David Soares, André Coelho, Daniel Silvestre Silva, João Maio Pinto, Jorge Coelho, Richard Câmara
Av. Marquês de Pombal 22 B - Mina
21 498 94 00 (telefone)
Autores Estrangeiros Presentes
1º Fim-de-Semana (22 e 23 de Outubro)
Alex Baladi (Suiça)
Valéry Der-Sarkissian (França)
Jeannie Schulz (EUA)
2º Fim-de-Semana (29 e 30 de Outubro)
Gogue (Galiza/Espanha)
Xaquin Marin (Galiza/Espanha)
Luiz Gê (Brasil)
Peggy Adam (França)
Spacca (Brasil)
Effat Ismail (Egipto)
3º Fim-de-Semana (5 e 6 de Novembro)
Roberta Gregory (EUA)
John Lent (EUA)
Juan Cavia (Argentina)
Santiago Villa (Argentina)
Shannon Weeler (EUA)
Eric Maltaite (Bélgica)
(Texto da responsabilidade da organização)
FORUM LUÍS DE CAMÕES – Núcleo Central
R. Luís Vaz de Camões
Brandoa
2ª, 3ª, 4ª, 5ª feira, domingo e feriado – das 10h às 20h; 6ª feira e sábado – das 10h às 23h
- Exposição Central: O Humor na Banda Desenhada
O Centenário do Humorismo
- Comemorar o Centenário do Humorismo em Portugal e a importância de que se revestiu para a banda desenhada nacional.
- A importância da Sociedade de Humoristas Portugueses criada em 1911, o seu texto base e a actualidade e pertinência das questões colocadas. A explicitação do termo Humorismo e os motivos que conduziram à criação desta associação servem dois propósitos concretos:
a) Homenagear os artistas que defenderam a ruptura revolucionária com a caricatura oitocentista, e se declararam favor do humorismo do novo século.
A criação de uma associação e o impacto na sociedade traduz-se também nas suas concretizações, exemplo disso são os Salões dos Humoristas que se realizaram em 1912 e 1913.
b) Reflectir sobre a questão do associativismo, e das várias tentativas fracassadas de criação de sociedades em 1911, em 1916, em 1938, até à actualidade com a apresentação de trabalhos de artistas no activo sobre o esta questão no seio dos artistas gráficos.
O Humor na BD Internacional
Conhecer de que forma o Humor esteve presente na evolução histórica e geográfica da narrativa gráfica desde 1800 à actualidade.
Um processo com recriações sucessivas e sobrepostas e onde as diferentes épocas recuperam estéticas e estruturas criativas, reinventando-se constantemente. É nas séries e nos heróis que o humor de cada sociedade melhor se reflecte e se transmite de acordo com o pensamento e as fórmulas que cada época lhe atribuiu.
Nesta mostra os heróis, na sua cronologia, expressam a própria história da BD: são os representantes das preocupações de cada década e são o objecto onde os leitores encontram o seu reflexo.
- Os Peanuts ao Longo de 60 Anos
- S.O.S. – AIRCRAFT
- Rui Lacas
Prémio Melhor Álbum Português – “Asteroid Fighters – 1º Vol.”
Mostrar o processo criativo através das várias fases do trabalho.
- Filipe Andrade
Prémio Melhor Desenho Álbum Português – “BRK - Tomo 1”
Núcleos da Exposição:
1. BRK:
Através dos conteúdos expositivos e da cenografia, pretende-se mostrar ao público o processo criativo dos autores (Filipe Andrade – desenho e Filipe Pina – argumento) através das várias fases do trabalho; mostrar como nasce um álbum de BD (desde uma simples ideia até à materialização em livro).
Este é o núcleo principal da exposição, pois o propósito da mostra é o Prémio que o livro venceu.
2. Marvel:
O objectivo deste núcleo é mostrar o percurso do autor com a editora norte-americana Marvel, desde que apresentou uma candidatura espontânea até aos dias de hoje, em que aí trabalha como desenhador profissional.
3. Diversos:
Neste núcleo apresenta-se a diversidade do trabalho do autor, individualmente ou em parceria, tanto na vertente mais académica como na profissional.
- Filipe Melo
Prémio Melhor Argumento Álbum Português – “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy”
A exposição inclui 2 núcleos: 1º Vol – Prémio 2010 e o 2º Vol – a ser lançado no Festival
A mostra pretende:
- Mostrar ao público o processo criativo dos autores (Argumento: Filipe Melo;
Desenho: Juan Cavia; Cor: Santiago Villa) através das várias fases do trabalho; mostrar como nasce um álbum de BD (desde uma simples ideia até à materialização em livro).
- Dar destaque ao argumento/ história (tendo em conta que o livro foi Prémio Melhor Argumento)
- Motivar o público, sobretudo o público jovem, a ser autor de BD
- Nelson Martins
Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira – “Tout sur les Celibataires”
Exposição retrospectiva do autor, com especial enfoque no álbum premiado
Núcleos da Exposição:
1. “Tout Sur Les Célibataires”
Através dos conteúdos expositivos e da cenografia, pretende-se mostrar ao público o processo criativo do autores através das várias fases do trabalho; mostrar como nasce um álbum de BD (desde uma simples ideia até à materialização em livro).
2. “As Aventuras do Capitão: O Regresso de Tritão o Terrível”
Projecto de final de curso da Faculdade de Belas-Artes – 1996
3. “Lig & Mandu – Os Crápulas da Montanha”
Projecto de livro inédito
4. Animações e Tiras Humorísticas para Internet
“Os Especialistas”- Série de tiras humorísticas no Sapo
Segurança na Internet - Tiras semanais didácticas sobre segurança na internet
- Richard Câmara
Prémio Melhor Ilustração para Livro Infantil – “O Homem que ia contra as Portas”
- Ano Editorial
Livros Nomeados para Prémios Nacionais de BD 2011
Under Siege
Jogo de Playstation editado com uma BD
Filipe Andrade e Filipe Pina
- Concursos de BD
Tema: O Humor é uma Coisa Séria
GALERIA MUNICIPAL ARTUR BUAL
- Exposição de Fernando Relvas
Av. MFA – edifício dos Paços do Concelho - Mina
21 436 90 59 (telefone)
3ª a 6ª feira – das 10h às 12.30h e das 14h às 18h; sábado, domingo e feriado – das 15h às 18h
CASA ROQUE GAMEIRO
Ilustração de Yara Kono – Prémio Nacional de Ilustração 2010 – DGLB
Largo 1º de Dezembro - Venteira
21 436 90 58 (telefone)
2ª feira a sábado – das 10h às 12.30h e das 14h às 17.30h; encerra aos domingos e feriado
RECREIOS DA AMADORA
AmadoraCartoon
Bandeira, Natalino Melchiades, Luís Afonso (Portugal), Efaat (Egipto), Elena Ospia (Colômbia)
Av. Santos Matos - Venteira
21 436 90 55 (telefone)
3ª feira a domingo – das 14h às 17.30h; encerra à 2ª feira
CNBDI
- História com Humor, a História de Portugal na obra de Artur Correia e António Gomes de Almeida
Av. do Brasil 52 A - Falagueira
21 436 90 57 (telefone)
2ª a 6ª feira – das 9.30h às 12.30h e das 14.30h às 18h; sábado e domingo – das 14h às 19h
MUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA
- Um Dia há Quatro Mil Anos, Um Menino como Eu, João Martins
BIBLIOTECA MUNICIPAL FERNANDO PITEIRA SANTOS
- José Pires, 50 Anos de BD
Av. Conde Castro Guimarães 6 - Reboleira
21 436 90 54 (telefone)
3ª a 6ª feira – das 10h às 19h; 2ª feira e sábado – das 10h às 18h; encerra ao domingo
ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA
- É de Noite que Faço as Perguntas, David Soares, André Coelho, Daniel Silvestre Silva, João Maio Pinto, Jorge Coelho, Richard Câmara
Av. Marquês de Pombal 22 B - Mina
21 498 94 00 (telefone)
Autores Estrangeiros Presentes
1º Fim-de-Semana (22 e 23 de Outubro)
Alex Baladi (Suiça)
Valéry Der-Sarkissian (França)
Jeannie Schulz (EUA)
2º Fim-de-Semana (29 e 30 de Outubro)
Gogue (Galiza/Espanha)
Xaquin Marin (Galiza/Espanha)
Luiz Gê (Brasil)
Peggy Adam (França)
Spacca (Brasil)
Effat Ismail (Egipto)
3º Fim-de-Semana (5 e 6 de Novembro)
Roberta Gregory (EUA)
John Lent (EUA)
Juan Cavia (Argentina)
Santiago Villa (Argentina)
Shannon Weeler (EUA)
Eric Maltaite (Bélgica)
(Texto da responsabilidade da organização)
13/10/2011
Poulet aux prunes
Marjane Satrapi (argumento e desenho)
L’Association (França, 2004)
165 x 240 mm, 88 p., pb, brochado com badanas
14,00 €
Resumo
Nasser Ali, famoso tocador de tar (instrumento tradicional iraniano) decide deixar-se morrer após diversas tentativas goradas de substituir o instrumento que a sua esposa partiu.
L’Association (França, 2004)
165 x 240 mm, 88 p., pb, brochado com badanas
14,00 €
Resumo
Nasser Ali, famoso tocador de tar (instrumento tradicional iraniano) decide deixar-se morrer após diversas tentativas goradas de substituir o instrumento que a sua esposa partiu.
Leituras relacionadas
L'Association,
Marjane Satrapi,
opinião
12/10/2011
Scott Pilgrim #4
Agora é a sérioBryan Lee O’Malley (argumento e desenho)
Booksmile (Portugal, Setembro de 2011)
127 x 190 mm, 168 p, cor e pb, brochado
9,99 €
Resumo
Apesar de ser Verão, estação geralmente conotada com leveza e simplicidade, é altura de Scott dar um novo rumo à sua vida, procurando emprego e assumindo (ou não…) a sua relação com Ramona.
Desenvolvimento
Embora não se referindo exactamente a isso, o título português deste quarto tomo do relato do quotidiano do adolescente retardado Scott Pilgrim, é especialmente feliz quanto ao seu conteúdo.
Porque – e neste caso a publicidade é verdadeira – este é sem dúvida o melhor dos quatro volumes até agora publicados.
Desde logo, porque a narrativa é bem mais linear e estruturada, dando menos espaço às fantasias e ancorando-se mais no quotidiano de Pilgrim e dos seus amigos. Que, com a idade a passar – em tempos idos bem mais cedo, nos nossos dias na faixa etária a partir dos 20, 25 anos… - tem que assumir relações e tomar decisões. Tão simples (ou tão complicadas) como esquecer as amigas para se concentrar na namorada, deixar o amigo gay com quem partilha o apartamento para ir viver com a miúda de quem gosta, arranjar um emprego que dê (alguma) estabilidade financeira – até para poder fazer frentes às novas responsabilidades; numa palavra: crescer.
O que raramente é fácil e sai bem à primeira, mas que se torna tão mais proveitoso, quanto maiores são as responsabilidades a enfrentar.
É disto que nos fala O’Malley, sem no entanto perder o humor e a desenvoltura narrativa, que conferem o tom original à descrição do quotidiano de Pilgrim, já patente nos volumes anteriores. A par desta maturidade temática e narrativa, o autor consegue também crescer graficamente, com uma melhor definição gráfica das personagens, o que facilita a leitura e permite ao leitor acompanhar sem grandes dificuldades o elevado ritmo narrativa da obra, devido à planificação diversificada e dinâmica (e não só nas cenas de acção), onde são evidentes as influências do manga, conferindo a este tomo tudo para continuar a agarrar os seus fãs e conquistar alguns daqueles a quem os três primeiros tinham deixado reticentes.
A reter
- O bom trabalho de cor da sequência inicial de 8 páginas.
- A maturidade do autor que este tomo revela bem como o salto de qualidade da série.
- A edição de quatro volumes em cerca de um ano – e o anúncio da edição dos dois restantes até ao final do ano (a 20 de Outubro e a 17 de Novembro). Se isto não é caso único em Portugal, anda bem perto disso. E significa respeito pelo leitor e a demonstração de uma aposta clara numa determinada obra.
Conhecidas algumas condicionantes que, por vezes, impediram que isto acontecesse noutros casos, se esta tivesse sido a regra e não a excepção da edição de BD em Portugal ao longo das décadas, de certeza que as coisas estariam bem melhor a esse nível…
PS – A par de Scott Pilgrim, Dragon Ball e Yu-Gi-Oh! (ambos da ASA), são também exemplos semelhantes. Fica a esperança que algo esteja a mudar nesta área e que não se fique apenas a dever a imposições dos detentores originais dos direitos de autor… De qualquer forma, os leitores portugueses saíram a ganhar.
Trailer
Booksmile (Portugal, Setembro de 2011)
127 x 190 mm, 168 p, cor e pb, brochado
9,99 €
Resumo
Apesar de ser Verão, estação geralmente conotada com leveza e simplicidade, é altura de Scott dar um novo rumo à sua vida, procurando emprego e assumindo (ou não…) a sua relação com Ramona.
Desenvolvimento
Embora não se referindo exactamente a isso, o título português deste quarto tomo do relato do quotidiano do adolescente retardado Scott Pilgrim, é especialmente feliz quanto ao seu conteúdo.
Porque – e neste caso a publicidade é verdadeira – este é sem dúvida o melhor dos quatro volumes até agora publicados.
Desde logo, porque a narrativa é bem mais linear e estruturada, dando menos espaço às fantasias e ancorando-se mais no quotidiano de Pilgrim e dos seus amigos. Que, com a idade a passar – em tempos idos bem mais cedo, nos nossos dias na faixa etária a partir dos 20, 25 anos… - tem que assumir relações e tomar decisões. Tão simples (ou tão complicadas) como esquecer as amigas para se concentrar na namorada, deixar o amigo gay com quem partilha o apartamento para ir viver com a miúda de quem gosta, arranjar um emprego que dê (alguma) estabilidade financeira – até para poder fazer frentes às novas responsabilidades; numa palavra: crescer.
O que raramente é fácil e sai bem à primeira, mas que se torna tão mais proveitoso, quanto maiores são as responsabilidades a enfrentar.
É disto que nos fala O’Malley, sem no entanto perder o humor e a desenvoltura narrativa, que conferem o tom original à descrição do quotidiano de Pilgrim, já patente nos volumes anteriores. A par desta maturidade temática e narrativa, o autor consegue também crescer graficamente, com uma melhor definição gráfica das personagens, o que facilita a leitura e permite ao leitor acompanhar sem grandes dificuldades o elevado ritmo narrativa da obra, devido à planificação diversificada e dinâmica (e não só nas cenas de acção), onde são evidentes as influências do manga, conferindo a este tomo tudo para continuar a agarrar os seus fãs e conquistar alguns daqueles a quem os três primeiros tinham deixado reticentes.
A reter
- O bom trabalho de cor da sequência inicial de 8 páginas.
- A maturidade do autor que este tomo revela bem como o salto de qualidade da série.
- A edição de quatro volumes em cerca de um ano – e o anúncio da edição dos dois restantes até ao final do ano (a 20 de Outubro e a 17 de Novembro). Se isto não é caso único em Portugal, anda bem perto disso. E significa respeito pelo leitor e a demonstração de uma aposta clara numa determinada obra.
Conhecidas algumas condicionantes que, por vezes, impediram que isto acontecesse noutros casos, se esta tivesse sido a regra e não a excepção da edição de BD em Portugal ao longo das décadas, de certeza que as coisas estariam bem melhor a esse nível…
PS – A par de Scott Pilgrim, Dragon Ball e Yu-Gi-Oh! (ambos da ASA), são também exemplos semelhantes. Fica a esperança que algo esteja a mudar nesta área e que não se fique apenas a dever a imposições dos detentores originais dos direitos de autor… De qualquer forma, os leitores portugueses saíram a ganhar.
Trailer
Leituras relacionadas
Booksmile,
O'Malley,
Scott Pilgrim
11/10/2011
Tintin - As jóias de Castafiore
ASA (Portugal, Setembro de 2011)
160 x 220 mm, 64 p., cor, cartonado
8,90 €
Amado pelos críticos mas menos considerado por muitos leitores de Tintin, sendo por isso, possivelmente a mais incompreendida das obras de Hergé, "As jóias de Castafiore" é um verdadeiro exercício de estilo, com o qual Hergé pretendeu "contar uma história em que nada se passasse".
Como palco da acção, um espaço fechado - o castelo e a propriedade de Moulinsart - satisfazendo um desejo do capitão Haddock no início de O caso Girassol, de que muito se irá ele arrepender, mais limitado àquele espaço fechado do que todos os outros…
E onde, na verdade, pouco é aquilo que parece e (quase) nada acontece: não há as longas viagens que marcaram as outras aventuras, não há tiros nem perseguições, não há raptos nem grandes descobertas científicas, não há tesouros nem meteoritos, não há traficantes nem ladrões…
Mas estão lá muitas das personagens recorrentes da série, assumindo os papéis habituais, quase como que numa reunião da família Tintin: o irascível Haddock, o surdo Girassol, os trapalhões Dupond e Dupont, a distraída (diva) Castafiore, o insuportável Serafim Lampião, o imperturbável Nestor, o anónimo talhante Sanzot, o aldrabão marmorista Boullu, o enigmático pianista Wagner, a servil Irma…
Estão lá, em grande número, passando as pranchas a correr de um lado para o outro, sempre em busca de alguma coisa ou de alguém, mantendo o leitor em constante suspense à espera de algo que (apesar de tudo) nunca acontecerá, numa história em que o humor – brilhante no gag do degrau que percorre todo o álbum, na distracção constante de Castafiore, nas trapalhadas dos Dupondt, nas intervenções do papagaio, nos sucessivos motivos de exasperação de Haddock que culminam no anúncio do seu casamento com o “Rouxinol milanês” - tem um papel ímpar, e que o filósofo francês Michel Serres definiu como "um tratado da teoria da comunicação".
Por isso, também “As jóias da Castafiore”, datadas de 1961, revelam-se um fabuloso jogo de equívocos e de crítica de costumes – veja-se a forma como (quase) todos olham de soslaio os ciganos, veja-se a relação de (pouco) ódio/(muito) amor da cantora com a imprens, veja-se o retrato pouco abonatório da sub-espécie dos paparazzi (que apenas têm equivalente nos ignorantes bacocos cujo interesse doentio pelos ditos “famosos” os alimenta)…
A todos estes ingredientes, Hergé acrescentou uma técnica narrativa ímpar, numa perfeita conjugação de desenho e texto, numa legibilidade extrema – nada, em cada prancha, está lá por acaso… - numa sábia utilização dos balões ou da sua ausência, guiando o leitor de engano em engano, de pista falsa em pista falsa, de surpresa em surpresa, de conclusão enganadora em conclusão enganadora… até ao final surpreendente, inesperado, que coloca tudo no seu lugar, que revela como tudo aquilo em que Tintin se baseia para fazer diversas deduções ao longo do álbum estava antes disponível para o leitor, em que tudo encaixa na perfeição, em que tudo é explicado de forma (mais que) satisfatória, em que os intrusos que se multiplicaram em Moulinsart finalmente partem, deixando vazia a casa e sossegados os seus moradores, num regresso à normalidade.
A reter
- Julgo que não há álbuns perfeitos mas, a haver, este seria um dos candidatos àquele título…
160 x 220 mm, 64 p., cor, cartonado
8,90 €
Amado pelos críticos mas menos considerado por muitos leitores de Tintin, sendo por isso, possivelmente a mais incompreendida das obras de Hergé, "As jóias de Castafiore" é um verdadeiro exercício de estilo, com o qual Hergé pretendeu "contar uma história em que nada se passasse".
Como palco da acção, um espaço fechado - o castelo e a propriedade de Moulinsart - satisfazendo um desejo do capitão Haddock no início de O caso Girassol, de que muito se irá ele arrepender, mais limitado àquele espaço fechado do que todos os outros…
E onde, na verdade, pouco é aquilo que parece e (quase) nada acontece: não há as longas viagens que marcaram as outras aventuras, não há tiros nem perseguições, não há raptos nem grandes descobertas científicas, não há tesouros nem meteoritos, não há traficantes nem ladrões…
Mas estão lá muitas das personagens recorrentes da série, assumindo os papéis habituais, quase como que numa reunião da família Tintin: o irascível Haddock, o surdo Girassol, os trapalhões Dupond e Dupont, a distraída (diva) Castafiore, o insuportável Serafim Lampião, o imperturbável Nestor, o anónimo talhante Sanzot, o aldrabão marmorista Boullu, o enigmático pianista Wagner, a servil Irma…
Estão lá, em grande número, passando as pranchas a correr de um lado para o outro, sempre em busca de alguma coisa ou de alguém, mantendo o leitor em constante suspense à espera de algo que (apesar de tudo) nunca acontecerá, numa história em que o humor – brilhante no gag do degrau que percorre todo o álbum, na distracção constante de Castafiore, nas trapalhadas dos Dupondt, nas intervenções do papagaio, nos sucessivos motivos de exasperação de Haddock que culminam no anúncio do seu casamento com o “Rouxinol milanês” - tem um papel ímpar, e que o filósofo francês Michel Serres definiu como "um tratado da teoria da comunicação".
Por isso, também “As jóias da Castafiore”, datadas de 1961, revelam-se um fabuloso jogo de equívocos e de crítica de costumes – veja-se a forma como (quase) todos olham de soslaio os ciganos, veja-se a relação de (pouco) ódio/(muito) amor da cantora com a imprens, veja-se o retrato pouco abonatório da sub-espécie dos paparazzi (que apenas têm equivalente nos ignorantes bacocos cujo interesse doentio pelos ditos “famosos” os alimenta)…
A todos estes ingredientes, Hergé acrescentou uma técnica narrativa ímpar, numa perfeita conjugação de desenho e texto, numa legibilidade extrema – nada, em cada prancha, está lá por acaso… - numa sábia utilização dos balões ou da sua ausência, guiando o leitor de engano em engano, de pista falsa em pista falsa, de surpresa em surpresa, de conclusão enganadora em conclusão enganadora… até ao final surpreendente, inesperado, que coloca tudo no seu lugar, que revela como tudo aquilo em que Tintin se baseia para fazer diversas deduções ao longo do álbum estava antes disponível para o leitor, em que tudo encaixa na perfeição, em que tudo é explicado de forma (mais que) satisfatória, em que os intrusos que se multiplicaram em Moulinsart finalmente partem, deixando vazia a casa e sossegados os seus moradores, num regresso à normalidade.
A reter
- Julgo que não há álbuns perfeitos mas, a haver, este seria um dos candidatos àquele título…
10/10/2011
Sur la route de Banlung
Cambodge 1993
Dargaud (França, 9 de Setembro de 2011)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
14,95 €
Para tornar a narrativa mais interessante – pelo menos mais apelativa para os leitores em geral - os autores deram-lhe um cunho ficcional, incluindo alguns elementos extra-realidade num relato que era principalmente biográfico pois o argumentista é exactamente Jacques Rochel, o responsável da ONU no local.
Por isso, a acção vai-se desenrolando a vários tempos: no terreno, na concretização da sua missão como funcionário da ONU; intimamente, na sua angústia perante a notícia de que o seu filho mais novo é autista, e, de forma confusa, nos vários sentimentos contraditórios que sente perante o reencontro com uma antiga colega de liceu de há 20 anos, que nunca saiu do Vietname e é casada com um alto responsável do Partido Comunista; na sombra, com o grupo de ex-khmers que aparentemente pretende roubar os 120 mil dólares que Rochel recebe mensalmente, mas cujos contornos acabarão por ditar uma situação, social e politicamente, muito mais grave e abrangente.
Reforçando o aspecto documental, o traço de Vink, demasiado preso às suas referências fotográficas, serve apenas de veículo ao desenvolvimento do relato, que consegue apesar de tudo apresentar algumas surpresas e que aparentemente se vai desenvolvendo de forma tranquila, mas em que se vai sentindo o acumular de uma tensão que pode explodir a cada momento.
Fica por questionar – e é pena – a validade dos modelos ocidentais em sociedades cujos usos e costumes são completamente diferentes, o que muitas vezes justifica os choques que a nossa imprensa raramente compreende ou explica, mas a verdade é que não era esse o objectivo pretendido.
- O dossier final, que inclui uma conversa entre Vink e Rochel que aclara alguns aspectos, profusamente ilustrado com fotografias.
Jacques Rochel (argumento)
Vink (desenho)Dargaud (França, 9 de Setembro de 2011)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
14,95 €
Resumo
Cambodja, 1993. As primeiras eleições democráticas no país estão em marcha, sob a supervisão da ONU. À sua frente, está Jacques Rochel, francês de origem vietnamita que tem que velar pelo bom desenvolvimento das operações e por fazer chegar mensalmente cerca de 120 mil dólares aos diversos colaboradores da organização, o que desperta apetites e cobiças, agudizando as tensões numa zona em tempos dominada pelos Khmers vermelhos, cujas atrocidades ainda não foram esquecidas nem perdoadas mas que alguns gostariam de voltar a ver no poder.Desenvolvimento
Este é um relato mais documental que ficcional. A primazia nele é dada ao retrato de um país conturbado, em busca de novos equilíbrios, pois se a maioria renega o passado, alguns têm saudades (pelo menos) de uma parte dele. A par disso há que considerar os diversos focos de tensão entre os habitantes locais e os brancos, considerados ocupantes e/ou lacaios dos vizinhos vietnamitas, responsáveis pelo fim da ditadura.Para tornar a narrativa mais interessante – pelo menos mais apelativa para os leitores em geral - os autores deram-lhe um cunho ficcional, incluindo alguns elementos extra-realidade num relato que era principalmente biográfico pois o argumentista é exactamente Jacques Rochel, o responsável da ONU no local.
Por isso, a acção vai-se desenrolando a vários tempos: no terreno, na concretização da sua missão como funcionário da ONU; intimamente, na sua angústia perante a notícia de que o seu filho mais novo é autista, e, de forma confusa, nos vários sentimentos contraditórios que sente perante o reencontro com uma antiga colega de liceu de há 20 anos, que nunca saiu do Vietname e é casada com um alto responsável do Partido Comunista; na sombra, com o grupo de ex-khmers que aparentemente pretende roubar os 120 mil dólares que Rochel recebe mensalmente, mas cujos contornos acabarão por ditar uma situação, social e politicamente, muito mais grave e abrangente.
Reforçando o aspecto documental, o traço de Vink, demasiado preso às suas referências fotográficas, serve apenas de veículo ao desenvolvimento do relato, que consegue apesar de tudo apresentar algumas surpresas e que aparentemente se vai desenvolvendo de forma tranquila, mas em que se vai sentindo o acumular de uma tensão que pode explodir a cada momento.
Fica por questionar – e é pena – a validade dos modelos ocidentais em sociedades cujos usos e costumes são completamente diferentes, o que muitas vezes justifica os choques que a nossa imprensa raramente compreende ou explica, mas a verdade é que não era esse o objectivo pretendido.
A reter
- O tom documental desta semi-ficção que mostra uma realidade bem diferente daquela que conhecemos (e daquela que tantas vezes nos é apresentada).- O dossier final, que inclui uma conversa entre Vink e Rochel que aclara alguns aspectos, profusamente ilustrado com fotografias.
Menos conseguido
- A relação demasiado próxima do traço de Vink com a sua base fotográfica.09/10/2011
Selos & Quadradinhos (66)
Stamps & Comics / Timbres & BD (66)
Tema/subject/sujet: Tintin e a Lua / Tintin
and the Moon / Tintin et la lune
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2004
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2004
Leituras relacionadas
2004,
Bélgica,
Selos e Quadradinhos,
Tintin
08/10/2011
As Figuras do Pedro (X)
Tintin, Haddock, Dupont
Colecção: Jeu d’Echecs – Les Aventures de Tintin
Números : 1, 2 e 3
Fabricante/Distribuidor: Hachette (França)
Ano : 2011
Altura : 12 cm
Material: resina
Preço original: 2,99 € (nº1) + 5,99 € (nº2) + 13,99 € (nº3)
Colecção: Jeu d’Echecs – Les Aventures de Tintin
Números : 1, 2 e 3
Fabricante/Distribuidor: Hachette (França)
Ano : 2011
Altura : 12 cm
Material: resina
Preço original: 2,99 € (nº1) + 5,99 € (nº2) + 13,99 € (nº3)
Trata-se
dos três primeiros e para já únicos números de uma nova colecção, relacionada
com o filme a estrear brevemente, lançada em algumas regiões de França, mas
apenas a nível de teste de mercado. Apesar de terem também sido anunciadas as
figuras de Dupond e de Milu, o teste terminou ao fim dos três primeiros números.
O
primeiro oferecia um tabuleiro de xadrez, dobrável, em cartão, e cada um dos
três incluía um fascículo sobre a respectiva personagem e regras e exercícios do
xadrez.07/10/2011
Lucky Luke
#58 - Na pista dos Dalton
René Goscinny (argumento)
Morris (desenho)
ASA (Portugal, Agosto de 2011)
220 x 300, 48 p., cor, cartonado
12,11 €
Há diversas bandas desenhadas que tiveram um papel especial na minha vida, embora pelos motivos mais diversos.
Esta é uma delas. Recompensa por algo de que já não me lembro, foi o primeiro álbum que tive e li em francês, longe de imaginar os muitos, muitos, muitos mais que se seguiriam!
No entanto, para além disso associo-o a uma recordação menos feliz, uma troca forçada de livros, provocada por um energúmeno que era meu colega de escola, cujo nome e cara nunca mais esqueci, que me ficou com ele e alguns mais, apenas emprestados para leitura. O que contribuiu sobremaneira para que o número de pessoas existentes na lista daqueles a quem empresto banda desenhada possa contar-se com os dedos de uma única mão. Com sobras.
Curiosamente, nunca mais reli o álbum – e o que narrei já se passou há mais de 30 anos! – pelo que a actual edição da ASA serviu para o (re)descobrir (e) em português.
Originalmente datado de 1962, tem como principal atractivo a estreia de Rantanplan, num argumento que não sendo dos mais memoráveis de Goscinny, tem algumas tiradas e sequências memoráveis (a falta de jeito de Rantanplan, a fome de Averell), servidas por sucessivos gags, tudo aliado a um bom ritmo narrativo, o que contribui para que seja uma leitura bem divertida.
A base narrativa – como quase sempre em Lucky Luke, o que não é sinónimo de menosprezo da minha parte – é simples, mas conduz a um encadear de situações hilariantes que culminarão no habitual final, se não feliz, pelo menos de reposição da ordem.
No caso presente, a enésima fuga dos Dalton da prisão, leva-os a cruzar-se com Lucky Luke, levando este a persegui-los afincadamente até os conseguir capturar. Pelo meio, surgem situações diversas, algumas novas, outras recorrentes, que suportam a história.
Como já referi a principal novidade do álbum é a presença de Rantanplan, impingido a Lucky Luke pelos guardas da penitenciária que perseguiam os Dalton, que ao longo do álbum se vai aproximando daquilo que viria a ser posteriormente, perdendo as poucas qualidades que tinha para acabar a assumir na perfeição o papel de “cão mais estúpido do Oeste… e do Este”, incapaz de coordenar um pensamento lógico e sempre esfomeado. Numa significativa aproximação a Averell – não por acaso, o único que gosta dele – que também desempenha – pela negativa… - um papel importante no álbum.
Graficamente, o traço de Morris ainda estava em desenvolvimento, à procura da forma e do estilo que, justamente, o viriam a celebrizar – Lucky Luke e Rantanplan são os melhores exemplos disso _ embora em termos de planificação, de dinamismo narrativo e de transmissão da noção de movimento e da acção este álbum já ombreie com o melhor que Morris posteriormente demonstrou.
A reter
- A estreia de Rantanplan
- A dualidade Rantanplan/Averell.
- A cena em que Joe Dalton defende Lucky Luke.
Curiosidade
- A participação especial (involuntária) de Jerry Spring no álbum (ver prancha ao lado), numa homenagem de Morris ao mestre Jijé.
René Goscinny (argumento)
Morris (desenho)
ASA (Portugal, Agosto de 2011)
220 x 300, 48 p., cor, cartonado
12,11 €
Há diversas bandas desenhadas que tiveram um papel especial na minha vida, embora pelos motivos mais diversos.
Esta é uma delas. Recompensa por algo de que já não me lembro, foi o primeiro álbum que tive e li em francês, longe de imaginar os muitos, muitos, muitos mais que se seguiriam!
No entanto, para além disso associo-o a uma recordação menos feliz, uma troca forçada de livros, provocada por um energúmeno que era meu colega de escola, cujo nome e cara nunca mais esqueci, que me ficou com ele e alguns mais, apenas emprestados para leitura. O que contribuiu sobremaneira para que o número de pessoas existentes na lista daqueles a quem empresto banda desenhada possa contar-se com os dedos de uma única mão. Com sobras.
Curiosamente, nunca mais reli o álbum – e o que narrei já se passou há mais de 30 anos! – pelo que a actual edição da ASA serviu para o (re)descobrir (e) em português.
Originalmente datado de 1962, tem como principal atractivo a estreia de Rantanplan, num argumento que não sendo dos mais memoráveis de Goscinny, tem algumas tiradas e sequências memoráveis (a falta de jeito de Rantanplan, a fome de Averell), servidas por sucessivos gags, tudo aliado a um bom ritmo narrativo, o que contribui para que seja uma leitura bem divertida.
A base narrativa – como quase sempre em Lucky Luke, o que não é sinónimo de menosprezo da minha parte – é simples, mas conduz a um encadear de situações hilariantes que culminarão no habitual final, se não feliz, pelo menos de reposição da ordem.
No caso presente, a enésima fuga dos Dalton da prisão, leva-os a cruzar-se com Lucky Luke, levando este a persegui-los afincadamente até os conseguir capturar. Pelo meio, surgem situações diversas, algumas novas, outras recorrentes, que suportam a história.
Como já referi a principal novidade do álbum é a presença de Rantanplan, impingido a Lucky Luke pelos guardas da penitenciária que perseguiam os Dalton, que ao longo do álbum se vai aproximando daquilo que viria a ser posteriormente, perdendo as poucas qualidades que tinha para acabar a assumir na perfeição o papel de “cão mais estúpido do Oeste… e do Este”, incapaz de coordenar um pensamento lógico e sempre esfomeado. Numa significativa aproximação a Averell – não por acaso, o único que gosta dele – que também desempenha – pela negativa… - um papel importante no álbum.
Graficamente, o traço de Morris ainda estava em desenvolvimento, à procura da forma e do estilo que, justamente, o viriam a celebrizar – Lucky Luke e Rantanplan são os melhores exemplos disso _ embora em termos de planificação, de dinamismo narrativo e de transmissão da noção de movimento e da acção este álbum já ombreie com o melhor que Morris posteriormente demonstrou.
A reter
- A estreia de Rantanplan
- A dualidade Rantanplan/Averell.
- A cena em que Joe Dalton defende Lucky Luke.
Curiosidade
- A participação especial (involuntária) de Jerry Spring no álbum (ver prancha ao lado), numa homenagem de Morris ao mestre Jijé.
Leituras relacionadas
ASA,
Goscinny,
Lucky Luke,
Morris
06/10/2011
Tchang!
Comment l’amitié déplaça les montagnes
Jean Michel Coblence (texto)
Tchang Yifei (documentação e informação)
Éditions Moulinsart (Bélgica, Março de 2003)
225 x 225 mm, 192 p., cor, brochado com badanas
31,50 €
Hergé desenhou-se a ele próprio e a alguns colabora-dores (Bob de Moor, E. P. Jacobs) como figurantes de diversos álbuns de Tintin e muitas das suas personagens foram inspiradas em pessoas reais. Mas apenas duas figuraram nos álbuns com o seu próprio nome: Al Capone, que Tintin enfrenta e derrota em “Tintin na América”, e Tchang-Tchong Jen, que Hergé introduziu em “O Lótus Azul”, e que recuperou, mais tarde, em “Tintin no Tibete”. E dos dois, por razões compreensíveis, apenas Tchang autografou os álbuns em que surge ao lado de Tintin.
Jean Michel Coblence (texto)
Tchang Yifei (documentação e informação)
Éditions Moulinsart (Bélgica, Março de 2003)
225 x 225 mm, 192 p., cor, brochado com badanas
31,50 €
Hoje,
dia 17 de Março*, as Éditions Moulinsart vão apresentar o livro “Tchang!
Comment l’amitié déplaça des montagnes”, uma completa biografia de
Tchang-Tchong Jen, o amigo chinês de Hergé. O seu lançamento é a primeira
grande edição daquilo que se convencionou chamar o “Ano Tintin”, iniciado no
passado dia 3 de Março, com o assinalar dos 20 anos da morte de Hergé e que se
concluirá em Janeiro de 2004, quando se celebrarão os 75 anos da publicação da
primeira prancha das aventuras de Tintin.
De Tchang, até hoje, apenas se conhe-ciam os aspectos da sua vida relacionados
com Hergé: o encontro dos dois, em 1934, quando o abade Gosset sugeriu a Hergé
que se documentasse sobre a China, antes de para lá enviar Tintin; a sua
contribuição para a história e a escrita dos caracteres chineses reproduzidos
em algumas legendas de “O Lótus Azul”; a sua inclusão, como personagem, neste
álbum, ao lado de Tintin; o seu salvamento, após um desastre de avião, em
“Tintin no Tibet” (1958), cujo trama tem por base a grande amizade entre as
duas personagens de papel e serviu a Hergé para expurgar fantasmas pessoais; o
seu reencontro com Hergé, em 1981, após longos anos de contactos diplomáticos
para que as autoridades chinesas o autorizassem a sair do país.
O livro lançado cinco anos após a sua morte, a 10 de Outubro de 1998, para além de aprofundar estes aspectos, revela especialmente o homem e o artista (pintor e escultor), por trás do homónimo do amigo de Tintin, em paralelo com as mudanças que sofreu a China na qual viveu durante quase um século (1907-1998) e que afectaram sobremodo a sua existência, passando de autor conceituado e respeitado a proscrito pela Revolução Cultural de Mao Tsé-tung.
“Tchang!”, tem quase duzentas páginas profusamente ilustradas com fotos, documentos e desenhos de Tchang e Hergé, e é da autoria de Jean-Michel Coblence, historiador e apaixonado pelo extremo oriente, e de Tchang Yefei, uma das filhas de Tchang-Tchong Jen.
O livro lançado cinco anos após a sua morte, a 10 de Outubro de 1998, para além de aprofundar estes aspectos, revela especialmente o homem e o artista (pintor e escultor), por trás do homónimo do amigo de Tintin, em paralelo com as mudanças que sofreu a China na qual viveu durante quase um século (1907-1998) e que afectaram sobremodo a sua existência, passando de autor conceituado e respeitado a proscrito pela Revolução Cultural de Mao Tsé-tung.
“Tchang!”, tem quase duzentas páginas profusamente ilustradas com fotos, documentos e desenhos de Tchang e Hergé, e é da autoria de Jean-Michel Coblence, historiador e apaixonado pelo extremo oriente, e de Tchang Yefei, uma das filhas de Tchang-Tchong Jen.
Hergé desenhou-se a ele próprio e a alguns colabora-dores (Bob de Moor, E. P. Jacobs) como figurantes de diversos álbuns de Tintin e muitas das suas personagens foram inspiradas em pessoas reais. Mas apenas duas figuraram nos álbuns com o seu próprio nome: Al Capone, que Tintin enfrenta e derrota em “Tintin na América”, e Tchang-Tchong Jen, que Hergé introduziu em “O Lótus Azul”, e que recuperou, mais tarde, em “Tintin no Tibete”. E dos dois, por razões compreensíveis, apenas Tchang autografou os álbuns em que surge ao lado de Tintin.
(*
Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de 17 de Março de 2003)
05/10/2011
Une nuit de pleine lune
Yves H.
(argumento)
Hermann (desenho)
Sébastien Gérard (cor)
Glénat (França, Setembro de 2011)
240 x 320 mm, 56 p., cor, cartonado
13,50 €
Por isso, o grafismo surge algo estranho, diferente, evocando em parte os últimos tomos de “Comanche” ou os primeiros de “Jeremiah”. Apesar da cor, aplicada por Sébastien Gérard, surgir menos exuberante, baseada em tons mais frios e sombrios, evidentemente ajustados ao tom da narrativa e à penumbra, apenas parcialmente quebrada pela lua cheia, em que quase toda ela decorre.
O relato começa de forma lenta, dando a conhecer os cinco jovens envolvidos no golpe. Cinco jovens – quatro rapazes e uma rapariga; quatro brancos e um negro; um inadaptado e quatro acomodados… – com razões e motivos diferentes para estarem ali: o regresso ao Marrocos natal, o desejo de uma vida com luxo, álcool e mulheres, o jeito para a electrónica, o conhecimento do local…
Cinco jovens cujas diferenças vêm de imediato ao de cima, revelando pontos de atrito, desentendimentos, formas de estar e de agir que farão com que rapidamente entrem em choque, pondo em causa o objectivo (que devia ser) comum mas que, afinal não os move a todos de igual modo. Num retrato ajustado de uma certa realidade comum a (quase) todos os países ocidentais, o que confere a “Une nuit de pleine lune” uma incómoda actualidade.
Depois, após cerca de um terço do livro que serve então como introdução e apresentação dos principais (serão?) intervenientes, o ritmo torna-se mais intenso, ao mesmo tempo que a tensão sobe, com a chegada à casa (já invadida) do casal idoso. Momento em que o plano, aparentemente tão bem traçado, começa a descarrilar.
Primeiro, porque as divergências quanto ao modo de acção vêm claramente ao de cima; depois, porque um infeliz acidente (será?) provoca uma morte e desencadeia um banho de sangue de consequências de todo inesperadas; finalmente, porque afinal o casal – o homem – não era tão dócil e submisso quanto os cinco jovens esperavam…
Thriller de acção, intenso e dramático, “Une nuit de pleine lune”, escrito de forma competente e muito legível (o que nem sempre tem acontecido…) por Yves H., revela mais uma vez Hermann como um dos grandes desenhadores de BD da actualidade, mesmo neste seu regresso (gráfico) ao passado.
- A boa adequação da cor à narrativa.
- A “falta de páginas” para aprofundar as motivações individuais e as tensões entre os cinco jovens.
Hermann (desenho)
Sébastien Gérard (cor)
Glénat (França, Setembro de 2011)
240 x 320 mm, 56 p., cor, cartonado
13,50 €
Resumo
Cinco jovens decidem assaltar um casal idoso que vive numa
casa isolada, atraídos por um cofre supostamente bem recheado.
Desenvolvimento
Surpresa: o abrir do álbum deu a sensação de um regresso ao
passado, ao tempo (já algo distante) em que Hermann não trabalhava em cor
directa, fazendo o desenho a tinta-da-china, posteriormente colorido. Opção que
o autor me tinha referido numa conversa no Festival de Beja, em 2010, que de
imediato me veio à mente.Por isso, o grafismo surge algo estranho, diferente, evocando em parte os últimos tomos de “Comanche” ou os primeiros de “Jeremiah”. Apesar da cor, aplicada por Sébastien Gérard, surgir menos exuberante, baseada em tons mais frios e sombrios, evidentemente ajustados ao tom da narrativa e à penumbra, apenas parcialmente quebrada pela lua cheia, em que quase toda ela decorre.
O relato começa de forma lenta, dando a conhecer os cinco jovens envolvidos no golpe. Cinco jovens – quatro rapazes e uma rapariga; quatro brancos e um negro; um inadaptado e quatro acomodados… – com razões e motivos diferentes para estarem ali: o regresso ao Marrocos natal, o desejo de uma vida com luxo, álcool e mulheres, o jeito para a electrónica, o conhecimento do local…
Cinco jovens cujas diferenças vêm de imediato ao de cima, revelando pontos de atrito, desentendimentos, formas de estar e de agir que farão com que rapidamente entrem em choque, pondo em causa o objectivo (que devia ser) comum mas que, afinal não os move a todos de igual modo. Num retrato ajustado de uma certa realidade comum a (quase) todos os países ocidentais, o que confere a “Une nuit de pleine lune” uma incómoda actualidade.
Depois, após cerca de um terço do livro que serve então como introdução e apresentação dos principais (serão?) intervenientes, o ritmo torna-se mais intenso, ao mesmo tempo que a tensão sobe, com a chegada à casa (já invadida) do casal idoso. Momento em que o plano, aparentemente tão bem traçado, começa a descarrilar.
Primeiro, porque as divergências quanto ao modo de acção vêm claramente ao de cima; depois, porque um infeliz acidente (será?) provoca uma morte e desencadeia um banho de sangue de consequências de todo inesperadas; finalmente, porque afinal o casal – o homem – não era tão dócil e submisso quanto os cinco jovens esperavam…
Thriller de acção, intenso e dramático, “Une nuit de pleine lune”, escrito de forma competente e muito legível (o que nem sempre tem acontecido…) por Yves H., revela mais uma vez Hermann como um dos grandes desenhadores de BD da actualidade, mesmo neste seu regresso (gráfico) ao passado.
A reter
- A surpresa do registo gráfico de Hermann.- A boa adequação da cor à narrativa.
Menos conseguido
- Alguma previsibilidade do desfecho final.- A “falta de páginas” para aprofundar as motivações individuais e as tensões entre os cinco jovens.
Curiosidade
- O álbum encontra-se também disponível numa edição a preto
e branco, com capa diferente com aplicações de verniz em zonas seleccionadas,
lombada em tela e tiragem limitada, que inclui um caderno extra com 8 páginas
de esboços, cujo preço é de 25,00 €. E que permite admirar melhor o magnífico
traço de Hermann.
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