Tributo di Sangue
Giovanni Eccher
(argumento)
Maurizio Dotti
(desenho)
Sergio Bonelli
Editore (Itália, Junho de 2012)
160x210 mm, 100 p.,
pb, brochado, mensal
2,90 €
Resumo
Em viagem de turismo pelo Norte de Portugal, Maud, durante uma
visita a umas caves de vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, avista um fantasma
que parece querer entrar em contacto com ela.

Desenvolvimento
Se a trama e a génese desta história já foram suficientemente
dissecadas no anúncio prévio da sua publicação e nas entrevistas a Giovanni Eccher
e Maurizio Dotti, confesso que a sua leitura foi uma agradável surpresa.
Desde logo porque a localização da trama em Vila Nova de
Gaia e em Miranda do Douro não foi um mero capricho “turístico”, mas faz todo o
sentido na forma como a história se desenrola, havendo uma muito conseguida
apropriação de algumas das especificidades físicas (caves, zona ribeirinha, eléctrico
#1 para o Infante…) e históricas (vinhos, perseguições da inquisição, dialecto
mirandês…) dos locais para o desenvolvimento da narrativa.
Que, como é normal na série, é uma história de terror, que
tem por base as perseguições aos judeus pela inquisição portuguesa no século
XVI, construída de forma competente e bem balizada, com alguma acção mas em que
predomina o terror psicológico e um clima de ansiedade que acaba por contagiar
o leitor.
Graficamente, Dotti, embora “queixando-se” de ter apenas
trabalhado a partir de fotografias, cumpre com distinção a sua missão, não
fazendo da banda desenhada uma colectânea de bilhetes-postais mas tornando
perfeitamente reconhecíveis os locais escolhidos como cenário da acção (ribeira
de Gaia, ponte Luiz I, caves, Miranda do Douro, zona vinhateira) e credíveis os
que recriou com base em (outros) elementos reais, como acontece com o fictício Mosteiro
de Madalena.
A reter
- O equilíbrio entre os factos e locais reais e a narrativa
ficcionada, que resulta numa história interessante e credível.
Assim não vale :S Já ando a tentar aprender Francês para poder ler tanta coisa de qualidade que não chega cá, depois de ver isto acho que também vou-me esticar para o Italiano. Muito fixe a história passar-se por cá. Devia haver mais assim :)
ResponderEliminarOlá Luís,
ResponderEliminarNão tendo grandes hábito de leitura de italiano, confesso que fiquei surpreendido com a relativa facilidade com que consegui ler este livro. Com um pouco de calma e atenção o italiano percebe-se bem ou não fosse o latim a raiz comum de italiano e português.
Para além de se passar cá - e há mais exemplos para além destes, como se pode ver aqui: http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/2010/01/portugal-aos-quadradinhos.html - o mais fixe é que o argumento faz todo o sentido na paisagem portuguesa!
Boas leituras... em todas as línguas!