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17/04/2016

Maurizio Dotti em Anadia








O desenhador italiano Maurizio Dotti é um dos dois convidados especiais da 3.ª Mostra do Clube Tex que decorrerá entre 23 e 24 de Abril em Anadia.
Fica uma breve apresentação do autor.

16/04/2016

3.ª Mostra do Clube Tex Portugal







Decorre nos próximos dias 23 e 24 de Abril, no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, a 3.ª Mostra do Clube Tex Portugal, com a presença dos desenhadores italianos Massimo Rotundo e Maurizio Dotti.
O comunicado oficial já a seguir.

18/07/2012

Dampyr #147

Tributo di Sangue










Giovanni Eccher (argumento)
Maurizio Dotti (desenho)
Sergio Bonelli Editore (Itália, Junho de 2012)
160x210 mm, 100 p., pb, brochado, mensal
2,90 €



Resumo
Em viagem de turismo pelo Norte de Portugal, Maud, durante uma visita a umas caves de vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, avista um fantasma que parece querer entrar em contacto com ela.
Abalada pela experiência chama Harlan Draka (Dampyr) para investigar o fenómeno, o que os levará até Miranda do Douro e ao confronto com um velho conhecido.

Desenvolvimento
Se a trama e a génese desta história já foram suficientemente dissecadas no anúncio prévio da sua publicação e nas entrevistas a Giovanni Eccher e Maurizio Dotti, confesso que a sua leitura foi uma agradável surpresa.
Desde logo porque a localização da trama em Vila Nova de Gaia e em Miranda do Douro não foi um mero capricho “turístico”, mas faz todo o sentido na forma como a história se desenrola, havendo uma muito conseguida apropriação de algumas das especificidades físicas (caves, zona ribeirinha, eléctrico #1 para o Infante…) e históricas (vinhos, perseguições da inquisição, dialecto mirandês…) dos locais para o desenvolvimento da narrativa.
Que, como é normal na série, é uma história de terror, que tem por base as perseguições aos judeus pela inquisição portuguesa no século XVI, construída de forma competente e bem balizada, com alguma acção mas em que predomina o terror psicológico e um clima de ansiedade que acaba por contagiar o leitor.
Graficamente, Dotti, embora “queixando-se” de ter apenas trabalhado a partir de fotografias, cumpre com distinção a sua missão, não fazendo da banda desenhada uma colectânea de bilhetes-postais mas tornando perfeitamente reconhecíveis os locais escolhidos como cenário da acção (ribeira de Gaia, ponte Luiz I, caves, Miranda do Douro, zona vinhateira) e credíveis os que recriou com base em (outros) elementos reais, como acontece com o fictício Mosteiro de Madalena.

A reter
- O equilíbrio entre os factos e locais reais e a narrativa ficcionada, que resulta numa história interessante e credível.

23/04/2012

Dampyr regressa a Portugal














A zona vinícola do Douro e a zona ribeirinha do Porto e de Vila Nova de Gaia vão ser palco de uma aventura aos quadradinhos de Dampyr, “Tributo di sangue”, a publicar em Junho, em Itália, no número 147 da revista mensal com o seu nome, cuja capa e duas pranchas são aqui apresentadas em estreia mundial.
A história, que “faz parte do ciclo dedicado a Thorke, um demónio da Dimensão Negra que leva os seus seguidores ao canibalismo”, segundo o argumentista, Giovanni Eccher, “faz referência a vários aspectos histórico-geográficos do local em que é ambientada: o vinho do Porto e as caves de Vila Nova de Gaia, a especificidade cultural de Miranda do Douro e as perseguições aos judeus perpetradas pela população cristã e pela Inquisição portuguesa no século XVI”.
A escolha desses locais fica a dever-se, segundo Eccher, ao facto de ter ficado “impressionado com eles durante uma belíssima viagem a Portugal”. Apesar de só conhecer a zona ribeirinha “como turista que passou ali alguns dias”, considera-a “espectacular do ponto de vista cenográfico”, tendo imaginado “no local uma cena de acção na ponte Luís I”, que depois inseriu no seu argumento, que inclui diversas personagens portuguesas e mesmo “um fantasma que se manifesta com um traje típico mirandense”.
O desenho esteve a cargo de Maurizio Dotti, que confessou nunca ter tido “o prazer de visitar a zona ribeirinha do Douro”, embora a considere “certamente belíssima, a julgar pelas fotos” cedidas pelo argumentista, nas quais se baseou para a desenhar, tendo sido a sua maior dificuldade “tornar os lugares e itinerários reconhecíveis”.
Protagonista de histórias fantásticas de terror, cujas primeiras 12 revistas foram distribuídas em Portugal, na versão brasileira da Mythos Editora, em 2005, Dampyr (designação de um filho de uma humana e de um vampiro) é uma personagem da Sergio Bonelli Editore, responsável também pelos grandes sucessos dos fumetti (BD popular italiana) que dão pelo nome de Tex e Zagor.
De seu nome Harlan Draka, foi criado por Mauro Boselli e Maurizio Colombo em 2000, dedicando-se a caçar vampiros e demónios, sendo a segunda vez que isso o traz até Portugal, pois em 2006, em "Lo sposo della vampira" (Dampyr #75), já tinha passado por Trás-os-Montes.

Este texto e as respectivas entrevistas não teriam sido possíveis sem a inestimável colaboração de José Carlos Pereira Francisco, para os contactos com os autores e a Sergio Bonelli Editore, e de Julio Schneider, para a tradução das questões e das respectivas respostas. A ambos o meu muito obrigado.

(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 14 de Abril de 2012)

Entrevista a Maurizio Dotti

Sinto-me fascinado pelas cidades cheias de história”










A edição em Junho próximo, na revista Dampyr #147, da história “Tributo di sangue”, que traz aquele herói da Sergio Bonelli Editore de novo a terras portuguesas, foi o pretexto para uma pequena conversa com o seu desenhador, o italiano Maurizio Dotti.

As Leituras do Pedro - De que trata esta história de Dampyr?
Maurizio Dotti - A trama, ambientada entre a cidade do Porto, Vila Nova de Gaia e Miranda do Douro, começa com a aparição de um fantasma inquieto, testemunha de um terrível passado distante, do século XVI, feito de inquisição e minoria judaica, que aparece à boquiaberta e sensitiva Maud Nightingale, que fica bastante curiosa. Na tentativa de descobrir quem é a pessoa que se esconde por trás da aparição fantasmagórica, os nossos heróis conhecerão a terrível verdade ligada a Torke e aos seus truculentos rituais antropofágicos que, como uma aura de morte, paira sobre uma importante e antiga cave vinícola. É o que eu posso dizer, o resto é um mistério.

ALP – Conhece as cidades de Porto e Vila Nova de Gaia?
MD - Não! Infelizmente nunca tive o prazer de visitá-las, mas pelo que as fotos me mostraram, são certamente cidades belíssimas.

ALP - Que documentação utilizou para as retratar na BD?
MD - Eu recebi do óptimo Giovanni Eccher uma grande quantidade de imagens realmente muito bonitas, escolhidas com o gosto formal de um realizador de um filme, coisa que afinal ele é.

ALP - Quais as maiores dificuldades que enfrentou para a desenhar?
MD - Uma dificuldade é a de tornar os lugares e itinerários reconhecíveis. Nem sempre as fotos, por mais bonitas que sejam, mostram com clareza o que se deve desenhar. Eu tenho uma certa dificuldade em realizar graficamente as figuras fantásticas, por isso sou sempre muito crítico e hesitante, quando tenho de as fazer.

ALP - Que relação existe na história entre os produtores de vinho e os extraterrestres?
MD - Mais que de extraterrestres, eu falaria de figuras evanescentes, aparições fantasmagóricas. De todo modo, eu não posso responder a essa pergunta, seria como revelar quem é o assassino num romance policial, não acha?

ALP - Que outra cidade portuguesa gostaria de desenhar?
MD - Certamente Lisboa. Eu creio que ali há muitos lugares interessantes para reproduzir. Eu sinto-me fascinado pelas cidades cheias de história. Eu tive a oportunidade de visitar muitas delas no meu distante passado de actor teatral andarilho e, naquelas ocasiões, eu gostava de captar os melhores ângulos com papel e aquarela. Odeio desenhar as cidades modernas: eu sou um verdadeiro dinossauro!

Esta entrevista não teria sido possível sem a inestimável colaboração de José Carlos Pereira Francisco, para o contacto com o autor e a Sergio Bonelli Editore, e de Julio Schneider, para a tradução das questões e das respectivas respostas. A ambos o meu muito obrigado.


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