Jonathan é o protagonista da nova colecção de banda
desenhada ASA/Público, que começa amanhã a ser distribuída com o jornal.
No total serão 10 álbuns, de capa mole com badanas, ao preço
habitual de 5,50 €.
Breve apresentação da série, com informação bibliográfica,
original e portuguesa, já a seguir.
Jonathan, criação do suíço Cosey (Bernard Cosendai, 1950-),
estreou-se nas páginas da Tintin belga a 4 de Fevereiro de 1975.
Distinguiu-se de imediato da maioria das outras séries em
publicação, maioritariamente centradas na aventura de características juvenis
ou no humor, pelo seu tom introspectivo e humanista e por constituir antes de
tudo um hino à amizade.
Com os Himalaias gelados como cenário das primeiras
histórias, estas revelaram-se viagens iniciáticas e místicas, com Jonathan em
busca de si mesmo do seu papel.
Para o complementar, Cosey rodeou-o de personagens fortes e
marcantes, como a pequena tibetana Drolma, Neal e o seu amigo invisível
Sylvster ou a bela Kate, por quem se apaixonará, tendo cada um deles participações
palpáveis mas também simbólicas.
A mudança temporária para os Estados Unidos (em dois álbuns,
esquecidos pela presente colecção), permitiu a Cosey, sem se afastar dos
grandes espaços que parecem tornar Jonathan ainda mais pequeno, continuar a
explorar enquadramentos originais, diversificados e audaciosos.
Na primeira fase da série, os primeiros nove episódios
tiveram pré-publicação na revista Tintin até 1983, seguindo-se ainda mais dois
títulos lançados directamente em álbum, em 1985 e 1986.
Jonathan regressaria, numa segunda vida, a partir de 1997, mas
com as suas preocupações – e também as de Cosey, de quem a personagem foi
sempre, de alguma forma, um reflexo – mais centradas nas questões políticas que
opunham o Tibete e a China, e com a repressão violenta que este último país exerceu
sobre o território dos monges que o (anti-)herói percorreu várias vezes.
Jonathan tinha sido publicado em Portugal na revista Tintin e num dos volumes da colecção Clássicos da Revista Tintin.
Jonathan tinha sido publicado em Portugal na revista Tintin e num dos volumes da colecção Clássicos da Revista Tintin.
Agora, com a presente colecção, como começa a ser um (mau) hábito, volta a perder-se a oportunidade de completar a série em português, ficando por traduzir apenas
quatro episódios - #8, #10 a #12 - o que se lamenta. No mínimo, deveria
ter sido feita a opção de editar os primeiros 11 tomos da série original, pois,
segundo quem a conhece integralmente, a omissão dos ‘episódios americanos’ - Oncle Howard est de retour e Greyshore Island - é lamentável, pois
estão directamente relacionados com os anteriores e o primeiro marca até o
regresso de Kate à vida de Jonathan.
A bibliografia e a
colecção
27 de Abril
#1 Lembra-te, Jonathan…
#1 Souviens-toi, Jonathan
46 p., 1975
Publicado em Portugal
na revista Tintin
Lembra-te Jonathan…
#20 a #42, 9.º ano,
1976
4 de Maio
#2 E a Montanha Cantará para Ti
#2 Et la montagne chantera pour toi
46 p., 1976
Inédito em Portugal
11 de Maio
#3 Descalça sob os Rododendros
#3 Pieds nus sous les rhododendrons
46 p., 1977
Publicado em Portugal
na revista Tintin
Pés descalços sob os
rododendros
#32 a #45, 10.º ano,
1977
18 de Maio
#4 O Berço do Bodisatva
#4 Le Berceau du Bodhisattva
46p., 1977
Publicado em Portugal
na revista Tintin
O berço de Bodhisattva
#17 a #38, 11.º ano,
1978
25 de Maio
#5 O Espaço Azul entre as Nuvens
#5 L'Espace bleu entre
les nuages
46 p., 1978
Publicado em Portugal
na revista Tintin
O espaço azul entre as
nuvens
#39, 11.º ano a #9, 12.º
ano, 1979
1 de Junho
#6 Douniacha, há quanto tempo…
#6 Douniacha, há quanto tempo…
#6 Douniacha, il y a longtemps…
46 p, 1979
Publicado em Portugal
na revista Tintin
Douniacha, há muito
tempo atrás
#24 a 44, 12.º ano,
1979
#7 Kate
#7 Kate
46 p., 1980
Alfred para o Melhor
Álbum no Festival de Angoulême, 1982
Publicado em Portugal
na revista Tintin
#39 a 48, 13.º ano, 1981
46p., 1981
Não incluído na
presente colecção
Publicado em Portugal
na revista Tintin
O privilégio da
serpente
#44, 14.º ano a #12, 15.º
ano, 1982
#8 Neal e Sylvester
#9 Neal et Sylvester
46 p., 1982
Inédito em Portugal
#10 Oncle Howard est de retour
46 p.,
1985
Não incluído na
presente colecção
Inédito em Portugal
46 p., 1986
Não incluído na
presente colecção
Inédito em Portugal
56 p., 1997
Inédito em Portugal
#13 La Saveur du Songrong
62 p., 2001
Publicado em Portugal na
colecção Clássicos da Revista Tintin (ASA/Público)
O Sabor do Songrong
Volume #3 - Jonathan, 2009
48 p., 2008
Selecção Oficial do
Festival de Angoulême, 2009
Publicado em Portugal na
colecção Clássicos da Revista Tintin (ASA/Público)
Ela ou Dez Mil
Pirilampos
Volume #3 - Jonathan, 2009
#9 Atsuko
#15 Atsuko
54 p., 2011
Inédito em Portugal
#10 Aquela que foi
#16 Celle qui fut
54 p., 2013
Inédito em Portugal
(capas da colecção fornecidas pela editora; capas francesas recolhidas no site das Éditions du Lombard)
(Fontes: Larousse de la BD (2004), de Patrick Gaumer; Inventário
da Revista Tintin, de José Vítor Silva; site BDPortugal)
Pena que se perde a oportunidade de ter a coleção completa, com os 3 albuns que ficam por publicar em português.
ResponderEliminarViva, Pedro Cleto
ResponderEliminarEis um texto informativo de excepcional qualidade.
Um abraço.
Obrigado, Lino!
EliminarBoas leituras!
Entendo que para quem se dedica e entrega totalmente na edição destas colecções, não será muito simpático e é desmotivador receber criticas. Mas todos nós somos clientes de algo! Logo todos nós já criticámos, reclamámos, etc. Sempre fui apologista no meu dia a dia, que após pensar em algo e passar ao desenvolvimento de um projecto, já recolhi opiniões dos meus clientes finais, sejam eles colegas, empresas, etc, caso contrario o projecto morre por não ter receptividade r com ele a minha vontade em fazer mais. Dito isto , porra pah (!!), esta obra será mesmo algo que nós, os clientes, um nicho, mais desejariamos?? E assim sendo, não seria interessante torná-la mais apelativa editando-a integralmente e evitando as capas moles que me irritam. Sim, provavelmente vou comprar, no entanto, pela primeira vez, hesito. A banda desenhada franco belga está defunta no nosso país. Abraço
ResponderEliminarOlá Diogo,
EliminarTodos temos direito à nossa opinião assim como todos temos o dever de respeitar a opinião dos outros. Tu, eu, muita gente, preferíamos livros duplos, de capa dura, com extras... A ASA prefere, livros simples com capa mole...
Não sei se essa será a razão, mas parece que o Thorgal não correu muito bem.
Jonathan é uma série muito bem referenciada. Estas colecções podem - devem? - também passar por aí: propor coisas novas aos leitores. Mas, no final, o que conta é a resposta deles. A nossa resposta.
Boas leituras!
Thorgal foi para mim a melhor série, a par de XIII, editada pela Asa! Nao sabia que não tinha corrido bem...no entanto, se a Asa entende que tem capacidade para "inovar" e contrariar as tendencias e preferencias dos seus clientes, entao nao percebo nada disto!!! Abraço!!
EliminarEu não conhecia o autor ou a «série». Ontem comprei e li o primeiro álbum, e gostei. Por isso irei optar pela lista mais recheada de títulos de maior qualidade entre o rol da colecção: 1-5, 7 e 8. (ao tempo em que vi o lançamento anunciado pedi a fonte segura que me desse lista com os melhores títulos, e recebi duas: uma com mais e outra com menos itens)
ResponderEliminarGostei particularmente da arte, que soube transmitir de modo não verbal todo um mundo de contemplação naquele regresso incerto do protagonista.
Desconhecia a incompletude da publicação relativamente ao efectivo número de títulos existentes. Mas é também por este tipo de informações (e abordagem de tais temas) que frequento este blog.
Rita,
EliminarObrigado pela partilha e pela 'frequência'!
Se gostou do Jonathan, do Cosey sugiro-lhe três outras obras editadas em português: Em busca de Peter Pan (http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/2015/04/em-busca-de-peter-pan_20.html), um dos títulos da colecção Novela Gráfica, Viagem a Itália (Meribérica, 2 volumes) e Orchidea (edição Witloof, que ainda há poucos dias estava a 3 € nas lojas Jumbo!).
Boas leituras!
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