Lento mas seguro
De forma lenta – em relação aos que nós, leitores vorazes,
desejaríamos – mas regular e segura – assim desejamos nós, leitores fiéis – Manuel
Caldas continua a compilar por ordem cronológica as tiras diárias que Russ Manning
escreveu e desenhou para Tarzan.
Ambientadas num mundo perdido, perdido algures no coração de
África, estão povoadas de belas e sensuais mulheres - mas também de carácter
forte e decididas -, de bestas ferozes e de seres fantásticos e surpreendentes.
Os seres alados cuja evolução eliminou o género feminino, os homens com cauda
de Pal-Ul-Don (o que o som deste lugar faz ecoar na minha mente, como que regressada
à adolescência), os animais pré-históricos, os simiescos Tor-O-Dons ou o
simples ser humano, tão próximo de nós mas possivelmente o mais perigoso de
todos. Como o próprio Tarzan o demonstra, quando as situações o forçam a deixar
vir ao de cima a selvajaria inata que existe nele.
Num volume com duas histórias completas, por vezes com desdobramentos narrativos surpreendentes atendendo á data da sua publicação, alternadamente
protagonizadas por Tarzan e Korak, embora com pontas para o que aconteceu antes
e o que vem depois, como é apanágio das tiras diárias de imprensa, Russ Manning
deslumbra mais uma vez com o traço limpo e detalhado que deu aos leitores possivelmente o mais
conseguido senhor da selva de sempre, longe dos seus domínios naturais mas
pujante num ambiente que desconhece tanto como nós.
Tarzan
Tiras Diarias #3
Muerte en Pal-Ul-Don
Russ Manning
Libri IMpressi
Espanha, Maio de 2017
230 x 315 mm, 80 p., pb, brochada
ISBN: 978-989-8355-23-2
18, 50 €
Encomendas directas ao editor,
recebem uma reprodução de um desenho de Manning
(imagens disponibilizadas pelo editor; clicar nelas para as
aproveitar em toda a sua extensão)
Não sei quem teria razão na 'guerra' com o seu oponente, mas Portugal e os leitores portugueses ficaram a perder aquilo que a Espanha e os leitores espanhois ficaram a ganhar....
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