31/10/2018

Foi assim: Outubro 2018

Um comentário crítico a um mês aos quadradinhos

Amadora BD 2018. (Não) divulgar. E depois do Público...? Compras.Mais vistas.
+ O bom número de lançamentos e apresentações agendados
+ O destaque que os autores portugueses acabam por ter
...
- A divulgação dos conteúdos a 24 horas da sua abertura
- A ausência de autores fortes e chamativos
- A diminuição dos conteúdos
A cada vez maior sujeição do programa aos livros nacionais premiados no ano anterior - e a escolha destes em função das exposições que interessa fazer (ou não repetir...)

(Não) divulgar
Quem edita, em princípio quer vender. Quer fazer os seus livros chegar aos leitores, quer informá-los que os seus livros estão disponíveis. Mas...
Em Portugal há - editores - que continuam a não pensar assim. Por isso, eles - os editores nacionais de banda desenhada - podem ser divididos em três categorias:
- os que divulgam os seus lançamentos atempadamente (e que deveriam ser todos);
- os que divulgam os seus lançamentos a pedido, depois de solicitados pelos divulgadores, bloggers, jornalistas...
- finalmente, os que guardam segredo sobre os  lançamentos, recusando-se a referi-los às vezes até depois de editados.
E ainda há quem pergunte porque não se vendem os livros...

E depois do Público...?

Largo Winch vai ser a última colecção de BD do Público de 2018. E é assumido que em 2019 o jornal irá limitar o número de colecções/livros de BD distribuídos com as suas edições, para evitar que estas se sobreponham, obrigando, muitas vezes, os compradores a fazer escolhas.
No actual momento editorial, as consequências desta diminuição de edições de BD com o jornal Público - o único que se tem mostrado aberto a estas parcerias - serão evidentes mas limitadas.
Poderá afectar o número de edições anuais de BD no nosso país - em 2017 foram 62 as lançadas com o Público, sensivelmente um quarto das editadas durante o ano; em 2018 repetir-se-à sensivelmente este número, mas que representará apenas menos de um quinto das edições; para o ano, será de esperar uma redução de 10, 15 títulos, pelo menos.
Afectada, será, com certeza a quota de mercado de ASA e da Levoir. Mais significativo no caso desta última, já que o 'negócio BD' é residual para a ASA.
Essa redução deixará (algum) dinheiro disponível para fazer outras compras, de outras chancelas.
Mudança(s) de rumo, desistência ou abrir outras portas - para a ASA e a Levoir - são as soluções que se vislumbram no horizonte...
Quanto às outras editoras poderão ter aqui mais uma oportunidade...

Compras do mês: 102,35 €
(sugestão de edições portuguesas, ordenadas alfabeticamente, preferencialmente editadas no mês corrente)
Almanaque, de André Oliveira com vários desenhadores (Bicho Carpinteiro; 10,00 €)
Largo Winch #2 a #5 (ASA; 47,60 €)
O Xerife da Babilónia, #1 e #2 (Levoir; 29,80 €)
Watchers (versão vermelha), de Luís Louro (ASA; 14,95 €)

As entradas mais vistas em As Leituras do Pedro

E ainda
+ A diversidade editorial de que desfrutamos actualmente, de que este mês é (mais) um exemplo.
+ O crescimento das edições Bonelli fora de Itália - voltarei a este tema.
...
- Um mês inteiro sem edições Marvel da Goody. Ou seis semanas se considerarmos também a segunda quinzena de Setembro.
- A morte de Carlos Ezquerra, co-criador de Judge Dredd.
(clicar nas imagens para as apreciar em toda a sua extensão; clicar nos textos de cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)

1 comentário:

  1. Pedro, em relação ao Público também acho que a sobreposição de colecções não seja benéfico com o excessivo numero de lançamentos e edições no nosso pequeno País. Temo pela Levoir, que como alguém disse, tem feito um verdadeiro serviço público de BD, se bem que esta pode dedicar-se perfeitamente a novelas gráficas e outros géneros que não Super-heróis.
    Entre tantos lançamentos, já tive de deixar de lado alguns que bem me arrependo, e só não o fiz com o Largo Winch, porque me persuadiram que era bom, aliás agradeço mesmo a quem me indicou porque é mesmo muito bom, mas pelo que ouvi não está a ser um sucesso de vendas, o que espero que não venha a hipotecar a parceria ASA/Público no futuro.

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