Geralmente
encarado como época com mais tempo livre e para os livros, apesar de
as propostas de lazer se multiplicarem e muitas vezes o corpo pedir
outras propostas, no verão que agora começa, são muitas as
sugestões de banda desenhada disponíveis no nosso país.
[Deixo, por isso, quase três dezenas delas, através da versão original do texto publicado no Jornal de Notícias de 8 de Julho.]
[Deixo, por isso, quase três dezenas delas, através da versão original do texto publicado no Jornal de Notícias de 8 de Julho.]
A
primeira, inequívoca, intitula-se Verões
Felizes
e narra-os sob a óptica da família Faldérault, cujo pai é
desenhador de BD, combinando ternura, humor e belas recordações
‘daquelas férias especiais’ que todos com certeza tivemos. Numa
óptica familiar semelhante, um novo volume de tiras diárias Baby
Blues: Criança não entra
dispõe bem, embora recorde todas as tropelias infantis que
provocámos ou… sofremos!
Se
o leitor procura propostas de cariz mais popular, duas séries da
Bonelli são apostas certas: Dylan
Dog: Até que a morte vos separe,
uma viagem ao passado do detective do pesadelo, com os atentados do
IRA em pano de fundo, e Tex:
Os predadores do deserto”
que é uma surpreendente homenagem a Corto Maltese.
Por
falar no marinheiro criado por Hugo Pratt, As
Célticas e
As
Etiópicas
estão de volta às livrarias em belas edições a preto e branco, e
para os apreciadores dos clássicos, há também o primeiro tomo
integral do western
Comanche
e o volume duplo Tintin
e a Lua.
No
campo das adaptações, O
primeiro homem,
Mataram
a cotovia
e Um
cadáver na biblioteca
transpõem para os códigos da BD os romances originais de Albert
Camus, Harper Lee e Agatha Christie, respectivamente.
E, em sentido inverso, O novo caminho/invasão é já o quinto volume da BD que esteve na origem da série televisiva Outcast, Darth Vader: Lorde Obscuro é mais um prolongamento da saga espacial cinematográfica, e Creepshow baseia-se no filme de terror homónimo de George Romero e Stephen King.
E, em sentido inverso, O novo caminho/invasão é já o quinto volume da BD que esteve na origem da série televisiva Outcast, Darth Vader: Lorde Obscuro é mais um prolongamento da saga espacial cinematográfica, e Creepshow baseia-se no filme de terror homónimo de George Romero e Stephen King.
Em português, Mar
de Aral, que teve edição
simultânea em português, polaco, francês, basco e espanhol,
assinala o regresso do olhar crítico de José Carlos Fernandes,
desta vez em parceria com Roberto Gomes. Filhos
do rato, de Luís Zhang e
Fábio Veras, revisita a guerra colonial na Guiné, centrando-se nos
efeitos sobre quem lá vivia, e O
Colega de Sevilha
traz-nos de volta em grande forma Pitanga, o barbeiro a domicilio que
era amigo de António Variações, numa história bem actual sobre as
trágicas travessias clandestinas de África para a Europa, passada
entre Marrocos e aquela cidade espanhola.
Se
é daqueles que procura mais do que simples evasão, Urso,
dos portugueses Jorge Mateus, Paulo
Caetano e Miguel Brandão Pimenta, conta as vivências daquele animal
no nosso país ao longo do último milénio e algumas lendas com ele
relacionadas, enquanto que os dois volumes de Darwin
narram a viagem que o criador da Teoria da Evolução fez a bordo do
Beagle.
No
campo dos super-heróis, Batman:
Cavaleiro Branco
ilustra a assustadora proximidade entre o Homem Morcego e o Joker,
enquanto que Deadpool
mata os clássicos
é uma edição recheada de nonsense em que o mercenário tagarela
assassina Moby Dick, D. Quixote ou Tom Sawyer…,
enquanto que All
Star Superman
é uma das mais icónicas aventuras do alter ego de Clark Kent.
Provenientes
do Japão, Naruto
soma já 32 volumes para alegria dos fãs, mas Assassination
Classroom,
sobre a relação próxima entre um professor extraterrestre e uma
turma de alunos rejeitados, e The
promised Neverland,
em que um orfanato aparentemente paradisíaco esconde um terror
indescritível são leituras estimulantes.
Criminal,
um policial negro, duro e musculado, Druuna:
Mandrágora/Aphrodisia,
uma ficção-científica erótica, e Sabrina,
um retrato realista da vivência através das redes sociais, são
outras propostas que podem levar os leitores a descobrir como a BD
está mais exigente e adulta.
Se
para os leitores habituais, muitas destas sugestões já foram
aceites, para quem foi leitor de BD e entretanto se afastou dela por
alguma razão, esta pode ser a altura de descobrir como ela está
mudada. Não só gráfica e tematicamente, mas também ao nível das
edições, cuidadas, bem impressas, quase sempre em capa dura, muitas
vezes em volumes duplos que proporcionarão um par de horas de boa
leitura, numa qualquer praia ou esplanada... ou qualquer outro lugar!
(clicar
nas capas para saber mais sobre os livros, quando disponível)
Tenho 7 desta lista e 4 para adquirir.
ResponderEliminarTirando quantidades, gostaria e falar um pouqito do "Cotovia" que li à uns dois dias.
Muito interessante a visão da época vista pelas crianças inocentes, que acabam por perder a inocência ao longo do processo. E adorei o tipo de educação que o pai (advogado) dá aos seus filhos, não se deixando influenciar pela comunidade ou pela própria família.
E ironicamente, associei aquela familia branca à familia Spuckler dos Simpsons. (https://simpsons.fandom.com/wiki/Category:Spuckler_family)
Apenas com a ligação de ser BD, aconselho IcogNegro como uma boa BD sobre o mesmo tema. A ex-escravatura nos USA (num tempo ainda mais anterior que este).
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarBoas sugestões algumas delas já tenho.Outras nunca compraria,
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