Tenho André Diniz entre os autores que acompanho, motivado por excelentes obras como Morro da Favela, Que Deus te abandone ou Malditos amigos.
Um
novo livro deste autor de grande produtividade é, por isso, sempre
razão para fundadas expectativas. Porque a fasquia estava muito
elevada ou porque falta algo a Entre
cegos e invisíveis, apesar de ser uma obra interessante e recomendável, a sua leitura não
me satisfez plenamente…
Ambientada, como sempre em André Diniz, no seu Brasil natal, Entre cegos e invisíveis decorre em 1971, durante uma viagem de regresso do funeral do Coronel Gilberto Couto, uma das figuras do regime brasileiro da época, com todo o peso que tal implica.
Ambientada, como sempre em André Diniz, no seu Brasil natal, Entre cegos e invisíveis decorre em 1971, durante uma viagem de regresso do funeral do Coronel Gilberto Couto, uma das figuras do regime brasileiro da época, com todo o peso que tal implica.
No
carro, na tal viagem, diz-nos a sinopse, seguem quatro pessoas: Leona
e Jonas, filhos bastardos, não reconhecidos, do coronel, Maitê, a
esposa de
Jonas,
e um misterioso estrangeiro. Uma paragem inesperada, por falta de
combustível, durante a noite, na beira da estrada vai acentuar a
tensão já latente, despertar recordações incómodas, relembrar
acusações passadas e presentes nunca resolvidas e provocar mesmo
algumas revelações que - até para o leitor - serão
surpreendentes.
Viagem
em tom acusatório e de ajuste de contas ao mais fundo de cada um
daqueles seres - com destaque para Jonas - Entre
cegos e invisíveis
como outras obras de André Diniz, fruto do seu grafismo
personalizado, fica
aquém do esperado devido
a
algumas
opções
gráficas e por algumas dificuldades de distinguir Leona de Maitê.
E,
em termos pessoais, porque senti que ao final faltou alguma
definição, que possivelmente poderiam ter sido mais algumas páginas
que nos permitissem acompanhar as personagens mais algum tempo e ver
- mais do que intuir como André Diniz na prática nos propõe - o
que aconteceu a seguir naquelas relações.
Entre
cegos e invisíveis
André
Diniz
Polvo
Portugal,
Junho de 2019
170
x 235 mm, 12o p., pb, capa mole com badanas
11,90
€
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