Ambientadas
no primeiro terço do século XIX, em Roma, as aventuras de Mercurio
Loi têm como protagonista ‘um
professor de História, caprichoso e extravagante’,
segundo o seu criador, Alessandro Bilotta, ‘que,
por casualidade e por curiosidade, termina envolvido em eventos
misteriosos’.
Para
alguns uma espécie de Sherlock
Holmes antes do tempo, ele tem também algo de Dylan Dog, o detective
do impossível.
Nesta sua aventura de estreia, datada de 2015, surgida na (cada vez mais incontornável) colecção Le Storie, antes da sua emancipação, Mercurio Loi apresenta-se como um verdadeiro enigma, quer para os leitores, quer mesmo para aqueles que consigo privam.
Nesta sua aventura de estreia, datada de 2015, surgida na (cada vez mais incontornável) colecção Le Storie, antes da sua emancipação, Mercurio Loi apresenta-se como um verdadeiro enigma, quer para os leitores, quer mesmo para aqueles que consigo privam.
Se
o assassinato de três homens (aparentemente)
por
um fantasma é o mote de partida, o rapto de uma criança, a oposição de longa data entre
Mercurio e
o
Tarcisio, a proliferação de seitas secretas, o confronto com
adoradores de lobos e a preparação de um atentado político são
outras faces de um mesmo prisma que nos vai fornecendo sucessivas
imagens deformadas e apontando caminhos e hipóteses que a
continuação da leitura haverá ou não de confirmar.
Confiando
na sua habilidade para conhecer o ser humano, na sua bagagem cultural
e na sua capacidade dedutiva, Mercurio Loi, umas vezes orquestrando
na sombra, outras levado pelos acontecimentos, acabará por descobrir
o que relaciona - ou pode relacionar - todos os aspectos atrás
apontados, numa narrativa envolvente, na qual a época histórica é
mais um local de acção e um ponto de partida - e uma fonte de
loucura... - do que propriamente uma âncora que prende e limita o
relato.
Capa
Num
livro de banda desenhada, a capa fornece o primeiro contacto do
leitor com aquilo que o espera. Aparentemente - cada vez mais, só
aparentemente - dada a profusão de capas alternativas que proliferam
nos comics de super-heróis e que se vão reproduzindo aqui e ali
noutros géneros e
latitudes.
No
caso presente, a bela capa de Manuele Fior - esse mesmo, o do
delicado e sensível Cinco
mil quilómetros por segundo
- revela-se um engano, pois nada tem a ver com o interior, de traço
bem mais agreste e rude. M(as também m)ais ajustado ao relato. O
que não impede o leitor de imaginar (um outro) Mercurio Loi sob o
traço de Fior...
Mercurio
Loi
Alessandro Bilotta (argumento)
Matteo Mosca (desenho)
Panini
Espanha, Julho de 2018
195 x 259 mm, 128 p., cor, capa dura
ISBN:
9788491679851
16,00 €
(capa
disponibilizada pela Panini Comics espanhola; pranchas
disponibilizadas pela
Sergio Bonelli Editore; clicar nas
imagens para as aproveitar em toda a sua
extensão)
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