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11/11/2024
Lançamentos: O Arauto + Macho-Alfa #3
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04/01/2023
Macho-Alfa #2
Trambolhão
Já
nos habituámos a isto, de tantas vezes visto: o super-herói de
serviço, no seguimento de um percalço ou uma traição, após ser
incriminado ou enganado, entra numa espiral negativa que o leva em
queda acelerada até bater no fundo.
Mas…
será que é assim com o super-herói português Macho-Alfa?
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03/12/2021
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17/11/2021
Macho-Alfa #1
E se…?
E
se… as histórias de super-heróis decorressem no mundo real, com
as ‘super-acções’ a terem consequências desastrosas?
E
se… o super-herói perfeito fosse um menino mimado,
egoísta e malcriado em tamanho grande, habituado a fazer o que lhe
dá na gana?
Da
junção destas duas hipóteses, nasceu Macho-Alfa, o único (?) português com super-poderes…
Pois.
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14/11/2021
Lançamentos: A Fera + Jolly Jumper já não responde + Macho-Alfa #1
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09/03/2021
João + Ti-Rita e o Diabo da Mina + Monsters
Três... digitais
São propostas
digitais, para
as
quais, possivelmente,
estamos mais disponíveis neste
tempo de pandemia e confinamento, foram divulgadas no Calendário BD
deste mês mas, para os mais distraídos - e porque se justifica -
deixo
breves notas sobre elas.
[Para
aceder às versões digitais, basta clicar nos respectivos títulos.]
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12/01/2011
Under Siege - Primeiro encontro
Filipe Pina (argumento)
Filipe Andrade (desenho, baseado nas personagens criadas por Bruno Ribeiro e na arte original de André Mealha)
Seed Studios (Portugal, Dezembro 2010)
115 x 185 mm, 24 p., cor, brochado
1. Ligado à banda desenhada – de forma activa – há quase 30 anos – tenho tido muitas gratas surpresas, entre contactos, disponibilidades, encontros, ofertas, convites, reconhecimentos…
2. A BD na base deste post, é mais um desses casos, nascido de um mail do Filipe Pina a dizer que tinha um exemplar de Under Siege para mim.
3. (Fosse outro o país - e a sua realidade aos quadradinhos – e os curtos 150 exemplares existentes deste livrinho, começariam já a ser disputados a preço de ouro, antecipando um potencial sucesso de Filipe Andrade na Marvel… e mais além)
4. Sabia da existência desta BD – o próprio Pina já me tinha mostrado reproduções de algumas das suas pranchas – mas desconhecia a edição.
5. Uma edição limitada, disponível em português e em inglês, de carácter promocional.
6. Porque Under Siege, a banda desenhada, é apenas – “apenas” – a apresentação, uma porta de entrada, para um projecto de maior dimensão, o jogo homónimo para PlayStation 3, de que falo mais abaixo.
7. Mas, se à partida, é só - “só” - isso, Under Siege, a banda desenhada, tem vida própria, respira só por si, chama e cativa o leitor, apesar das suas curtas 22 pranchas.
8. (Para as quais não está excluída nova vida – em versão digital ou comercial ou até uma sequela; tudo depende do sucesso do jogo.)
9. 22 Pranchas de extrema qualidade – algumas delas foram redesenhadas e pintadas várias vezes, até ficarem “perfeitas”- que deslumbram, do desenho à cor, da planificação ao dinamismo.
10. Também por isso – e porque a redução feita aos A3 originais para esta edição é muito penalizadora – aguarda com redobrado interesse a possibilidade de ver as pranchas originais – juntamente com a arte que serviu de base ao jogo – no Amadora BD 2011, depois de passarem pelo Miedzynarodowy - Festival Internacional de BD e de Jogos de Lodz, em Outubro.
11. Pelo que atrás fica escrito, olhando para estas 22 parcas pranchas, percebo perfeitamente a razão porque uma editora francófona, ao vê-las – e lê-las - propôs de imediato aos autores um contrato para três álbuns. Recusado…
12. Porque sendo um simples prelúdio de um jogo, Under Siege, a BD, é também um belo prelúdio de uma aventura (que devia ser) maior, com imenso potencial – gráfico e narrativo - em que as personagens surgem já com apreciável definição, num mundo fantástico a descobrir, onde – não custa imaginar – acção, mistério, magia e maravilhoso se vão combinar.
13. Porque o que é narrado nestas 22 pranchas, é já forte e impactante, deixa muitas pistas soltas – a começar pelo destino dos heróis que a protagonizam – e, em aberto, uma história com muito para dar.
14. E que possivelmente nunca passará disto, é verdade, deixando a perder todos aqueles que são leitores de banda desenhada. O que transforma uma das principais qualidades desta banda desenhada, também no seu maior problema.
O jogo
1. Quanto a Under Siege, o jogo, estará disponível já em Fevereiro em exclusivo através da PlayStation Network, a loja online da PlayStation 3, única consola onde poderá ser jogado.
2. A grande novidade é que se trata de um jogo totalmente criado em Portugal, pelo Seed Studios – o primeiro feito no nosso país para a PS3 - desde a fase da concepção do jogo, criação das personagens e dos cenários, animação, etc., até à sua comercialização final.
3. Outra novidade é o facto de ser o primeiro jogo de estratégia em tempo real desenvolvido de raiz para a PS 3.
4. Com nome e logótipo registados a nível mundial, pode ser jogado a solo ou online com outros jogadores e tem como principal atractivo, a par da arte cuidada e atraente e de ser fácil de aprender e de jogar, o facto de ter um editor que permite criar novos níveis e personagens que ficam de imediato disponíveis para todos os compradores do jogo.
5. O facto de ter apenas existência online tem como grande vantagem a eliminação de uma série de intermediários e custos (impressão de caixas, manufactura dos CDs, transporte desde a China, etc.), logo não existe uma tiragem finita nem necessidade de reimpressões, o que permitiu um maior controle do produto e a sua disponibilização junto do cliente final a um preço muito mais acessível: 14,99 €.
6. Embora o Seed Studios, fundado em 2006, tivesse já alguma experiência na área dos videojogos – nomeadamente a criação do “Sudoku for kids” e do Toyshop para a Nintendo DS – nunca encetara um projecto desta envergadura, iniciado em 2008, que implicou um investimento total de cerca de 1,2 milhões de euros, repartidos em partes iguais pelos sócios, financiamento bancário e por um subsídio do IAPMEI.
7. Foi um longo processo, em que no pico traba-lharam cerca de 20 pessoas, que obrigou a responder a um questionário inicial da Sony com 80 páginas, a diversas sub-contratações (música, traduções, vídeo, autores de BD), e, na fase final a quase três meses de testes por uma empresa especializada britânica para ajuste de pormenores.
8. Um processo longo, árduo e trabalhoso, que nunca antes tivera lugar em Portugal e que deu à empresa um know-how inexistente no nosso país.
9. E que, apesar de ainda não estar co-mercia-lizado, está já nomeado para duas das categorias dos prémios Prémio ZON Criatividade em Multimédia 2010.
9. Agora, à espera que o jogo fique finalmente disponível, as previsões de vendas são de 100 mil exemplares (apenas 0,15 % da população actual da PS3). O futuro de Under Siege está dependente da resposta dos jogadores e do sucesso que atinja, não sendo de excluir sequelas ou expansões.
(Versão revista, aumentada e remontada do texto publicado no Jornal de Notícias de 11 de Janeiro de 2011)
Filipe Andrade (desenho, baseado nas personagens criadas por Bruno Ribeiro e na arte original de André Mealha)
Seed Studios (Portugal, Dezembro 2010)
115 x 185 mm, 24 p., cor, brochado
1. Ligado à banda desenhada – de forma activa – há quase 30 anos – tenho tido muitas gratas surpresas, entre contactos, disponibilidades, encontros, ofertas, convites, reconhecimentos…
2. A BD na base deste post, é mais um desses casos, nascido de um mail do Filipe Pina a dizer que tinha um exemplar de Under Siege para mim.
3. (Fosse outro o país - e a sua realidade aos quadradinhos – e os curtos 150 exemplares existentes deste livrinho, começariam já a ser disputados a preço de ouro, antecipando um potencial sucesso de Filipe Andrade na Marvel… e mais além)
4. Sabia da existência desta BD – o próprio Pina já me tinha mostrado reproduções de algumas das suas pranchas – mas desconhecia a edição.
5. Uma edição limitada, disponível em português e em inglês, de carácter promocional.
6. Porque Under Siege, a banda desenhada, é apenas – “apenas” – a apresentação, uma porta de entrada, para um projecto de maior dimensão, o jogo homónimo para PlayStation 3, de que falo mais abaixo.
7. Mas, se à partida, é só - “só” - isso, Under Siege, a banda desenhada, tem vida própria, respira só por si, chama e cativa o leitor, apesar das suas curtas 22 pranchas.
8. (Para as quais não está excluída nova vida – em versão digital ou comercial ou até uma sequela; tudo depende do sucesso do jogo.)
9. 22 Pranchas de extrema qualidade – algumas delas foram redesenhadas e pintadas várias vezes, até ficarem “perfeitas”- que deslumbram, do desenho à cor, da planificação ao dinamismo.
10. Também por isso – e porque a redução feita aos A3 originais para esta edição é muito penalizadora – aguarda com redobrado interesse a possibilidade de ver as pranchas originais – juntamente com a arte que serviu de base ao jogo – no Amadora BD 2011, depois de passarem pelo Miedzynarodowy - Festival Internacional de BD e de Jogos de Lodz, em Outubro.
11. Pelo que atrás fica escrito, olhando para estas 22 parcas pranchas, percebo perfeitamente a razão porque uma editora francófona, ao vê-las – e lê-las - propôs de imediato aos autores um contrato para três álbuns. Recusado…
12. Porque sendo um simples prelúdio de um jogo, Under Siege, a BD, é também um belo prelúdio de uma aventura (que devia ser) maior, com imenso potencial – gráfico e narrativo - em que as personagens surgem já com apreciável definição, num mundo fantástico a descobrir, onde – não custa imaginar – acção, mistério, magia e maravilhoso se vão combinar.
13. Porque o que é narrado nestas 22 pranchas, é já forte e impactante, deixa muitas pistas soltas – a começar pelo destino dos heróis que a protagonizam – e, em aberto, uma história com muito para dar.
14. E que possivelmente nunca passará disto, é verdade, deixando a perder todos aqueles que são leitores de banda desenhada. O que transforma uma das principais qualidades desta banda desenhada, também no seu maior problema.
O jogo
1. Quanto a Under Siege, o jogo, estará disponível já em Fevereiro em exclusivo através da PlayStation Network, a loja online da PlayStation 3, única consola onde poderá ser jogado.
2. A grande novidade é que se trata de um jogo totalmente criado em Portugal, pelo Seed Studios – o primeiro feito no nosso país para a PS3 - desde a fase da concepção do jogo, criação das personagens e dos cenários, animação, etc., até à sua comercialização final.
3. Outra novidade é o facto de ser o primeiro jogo de estratégia em tempo real desenvolvido de raiz para a PS 3.
4. Com nome e logótipo registados a nível mundial, pode ser jogado a solo ou online com outros jogadores e tem como principal atractivo, a par da arte cuidada e atraente e de ser fácil de aprender e de jogar, o facto de ter um editor que permite criar novos níveis e personagens que ficam de imediato disponíveis para todos os compradores do jogo.
5. O facto de ter apenas existência online tem como grande vantagem a eliminação de uma série de intermediários e custos (impressão de caixas, manufactura dos CDs, transporte desde a China, etc.), logo não existe uma tiragem finita nem necessidade de reimpressões, o que permitiu um maior controle do produto e a sua disponibilização junto do cliente final a um preço muito mais acessível: 14,99 €.
6. Embora o Seed Studios, fundado em 2006, tivesse já alguma experiência na área dos videojogos – nomeadamente a criação do “Sudoku for kids” e do Toyshop para a Nintendo DS – nunca encetara um projecto desta envergadura, iniciado em 2008, que implicou um investimento total de cerca de 1,2 milhões de euros, repartidos em partes iguais pelos sócios, financiamento bancário e por um subsídio do IAPMEI.
7. Foi um longo processo, em que no pico traba-lharam cerca de 20 pessoas, que obrigou a responder a um questionário inicial da Sony com 80 páginas, a diversas sub-contratações (música, traduções, vídeo, autores de BD), e, na fase final a quase três meses de testes por uma empresa especializada britânica para ajuste de pormenores.
8. Um processo longo, árduo e trabalhoso, que nunca antes tivera lugar em Portugal e que deu à empresa um know-how inexistente no nosso país.
9. E que, apesar de ainda não estar co-mercia-lizado, está já nomeado para duas das categorias dos prémios Prémio ZON Criatividade em Multimédia 2010.
9. Agora, à espera que o jogo fique finalmente disponível, as previsões de vendas são de 100 mil exemplares (apenas 0,15 % da população actual da PS3). O futuro de Under Siege está dependente da resposta dos jogadores e do sucesso que atinja, não sendo de excluir sequelas ou expansões.
(Versão revista, aumentada e remontada do texto publicado no Jornal de Notícias de 11 de Janeiro de 2011)
Leituras relacionadas
Filipe Andrade,
Filipe Pina,
Seed Studios
04/11/2009
As Leituras dos Heróis – David, de “BRK”
(Segundo Filipe Pina)
Pergunta: Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas do David?
Pergunta: Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas do David?
Resposta – Sendo um gajo que tem a mania que é fixe, que tem a mania que está numa fase de mudança, tinha que ser uma cena tipo Homem-Aranha, com aquele género de humor e as suas dúvidas todas. Mas o David não é do tipo de ler BD.
Leituras relacionadas
As Leituras dos Heróis,
BRK,
Filipe Andrade,
Filipe Pina
09/10/2009
Lançamento - BRK na Central Comics
O álbum BRK, vai ser apresentado amanhã, sábado, 10 de Outubro, às 16h30, na livraria especializada em banda desenhada Central Comics (Rua do Bonjardim, 505, no Porto), com a presença dos autores, Filipe Pina (argumento) e Filipe Andrade (desenho), para uma sessão de autógrafos.
Neste dia, excepcionalmente, a Central Comics irá beneficiar todos os seus clientes registados com 10% de desconto em qualquer produto (excepto material em saldos e reservas).
Leituras relacionadas
Central Comics,
Filipe Andrade,
Filipe Pina,
Lançamento
16/09/2009
BRK – Tomo 1
Filipe Pina (argumento)
Filipe Andrade (desenho)
ASA (Portugal, Setembro de 2009)
190 x 274 mm, 80 p., cor, capa brochada com badanas
Em 2008, escrevi o texto seguinte (que agora actualizei) para o catálogo do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja:
Filipe Andrade (desenho)
ASA (Portugal, Setembro de 2009)
190 x 274 mm, 80 p., cor, capa brochada com badanas
Em 2008, escrevi o texto seguinte (que agora actualizei) para o catálogo do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja:
"BRK" é o diminuitivo de break, designação de uma organização antiglobalização internacional na história mas simboliza também a vontade dos autores de "quebrar com o molde da BD em Portugal", justificando também o inglês pela vontade de "a de vender internacionalmente".
Anunciada no "BDJornal", onde foi publicada desde o #14, de Agosto/Setembro de 2006, (com excepção do #21), como "uma saga que vai deixar marcas na BD portuguesa", sendo necessário o passar do tempo para o confirmar, não tenho, no entanto, dúvidas de que, em muitos aspectos, "BRK" é (e será), sem dúvida, uma marca nestes tempos que vão correndo.
Sem ordenação de razões por importância, desde logo pela forma como foi sendo publicada, regularmente, em episódios, ao longo de vários meses, retomando um formato que durante muito tempo imperou, o da história em continuação, que prendia e deixava o leitor suspenso, ansiando pelo número seguinta da revista/jornal para conhecer cada nova peripécia da narrativa. E Filipe Pina, o argumentista, soube gerir bem este aspecto, conseguindo criar momentos de suspense em cada suspensão da história, surpresas, dúvidas, falsas certezas até, criando mais e novas razões para que a leitura fosse retomada posteriormente, dois meses depois.
"BRK", explicavam os seus autores no início, é a história de "David, um rapaz" (sub)urbano "de 17 anos, bastante diferente dos outros". Porque, ao contrário da maior parte dos adolescentes de hoje, é bastante consciente de si e do mundo, responsável e interessado, com vontade de mudar e provocar mudanças. Embora como quase todos os adolescentes - só os adolescentes? - perdido num mundo em constante mudança, cada vez menos propício à actuação individual e menos receptivo aos que querem fazer inflectir o curso dos acontecimentos globalizadores.
O retrato traçado de David - bem como daqueles que lhe são próximos - é bastante realista e credível. Para além de David ser bem trabalhado a nível psicológico, o tom realista é aprofundado pelo facto de os cenários da acção serem também reais: do Porto a Almada ou Lisboa, e de algumas situações - a repórter da RTP que faz a reportagem do atentado, … - apelarem para o Portugal real e existente, que todos conhecemos e onde tudo se passa. Realismo extendido pela ancoragem à realidade actual - para lá das questões e vivências da adolescência, a boleia dos perigos do terrorismo mundial e das questões antiglobalização. Destes dois tópicos, alimenta-se boa parte da trama; do primeiro, sobram razões para as duas situações mais espectaculares da BD até agora: o atentado no "MkDonaldes" (é mesmo assim), na Avenida dos Aliados, no Porto, logo nas primeiras pranchas, e a (surpreendente) falta de gravidade, que encerra o 3º capítulo.
A contrastar com estes dois actos espectaculares, que por isso ganham maior relevância, o tom do resto da narrativa é voluntariamente contido, pausado, lento até, feito principalmente de diálogos e monólogos, para aprofundar dúvidas e sentimentos, que justificam as hesitações e as acções. Como em qualquer ser humano.
Tom, já escrevi, apenas entrecortado com as tais duas cenas espectaculares e pela morte, a tiro, de um familiar de David, na página 67, a última que eu li… E que, apesar de menos impactante que as outras duas citadas, de um ponto de vista global - tem mais condições para provocar mudanças e inflexões, que, com sinceridade, fico a agurdar com interesse, porque interage directamente com David, protagonista mas não herói - afirmando, mais uma vez, o lado humano da narrativa, que é sobre gente, não sobre sítios ou grupos.
Graficamente, em "BRK", Filipe Andrade percorre caminhos que cada vez mais autores experimentam e que eu acredito cada vez mais serão seguidos neste milénio há pouco iniciado. Fazendo a síntese entre a banda desenhada tradicional franco-belga (em especial no que à forma narrativa diz respeito), os comics norte-americanos (de super-heróis, que com certeza, inspiram as cenas mais espectaculares e arrojadas) e os mangas japoneses (no desenho da figura humana e na expressividade dos rostos), numa mescla harmoniosa que assenta numa planificação que embora algo tradicional, não deixa de ser variada no que a ângulos e planos diz respeito, e plenamente capaz de ajudar a marcar o ritmo que interessa aos dois autores.
A abrir este texto, fazia uma ressalva: Escrevo conhecendo apenas as primeiras 67 pranchas de "BRK". Desconheço, portanto como a história vai terminar. Mais, fico suspenso numa altura em que uma inflexão importante na narrativa, até no seu tom, é introduzida.
Agora, ano e meio depois, conhecendo o final deste primeiro volume, acho que pouco há a acrescentar. Confirma-se que o tom inicial do relato, que privilegiava os relacionamentos e as dúvidas de David foi progressvamente evoluindo até transformar num relato de acção, com um toque até de antecipação científica. A surpresa final, acrescentada a algumas mudanças significativas, deixa tudo em aberto para o segundo tomo. Resta saber qual o caminho que os dois Filipe vão seguir e esperar que o conheçamos mais depressa do que o tempo que este primeiro álbum demorou a ver a luz do dia.
A reter
- O tom certo dos diálogos.
- O ritmo da obra
- A forma como os autores prendem e mantem o interesse do leitor.
Menos conseguido
- O (muito) tempo que transcorreu entre a suspensão da publicação no BDJornal e a edição em álbum.
Curiosidades
- Quando o restaurante de fast-food do Porto explode, vêem-se na imagem claramente as letras “aldes” (p. 8); quando o facto é referido no noticiário da TV (p. 16), é designado por “MkDonalds”. Não sendo raros – longe disso – os erros – escritos, de pronúncia, … - nas nossas televisões, afinal em que ficamos? MkDonalds ou MkDonaldes?
- Personagens reais em obras de ficção, geralmente são uma mais valia. E o que acontece com a aparição da reporter Rita (Marrafa) de Carvalho. Tornada mais credível por possuir um dos tiques da maior parte dos reporteres televisivos portugueses, ou seja, fazer perguntas em catadupa, sem deixar o entrevistado responder. Pena é que tão poucos respondam como o comandante dos bombeiros faz em BRK…!
Anunciada no "BDJornal", onde foi publicada desde o #14, de Agosto/Setembro de 2006, (com excepção do #21), como "uma saga que vai deixar marcas na BD portuguesa", sendo necessário o passar do tempo para o confirmar, não tenho, no entanto, dúvidas de que, em muitos aspectos, "BRK" é (e será), sem dúvida, uma marca nestes tempos que vão correndo.
Sem ordenação de razões por importância, desde logo pela forma como foi sendo publicada, regularmente, em episódios, ao longo de vários meses, retomando um formato que durante muito tempo imperou, o da história em continuação, que prendia e deixava o leitor suspenso, ansiando pelo número seguinta da revista/jornal para conhecer cada nova peripécia da narrativa. E Filipe Pina, o argumentista, soube gerir bem este aspecto, conseguindo criar momentos de suspense em cada suspensão da história, surpresas, dúvidas, falsas certezas até, criando mais e novas razões para que a leitura fosse retomada posteriormente, dois meses depois.
"BRK", explicavam os seus autores no início, é a história de "David, um rapaz" (sub)urbano "de 17 anos, bastante diferente dos outros". Porque, ao contrário da maior parte dos adolescentes de hoje, é bastante consciente de si e do mundo, responsável e interessado, com vontade de mudar e provocar mudanças. Embora como quase todos os adolescentes - só os adolescentes? - perdido num mundo em constante mudança, cada vez menos propício à actuação individual e menos receptivo aos que querem fazer inflectir o curso dos acontecimentos globalizadores.
O retrato traçado de David - bem como daqueles que lhe são próximos - é bastante realista e credível. Para além de David ser bem trabalhado a nível psicológico, o tom realista é aprofundado pelo facto de os cenários da acção serem também reais: do Porto a Almada ou Lisboa, e de algumas situações - a repórter da RTP que faz a reportagem do atentado, … - apelarem para o Portugal real e existente, que todos conhecemos e onde tudo se passa. Realismo extendido pela ancoragem à realidade actual - para lá das questões e vivências da adolescência, a boleia dos perigos do terrorismo mundial e das questões antiglobalização. Destes dois tópicos, alimenta-se boa parte da trama; do primeiro, sobram razões para as duas situações mais espectaculares da BD até agora: o atentado no "MkDonaldes" (é mesmo assim), na Avenida dos Aliados, no Porto, logo nas primeiras pranchas, e a (surpreendente) falta de gravidade, que encerra o 3º capítulo.
A contrastar com estes dois actos espectaculares, que por isso ganham maior relevância, o tom do resto da narrativa é voluntariamente contido, pausado, lento até, feito principalmente de diálogos e monólogos, para aprofundar dúvidas e sentimentos, que justificam as hesitações e as acções. Como em qualquer ser humano.
Tom, já escrevi, apenas entrecortado com as tais duas cenas espectaculares e pela morte, a tiro, de um familiar de David, na página 67, a última que eu li… E que, apesar de menos impactante que as outras duas citadas, de um ponto de vista global - tem mais condições para provocar mudanças e inflexões, que, com sinceridade, fico a agurdar com interesse, porque interage directamente com David, protagonista mas não herói - afirmando, mais uma vez, o lado humano da narrativa, que é sobre gente, não sobre sítios ou grupos.
Graficamente, em "BRK", Filipe Andrade percorre caminhos que cada vez mais autores experimentam e que eu acredito cada vez mais serão seguidos neste milénio há pouco iniciado. Fazendo a síntese entre a banda desenhada tradicional franco-belga (em especial no que à forma narrativa diz respeito), os comics norte-americanos (de super-heróis, que com certeza, inspiram as cenas mais espectaculares e arrojadas) e os mangas japoneses (no desenho da figura humana e na expressividade dos rostos), numa mescla harmoniosa que assenta numa planificação que embora algo tradicional, não deixa de ser variada no que a ângulos e planos diz respeito, e plenamente capaz de ajudar a marcar o ritmo que interessa aos dois autores.
A abrir este texto, fazia uma ressalva: Escrevo conhecendo apenas as primeiras 67 pranchas de "BRK". Desconheço, portanto como a história vai terminar. Mais, fico suspenso numa altura em que uma inflexão importante na narrativa, até no seu tom, é introduzida.
Agora, ano e meio depois, conhecendo o final deste primeiro volume, acho que pouco há a acrescentar. Confirma-se que o tom inicial do relato, que privilegiava os relacionamentos e as dúvidas de David foi progressvamente evoluindo até transformar num relato de acção, com um toque até de antecipação científica. A surpresa final, acrescentada a algumas mudanças significativas, deixa tudo em aberto para o segundo tomo. Resta saber qual o caminho que os dois Filipe vão seguir e esperar que o conheçamos mais depressa do que o tempo que este primeiro álbum demorou a ver a luz do dia.
A reter
- O tom certo dos diálogos.
- O ritmo da obra
- A forma como os autores prendem e mantem o interesse do leitor.
Menos conseguido
- O (muito) tempo que transcorreu entre a suspensão da publicação no BDJornal e a edição em álbum.
Curiosidades
- Quando o restaurante de fast-food do Porto explode, vêem-se na imagem claramente as letras “aldes” (p. 8); quando o facto é referido no noticiário da TV (p. 16), é designado por “MkDonalds”. Não sendo raros – longe disso – os erros – escritos, de pronúncia, … - nas nossas televisões, afinal em que ficamos? MkDonalds ou MkDonaldes?
- Personagens reais em obras de ficção, geralmente são uma mais valia. E o que acontece com a aparição da reporter Rita (Marrafa) de Carvalho. Tornada mais credível por possuir um dos tiques da maior parte dos reporteres televisivos portugueses, ou seja, fazer perguntas em catadupa, sem deixar o entrevistado responder. Pena é que tão poucos respondam como o comandante dos bombeiros faz em BRK…!
Leituras relacionadas
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BRK,
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