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20/02/2013

Soldado de Invierno #1

El Invierno más largo


  
















Colecção 100% Marvel
Ed Brubaker (argumento)
Butch Guice e Michael Lark (desenho)
Stefano Gaudiano, Brian Thies, Tom Palmer (arte-final)
Bettie Breitwiser, Jordie Bellaire, Mathew Wilson (cor)
Panini Comics
Espanha, Janeiro de 2013
170 x 260 mm, 200 p., cor, brochado com badanas
15,00 €

Resumo
A “descoberta” de que Bucky Barnes não tinha morrido durante a Segunda Guerra Mundial e tinha adoptado a identidade de Soldado Invernal, acabando mais tarde por se transformar no novo Capitão América após a “morte” de Steve Rogers no final da Guerra Civil - como visto em “La muerte del Capitán América”,  “El peso de los sueños” e “El hombre que compró América”  - abriu uma ampla janela para novas histórias em torno do seu passado.
Esta compilação, que reúne os comics originais norte-americanos “Winter Soldier” #1 a #9 (Abril a Outubro de 2012) é o primeiro passo nesse sentido. Com Barnes de volta ao uniforme de Soldado Invernal, ela revela como ocorreu a sua transformação numa máquina assassina ao mesmo tempo que o mostra, no presente, juntamente com a Viúva Negra, a enfrentar uma ameaça em solo norte-americano causada pelo despertar de agentes (ex-soviéticos) adormecidos e que ele próprio treinou.

Desenvolvimento
Desta forma, embora possa soar um pouco anacrónico, a história assume em grande parte um tom de espionagem mais próprio do período da Guerra Fria, com os protagonistas, escudados pela SHIELD, a enfrentarem mercenários que compraram os códigos necessários para despertar três agentes em animação suspensa, escondidos nos Estados Unidos.
Brubaker, que começou a sua carreira como escritor de histórias policiais, mais uma vez expõe o seu talento nesta área, com uma narrativa densa, bem sustentada, onde os períodos de investigação, perseguição (muitas vezes na sombra) e de suspense, onde a aproximação ao objectivo parece ficar sempre um pouco aquém do esperado, estão entremeados com aqueles em que a acção explode, de forma ampla e violenta, num contraste bem doseado.
A par dos desenvolvimentos no presente, que predominam, Brubaker vai inserindo alguns flashbacks que aos poucos vão revelando o passado “russo” de Bucky Barnes e da Viúva Negra, ajudando a contextualizar o relato actual.
As diferentes personagens estão bem desenvolvidas e caracterizadas, evoluindo de forma natural no contexto em que o argumentista as colocou.
O traço de Guice, primeiro, e de Lark, nos quatro capítulos finais, se não tem a capacidade de deslumbrar do desenho hiper-realista de Steve Epting nos arcos da morte e substituição do Capitão América já referidos, pelo tom sombrio e menos definido adoptado, cria o ambiente ideal para o tom da narrativa que, sendo na sua base uma história de super-heróis, possui mais do que o necessário para cativar os apreciadores de narrativas policiais e de espionagem.
Como único senão – compreensível – fica o arco em aberto no final deste tomo, o que leva a desejar que a Panini (espanhola) edite rapidamente – logo que possível dada a proximidade entre esta edição e a original norte-americana – o tomo seguinte.



05/10/2012

Capitán América - El peso de los sueños


 

 

  

Colecção Marvel Deluxe
Capitán América #6
Ed Brubaker (argumento)
Steve Epting, Butcht Guice e Mike Perkins (desenho)
Frank D’Armata (cor)
Panini Comics (Espanha, Maio de 2012)
175 x 265 mm, 152 p, cor, cartonado
16,00 €

 

Resumo
Compilação dos comics Captain America vol. 5, #31 a #36 da edição original norte-americana, mostra quem substituiu o Capitão América ao mesmo tempo que decorrem as investigações para saber quem esteve por detrás do seu assassinato.
 
Desenvolvimento
Depois de o volume anterior – “Capitán América #5: La muertedel Capitán América” – ter mostrado a morte do maior símbolo da América, no que aos comics diz respeito, e como isso afectou não só os que lhe eram mais próximos mas também, a população em geral, neste novo tomo Brubaker continua a explorar esse conceito, a diversos níveis.
Se é óbvio que a ideia inicial foi desde sempre substituir ou de alguma forma fazer ressuscitar o herói caído – é assim que a morte funciona no universo Marvel – o desenrolar do argumento, consistente e bem estruturado, com uma linha condutora forte e bem definida, leva a adiar esse (inevitável) regresso para bem dos leitores. Na verdade, isto permite que a intriga se desenvolva em diversos locais e em diversos contextos, tornando-a mais densa e estimulante, pois são várias as questões em jogo: recuperar o corpo do herói falecido, encontrar Sharon Stone a sua presumível assassina, acompanhar a evolução de Bucky Barnes como a nova encarnação do justiceiro, seguir a evolução da desesperada situação económica dos EUA e a ascensão política do senador Wright, desvendar até que ponto o dr. Fausto domina muitos dos intervenientes, impedir o seucesso dos planos orquestrados pelo Caveira Vermelha.
Mantendo um tom próximo do registo de espionagem e de policial negro, a narrativa tem neste tomo um significativo acréscimo das cenas de acção, depois do tom mais introspectivo do volume anterior. Assente na indefinição de Bucky Barnes quanto a assumir o (pesado) uniforme do Capitão América, privilegia os diversos confrontos entre ele, o Falcão, a Viúva negra e os operacionais da SHIELD, contra os seguidores do Caveira Vermelha e do dr. Fausto. Este último, assume um papel determinante em toda a trama, que só será entendido em toda a sua magnitude no terceiro e último volume, “El hombre que compró América”.
Bastante positiva é a utilização do suporte televisivo como instrumento narrativo e o facto da estratégia do vilão para ascender ao poder combinar o habitual lado violento com a intriga económica e política, o que reforça o realismo e a credibilidade do argumento, assim mais alicerçado em aspectos do nosso quotidiano.
Como última nota, a quem quiser e puder, sugiro uma comparação entre os níveis de violência apresentados por este novo Capitão América (e pelo relato em geral) com os que se podem ver, por exemplo, no (bem mais ingénuo) volume da colecção Heróis Marvel dedicado ao Capitão América, como reflexo de adequação dos quadradinhos a novos tempos – e à realidade.
 
A reter
- De novo a superior capacidade narrativa de Ed Brubaker…
- … e o trabalho gráfico num registo hiper-realista de Epting…
- … bem como a excelente edição, embora desta vez sem a inclusão de quaisquer extras.
 
Menos conseguido
- Quando se alcança o grau de realismo que Brubaker e Epting imprimiram ao “seu” Capitão América, uma personagem caricatural como o Caveira Vermelha acaba por surgir algo deslocada no conjunto.

  
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