Continuando
a expandir o universo Grahic
MSP,
já indiscutivelmente um universo alternativo da Turma da Mônica
original,
agora cabe a Xaveco dar o salto, neste caso literalmente,
porque passa de eterna personagem secundária a
protagonista da sua própria edição - neste momento distribuída em
Portugal.
Um pai
que bebe e bate na mãe, a indiferença que esta lhe manifesta, a
partida da rapariga por quem estava perdida e platonicamente
apaixonado, a chegada de uma nova aluna que será nova paixão
similar,
as dificuldades de inserção e aceitação pelos colegas da mesma
idade, a descoberta do sexo e do outro sexo, são as constantes do
dia-a-dia penoso de Punpun, à entrada da adolescência.
Nada de
muito original ou diferente, portanto, mas....
Há
bandas desenhadas - romances, discos, filmes... - que pela sua
qualidade intrínseca, obviamente, mas também pela importância
específica que tiveram no momento do seu lançamento e/ou do
contributo que tiveram para a evolução do género em que estão
inseridas,
porque marcaram momentos da vida cultural do país - do mundo... -
deveriam estar sempre disponíveis para aquisição, para fruição . A
Trilogia
Filipe Seems,
de Nuno Artur Silva e António Jorge Gonçalves, que a ASA acaba de
reeditar para assinalar os 30 anos da sua estreia, é um desses
casos, principalmente no que respeita a Ana,
o álbum inaugural.
Geralmente,
associamos o conceito de série a histórias com protagonista fixo.
No caso de A
Adopção,
cujo segundo volume
português (correspondente ao segundo ciclo),
Wajdia
& Arrependimentos
acaba de ser editado em português pela Ala dos Livros, os
protagonistas mudam de ciclo para ciclo, mantendo-se apenas a
temática de base: a adopção de crianças.
Entre
humor negro, uma tocante ternura e pequenos apontamentos de uma
inesperada sensibilidade aqui e ali, La
loi des probabilités é
uma inusitada proposta, que parte de uma premissa assustadora e pisca
o olho, em modo de homenagem, a Hergé ou a
Jacques
Tati. A
premissa assustadora é um erro médico que, devido a confusão de
nomes similares, anuncia a um paciente saudável no máximo 3 meses
de vida.
A colecção 'pedagógica" da Turma
da Mônica, volta e meia olha para si própria. É o caso desta
edição - agora (ainda?) nas bancas nacionais, com um ano de atraso
- que assinala os 60 anos da 'dona da rua'.
Marinheiro,
contrabandista, espírito livre Jon Rohner, é tanto um émulo
distante de Corto Maltese, quanto um aventureiro inspirado na
literatura de aventuras de autores como Jack London ou Robert Louis
Stevenson. Aliás, a proximidade deste último é bem maior, como
comprova a leitura do volume integral Jon
Rohner,
que a Arte de Autor acaba de editar.
Este
é mais um sinal da (tentativa de?) afirmação do mercado português
de banda desenhada. Não enquanto exemplo único, mas juntando-se a
outras edições não 'de' banda desenhada mas 'sobre' esta forma
narrativa que têm surgido esporadicamente.