12/03/2013

Morro da Favela












André Diniz
Polvo,
Portugal, Fevereiro de 2013
165 x 230 mm, 128 p., pb e cor, brochado com badanas
16,85 €



Resumo
Uma biografia de Maurício Hora, fotógrafo brasileiro residente na favela do Morro da providência.

Desenvolvimento
Preconceitos.
Vivemos num mundo preconceituoso, somos educados com base em (mais ou menos) preconceitos – sociais, religiosos, rácicos, comportamentais… Que, mesmo que (parecendo) justificados, nos impedem de ver, de ver os outros, de ver para lá dos outros, do retrato que deles nos traçaram ou impuseram, de ver o que nos rodeia, de forma isenta, sem juízos prévios.
Acima de tudo, somos ensinados a temer a diferença, a evitá-la, a rejeitá-la.
 “Morro da Favela” é, de certa forma, também, um libelo contra os preconceitos. Destrói – destrói? – um dos mais arreigados no que ao Brasil diz respeito: que as favelas são lugares malditos, cheios de bandidos, drogados, traficantes, polícias corruptos, violência…
Não quer dizer que eles não existam e não estejam lá. E “Morro da Favela” não branqueia o que são ou o que fazem. Porque querem.
Mas também mostra – principalmente – que, nas favelas, há muitos que não são drogados, traficantes ou bandidos, gente como nós que está na favela porque nela nasceu, por opção (ou por falta dela), que passam ao lado – tentam passar – de tudo isto e levar uma vida normal.
Como Maurício Hora, cuja vida – real – serve de base a este livro.
Filho de um dos primeiros traficantes de droga, habituado a visitar o pai na prisão em criança – e que dias de festa eram esses! – resistente desde sempre a seguir o caminho mais fácil – o da dependência, do tráfico, do roubo, da violência – Hora (con)seguiu uma vida normal sem sair da favela e tornar-se um fotógrafo respeitado dentro e fora do Brasil.
A sua vida – sofrida, esforçada, empenhada, lutadora - serve de base a um retrato mais vasto de uma realidade que apesar de tanta mediatização desconhecemos quase totalmente.
E esse é o grande mérito de André Diniz, conseguir ter a favela “como cenário” sem contar “mais uma história de violência, embora soubesse que era impossível eliminá-la completamente…” como referiu na entrevista que me concedeu há algumas semanas.
Ao centrá-la em Maurício Hora, humanizou-a, conseguindo em simultâneo contar várias histórias – dos pais, dos vizinhos, dos amigos, também dos traficantes e dos polícias corruptos… - criando uma história de descoberta de uma realidade (que pode ser) diferente.
Da qual nos afastamos voluntariamente, de forma preconceituosa. Como André Diniz que, morador no Rio de Janeiro há 27 anos, “nunca havia pisado em uma favela”
A opção por um traço estilizado, anguloso, também semi-caricatural, revela-se bem acertada.
Primeiro, porque reduz a carga de violência que associamos ao local, afasta-nos da realidade mediatizada – despe a favela dos preconceitos?
Depois, passado o impacto inicial que obriga a redobrar a concentração para o interpretar e captar em toda a sua dimensão, revela-se até agradável, extremamente legível e capaz de transmitir de forma equilibrada a carga emocional associada ao relato.
Finalmente, ao ser trabalhado num preto e branco bem contrastado, mas mostrado em “negativo”, parece aproximar-nos de Maurício Hora e do seu trabalho fotográfico, mostrando como ele vê/vive num “mundo ao contrário” do que nós esperaríamos.

A reter
- A força do relato de André Diniz: contido, equilibrado mas poderoso.
- O traço adoptado, pela originalidade e eficiência.
- A boa edição da Polvo, complementada com algumas fotografias de Maurício Hora e, relativamente à edição original brasileira, enriquecida com ilustrações de alguns autores brasileiros: Marcelo e Magno Costa, José Aguiar, Laudo Ferreira, Pablo Mayer, Ricardo Manhães e Will…
- … que tem o mérito de divulgar em Portugal uma das muitas e muito interessantes obras recentes dos quadradinhos brasileiros, que raramente chegam a Portugal, apesar da estranheza que de certa forma causa ver editada entre nós uma obra brasileira – perfeitamente legível na língua original que (naturalmente) foi mantida nesta edição…


11/03/2013

daytripper chega a Portugal














Esta é para mim a melhor notícia do ano até agora: a distribuição de “daytripper”, dos gémeos brasileiros Fabio Moon e Gabriel Bá, em Portugal, juntamente com as revistas (Marvel, DC Comics, Turma da Mônica) de Março, o que deverá acontecer durante a próxima semana.

Não só pela notícia em si – “daytripper” foi, provavelmente, a melhor banda desenhada que li em 2012 – mas pela porta que abre em termos de futuro, pois cria fundadas esperanças de que outras edições similares possam chegar ao nosso país.
Como já escrevi sobre “Daytripper” aqui, deixo a nota de imprensa da Panini:

QUAIS SÃO OS DIAS MAIS IMPORTANTES DA SUA VIDA?
Conheça Brás de Oliva Domingos. Milagroso filho de um mundialmente famoso escritor brasileiro, Brás passa os dias escrevendo obituários e as noites sonhando em se tornar um autor de sucesso – ele escreve o fim da história de outras pessoas enquanto a sua própria mal começou. Mas, no dia que sua vida começar, ele será capaz de perceber?
Ela começará aos 21, quando ele conhece a garota dos seus sonhos? Ou aos 11, quando dá seu primeiro beijo? É mais adiante na vida quando seu primeiro filho nasce? Ou antes, quando pode ter encontrado sua voz como escritor?
Cada dia na vida de Brás é como a página de um livro. Cada um deles revela as pessoas e coisas que o fizeram ser quem é: sua mãe e seu pai, seu filho e seu melhor amigo, seu primeiro amor e o amor de sua vida. E, como em todas as grandes histórias, seus dias têm reviravoltas que ele nunca antecipou…
Em DAYTRIPPER, os ganhadores dos Prêmios Eisner e Jabuti Fábio Moon e Gabriel Bá contam uma história mágica, misteriosa e tocante sobre a vida – uma jornada lírica que usa os momentos silenciosos para fazer as grandes perguntas.










daytripper
Fábio Moon e Gabriel Bá (argumento e desenho)
Dave Stewrat (cor)
Panini Comics (Brasil, Abril de 2012)
170 x 260 mm, 260 p., cor, brochada
12,00 €


Star Wars em Março


(Planeta DeAgostini)

Comics Star Wars #5 – Clássicos 5
18/03/2013


10/03/2013

A arte de... Paolo Bacilieri

















La vie revée du Capitaine Salgari
Paolo Bacilieri
Delcourt
França, 20 de Fevereiro de 2013

Turma da Mônica Jovem #50









O Casamento do Século
Flávio T. de Jesus (argumento)
Estúdios Maurício de Sousa (desenho)
Panini Comics
Brasil, Setembro de 2012
160 x 210 mm, 128 p., preto e branco, brochada, mensal
R$ 7,50 / 3,00 €



Há cerca de seis meses, o Brasil - aos qua(dra)dinhos pelo menos – parou para ler “O Casamento do Século”, que agora está nas bancas e quiosques portugueses.
Na verdade, após praticamente meio século de zangas, discussões, planos infalíveis e coelhadas, a Mônica e o Cebol(inh)a finalmente iam dar o nó.
Na base desta história, estavam três objectivos: assinalar os 50 números da revista Turma da Mônica Jovem; criar um facto mediático que impulsionasse (mais?) as vendas da publicação (tal como já acontecera com o “primeiro beijo” dos dois no n.º 34); reforçar um dos princípios que presidiu à criação da Turma da Mõnica Jovem: orientar os leitores nas situações novas que a vida adolescente/jovem lhes depara.
E a verdade é que esta história – uma vez satisfeitos os dois pressupostos iniciais - cumpre bem este propósito, dando sentido a um relacionamento sério e de compromisso a dois, algo cada vez menos valorizado e defendido nos nossos (tristes) dias…
No entanto, essa carga pedagógica/moral – que existe e é intencional – numa história escrita primeiramente para agradar às leitoras (mas que pode fazer muito bem a muitos leitores…) e que aborda temas como o pedido de casamento, os preparativos, a cerimónia, a vida a dois, a rotina ou a primeira zanga, está bem contrabalançada com sucessivos e conseguidos momentos de humor típicos da Turma, evitando que a leitura se torne mais pesada ou mesmo aborrecida.


09/03/2013

Pedro Burgos na Mundo Fantasma


“Crónicas de Arquitectura”
Data: 9 a 30 de Março
Local: Galeria Mundo Fantasma, loja 509/510, Centro Comercial Brasília, Avenida da Boavista, 267, Porto
Horário: de 2ª a sábado, das 10h às 20h: Domingos e feriados, das 15h às 19h






Pedro Burgos, arquitecto, ilustrador e autor de banda desenhada, vai estar hoje, a partir das 17 horas, na galeria Mundo Fantasma, no Porto, para apresentar e autografar o seu novo livro “Crónicas de Arquitectura”. Na altura será inaugurada uma exposição com originais do mesmo.
Editado pela Turbina Associação Cultural e pela Mundo Fantasma, “Crónicas de Arquitectura” é uma colectânea de bandas desenhadas publicadas entre 2009 e 2012 no JA – Jornal dos Arquitectos, publicação oficial da respectiva ordem. Assumindo o tom de crónica desenhada, abordam as convenções, ambições e frustrações do meio arquitectónico num registo “lúdico” e autocrítico.
A presente edição inclui uma crónica inédita, escrita a meios por Pedro Burgos e pelo arquitecto Manuel Graça Dias, bem como os desenhos preparatórios que antecederam a criação de cada uma das páginas publicadas.
Pedro Burgos, que nasceu em Lisboa, a 4 de Julho de 1968, começou nos quadradinhos com um 1.º lugar no Concurso Nacional de BD de 1984, passou pelas páginas da revista “Lx Comics” (1990), representou Portugal na Bienal dos Jovens Criadores da Europa Mediterrânea em 1992 e tem editados os álbuns “À Esquina” e “Airbag e outras histórias”.
A exposição “Crónicas de Arquitectura”, fica patente na galeria Mundo Fantasma, no Centro Comercial Brasília, até 30 de Março.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Março de 2013)

08/03/2013

Novos 52: mais dois títulos









Relativamente à informação dada aqui há dias, posso agora adiantar que afinal a chegada dos Novos 52 a Portugal incluirá mais dois títulos, num total de seis.

Dessa forma, a Batman, Superman, Liga da Justiça e Universo DC, juntam-se também as revistas Lanterna Verde e A Sombra do Batman, garantindo assim 25 das 52 revistas originais norte-americanas.
Eis a apresentação da Panini Comics Brasil para estes dois novos títulos:

Lanterna Verde #1
Revista mensal
170 x 260 mm, 68 p., cor, Capa Couché, Lombada Canoa (Grampeada), Papel Pisa brite
R$ 5,90 / 2,40 €

Actualmente, o Lanterna Verde é  um dos heróis mais conhecidos do público. Muito disso se deve às suas aparições em outras médias, mas muito também se deve à espectacular fase que o personagem passa nas HQs. Com a participação de grandes nomes da indústria, Lanterna Verde é um dos títulos mais bem-sucedidos actualmente em circulação no Brasil. Seja nas histórias do mais famoso guerreiro esmeralda, Hal Jordan, nas tramas da mais poderosa força da lei no cosmo, a Tropa dos Lanternas Verdes, ou nas aventuras de outros personagens ligados a este universo de histórias, Lanterna Verde é garantia de óptimos enredos e emoção da primeira à última página.
Lanterna Verde: Sinestro avalia sua nova condição como integrante da tropa mais uma vez, enquanto Hal Jordan tenta conduzir sua vida sem a possibilidade de se tornar o Gladiador Esmeralda.
Os Novos Guardiões: Kyle Rayner se torna o ponto focal de todas as facções baseadas no espectro emocional.
Tropa dos Lanternas Verdes: uma força misteriosa está massacrando membros da tropa ao redor do universo. Entretanto, isso é apenas o início, já que um planeta inteiro é dizimado para atrair a atenção dos lanternas verdes.

Histórias Originais:
Green Lantern, de Geoff Johns (roteiro) e Doug Mahnke (desenhos)
Green Lantern Corps, de Peter J. Tomasi (roteiro) e Fernando Passarin (desenhos)
New Guardians, de Tony Bedard (roteiro) e Tyler Kirkham (desenhos)


A Sombra do Batman #1
Revista mensal
170 x 260 mm, 148 p., cor, Capa Couché, Lombada Canoa (Grampeada), Papel Pisa brite
R$ 14,90 / 6,20 €

Ao longo de sua extensa trajectória, Batman reuniu ao seu lado (ou contra si) uma espectacular galeria de bravos aliados e fascinantes inimigos, alguns deles tão icónicos quanto o próprio Homem-Morcego. E estes consagrados personagens acabaram se tornando, com o tempo, igualmente admirados pelos leitores de quadrinhos! Em A Sombra do Batman os amantes desse intrigante “batverso” podem acompanhar as aventuras dessas incríveis figuras, se aprofundando ainda mais na luta do Morcego e de seus aliados por justiça, e na verdadeira mitologia criada pela DC Comics ao longo de mais de sete décadas ao redor de um de seus grandes símbolos.
Batman & Robin: alguém deu início a uma caçada aos Homens-Morcegos espalhados pelo mundo.
Batwing: o terror de Massacre.
Batgirl: Bárbara Gordon volta à activa e de cara se vê às voltas com um assassino imbatível. Mulher-Gato: Selina arma um novo golpe… mas antes arranja um tempinho para se vingar.
Capuz Vermelho & os Foragidos: Jason Todd, o ex-parceiro do Batman, arregimenta uma equipe de mercenários.
Asa Nocturna: voltando a usar seu antigo codinome, Grayson reencontra o pessoal do circo em que cresceu. Porém, a morte o acompanha.
Batwoman: um certo Cavaleiro das Trevas investiga a mais nova combatente do crime de Gotham.

Histórias originais:
Batman & Robin, de Peter Tomasi (roteiro) e Patrick Gleason (desenho)
Batwoman, de JH Williams(roteiro e desenhos) e W. Haden Blackman (roteiro)
Batgirl, de Gail Simone (roteiro) e Ardian Syaf (desenho)
Catwoman, de Judd Winick (roteiro) e Guillem March (desenho)
Red Hood and the Outlaws, de Scott Lobdell (roteiro) e Kenneth Rocafort (desenho)
Batwing, de Judd Winick (roteiro) e Ben Oliver (desenho)
Asa Noturna, de Kyle Higgins (roteiro) e Eddy Barrows (desenho)


La merveilleuse odyssée d’Oliver Rameau et de Colombe Tiredaille











Greg (argumento)
Dany (desenho)
Éditions du Lombard
Bélgica, 1984
220 x 295 mm, 48 p., cor, cartonado



Numa determinada terça-feira, eram 9h17, dois passageiros desciam do comboio na estação de Turelurette. O facto era tão estranho quanto esta embirrante mania da exactidão se revelaria daí para a frente nesta belíssima série aos quadradinhos que uma imagem vista de relance num blog (a que não consegui regressar para o citar aqui) me deu uma vontade irresistível de reler.
Como resultado, trago hoje o álbum de estreia – a sua história foi originalmente publicada em 1968 – e prometo voltar com outro(s).
Os dois passageiros referidos davam pelos nomes de Oliver Rameau e M. Pertinent, eram auxiliares de notário e com eles, aos poucos iremos descobrir um mundo de sonho, poesia e fantástico, onde se entra tomando um comboio de paragens facultativas, cujo bilhete se paga em beijos ou sorrisos e de que parte da linha é subaquática, para chegar a um lugar onde há uma secretária “que quase não dá erros de ortografia”, armaduras a pescar, flores que nascem em pedras, governantes que só pensam em comer e dormir, habitantes tão curiosos como fantásticos como uma sineta, um espantalho andante ou uma fatia de tarte de creme, e onde se pode pescar a lua no fundo dos rios…
São estas as primeiras impressões de um país chamado Rêverose - Sonharosa na versão portuguesa da revista TIntin - e cuja capital é Halucinaville, um país onde pensar é deprimente, onde todos se divertem, se alimentam dos seus sonhos e de coisas intangíveis como raios de luar ou brilho do sol, em suma um lugar onírico onde só podem chegar os poetas e os puros de espírito, em tudo o oposto do “verdadeiro-mundo-onde-nos-aborrecemos”, a certeira designação que os seus habitantes dão ao local onde nós, leitores, infelizmente, vivemos, nos aborrecemos e preocupamos tanto.
Em “La merveilleuse odyssée d’Oliver Rameau et de Colombe Tiredaille” que serve, antes de tudo, de introdução à série, a aventura começa quando o protagonista é levado pelos ares pelo pássaro Razibous, que tem a particularidade de ter na extremidade do bico uma máquina de rapar cabelo, com a qual, para se alimentar, faz razia nas cabeças (não) pensantes do país.
Forma-se então uma expedição de socorro em que, juntamente com o prático M. Pertinent e a bela Colombe Tiredaille, podemos encontrar um limpa-chaminés clássico, uma elegante bailarina, um leão falante, um anão de jardim com o seu carrinho de mão ou uma domadora.
Como sempre acontece (nos sonhos) o gentil e corajoso Oliver, a deslumbrante Colombe e os seus surpreendentes amigos, vão viver belas aventuras e acabar por vencer os perigos pela força da amizade, da entreajuda e da poesia.
Dany com um traço solto e sedutor, dá vida ao sonho e à poesia que Greg trabalha com imensos trocadilhos, muito humor, uma sátira mordaz ao nosso quotidiano e uma pitada de aventura fantástica.
Série publicada em Portugal na revista Tintin, sem igual no panorama da BD franco-belga de então, Oliver Rameau conta 11 álbuns – que tenho em edições diferentes da Lombard, da P&T e da Dargaud! – entretanto integralmente compilados em quatro tomos pelas Éditions Joker, que incluem também as histórias curtas da série e cuja (re)leitura aconselho vivamente.


07/03/2013

Astronauta: Magnetar












Danilo Beyruth (argumento e desenho)
Cris Peter (cor)
Panini Comics
Brasil, Outubro de 2012
190 x 275 mm, 84 p., cor, cartonado
R$ 29,90


Resumo
Enviado para observar e recolher dados de um magnetar, um fenómeno que ocorre após a formação de estrelas de neutrões – um conceito explicado no livro de forma concisa e compreensível – a nave do Astronauta sofre um embate grave que o transforma num náufrago do espaço, completamente isolado do mundo e entregue apenas a si próprio.

Silêncio










I. A iniciaçãio
II. A Vingança
Didier Comés
ASA
Portugal, 2007
225 x 300 mm, 62 p., cor, brochado
5,50 € / 5,55 €



Texto que publiquei no Jornal de Notícias de 13 de Setembro de 2003, intitulado “Um livro da minha vida”

Não sou capaz de definir “o” livro da minha vida, mas sou capaz de citar algumas das obras que me marcaram especialmente em determinadas alturas, e, por isso, "Silêncio", de Didier Comés é - continua a ser, neste caso - um dos livros da minha vida.
Uma das obras, depois de "Simon du Fleuve - Maílis", de Auclair, e a par de "As Cidades Obscuras - A Febre de Urbicanda", de Schuiten e Peeters, responsáveis pela importância que a BD tem hoje para mim.
Talvez porque foi lida na idade em que tantos deixam a BD, por falta de informação (de formação...), de capacidade de descoberta de obras que satisfaçam crescentes exigências intelectuais, que eu satisfiz com "Silêncio", um romance gráfico nos ambientes rurais recorrentes na obra de Comés, que narra uma história de amor entre o mudo e a feiticeira da aldeia, a um tempo amados e temidos por todos. Mas que é também uma história de vingança e, antes de tudo, um libelo acusatório contra os que usam a violência como arma do ódio contra a diferença; em especial contra a diferença que não se consegue manipular.

E se compreendo as razões comerciais para a actual edição colorida, em dois volumes, das Edições ASA, pessoalmente prefiro a edição original em português, da Bertrand, em tomo único - porque o livro pede leitura de um só fôlego - e no sublime preto e branco de Comés, rico de contrastes e pormenores, que melhor ilustra a narrativa e nos permite vivê-la em todas as cores (que imaginamos) nela presentes. Ou talvez, apenas, porque foi assim que "Silêncio" ocupou um lugar especial na minha memória. 


Férias em BD










Estão abertas as inscrições para as Férias em BD, no Centro Nacional de Banda Desenhada da Amadora.

Nas manhãs dos dias 25 a 28 de Março, haverá oficinas criativas, jogos e histórias de encantar com as aventuras de Fernão Mendes Pinto, piratas e marinheiros por terras do Oriente.
Querem embarcar connosco nesta viagem?
Se tens entre os 8 e os 12 anos não percas tempo, pede aos teus pais para fazerem já a inscrição para o telefone 214369057 ou para o mail: amadorabd@cm-amadora.pt e vem divertir-te connosco.

(Texto da responsabilidade da organização)

06/03/2013

Chico Bento 50 anos












Maurício de Sousa
Panini
Brasil, Agosto de 2012
190 x 275 mm, 160 p., cor, cartonada
R$ 58,00 / 22,40 €



“Chico Bento é meu personagem pé no chão… e coração no céu. Autêntico, sincero, às vezes um tiquinho teimoso, está sempre ensinando e aprendendo na sua vida simples na roça”
(Do prefácio de Maurício de Sousa)

Tal como já tinha sido feito em relação ao Bidú e ao Cebolinha, os 50 anos do Chico Bento foram assinalados com uma edição especial antológica com alguns dos melhores momentos da carreira da personagem.
“Chico Bento 50 anos” – neste momento disponível nos quiosques e bancas portuguesas – abre com um pequeno dossier que traça de forma concisa, com incidência em momentos marcantes, o percurso do pequeno caipira desde o seu nascimento no papel até aos nossos dias, com destaque para a sua evolução gráfica e a reprodução da primeira tira, da primeira prancha e das capas das principais edições que protagonizou.
Depois, há uma selecção de histórias que servem de apresentação e também definem Chico Bento: simples, disponível, amigo, ecológico e com uma forma de falar inimitável!
Como extra, prosseguindo o trajecto de busca de novos leitores (e dos leitores que cresceram!) o livro fecha com uma banda desenhada a preto e branco em estilo manga, que apresenta Chico Bento adulto, já pai, mas com os mesmos propósitos e preocupações em relação ao seu mundo e aos seres que nele vivem.
A uma edição cuidada como esta é, em termos gráficos, de encadernação, impressão e acabamentos, que procura um público que está para lá do fã habitual, falta, no entanto, a identificação da data e local original de publicação de cada história aos quadradinhos, o que permitiria situar no tempo a evolução do Chico. Para além disso, enquanto documento que é, teria beneficiado com a inclusão de uma selecção mais significativa das tiras originais a preto e branco e com a reprodução integral da primeira história colorida…



Lucky Luke em Março


(Público/ASA)

Alerta aos Pés Azuis
6 de Março de 2013

Lucky Luke contra Joss Jamon
13 de Março de 2013

Corrida Para Oklahoma
20 de Março de 2013

Billy The Kid
27 de Março de 2013

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