Une stupéfiante aventure de
Viny K.
Vincent Bernière (argumento)
Erwann Terrier (desenho)
Dupuis (Bélgica, Fevereiro de 2012)
240 x 320 mm, 56 p., cor, cartonado
14,50 €
Resumo
Esta é a primeira aventura de Viny K, um jornalista em
decadência, com problemas de dependência de droga e, consequentemente, de
dinheiro, a hipotecar em ritmo acelerado o capital de confiança e credibilidade
construída ao longo de anos.
O desaparecimento de uma jovem “de rosto bonito” de que tem
conhecimento no grupo de drogados anónimos que frequenta, está na origem de uma
investigação que o levará até à Índia e ao interior de uma seita de práticas
bem estranhas.
Desenvolvimento
O principal problema deste álbum é a hesitação entre o tom a
adoptar: mais adulto, abordando as questões de dependência de droga e a consequente
decadência – física, moral, social - de quem delas depende, a (boa ou má)
prática jornalística, as cenas de sexo mais ou menos dissimuladas; ou mais
juvenil, privilegiando as cenas de acção e o tom vagamente jornalístico e de
investigação.
Ficando num ponto intermédio, acaba por não apresentar os
argumentos suficientes para conseguir conquistar completamente nenhum dos dois segmentos de
leitores.
Graficamente, o problema acaba por ser o mesmo, com o
desenhador hesitante entre uma linha clara relativamente simples ou um traço
mais elaborado e sujo, surgindo o todo com alguns desequilíbrios e pouco
ambicioso.
Tudo isto hipoteca os aspectos mais interessantes do
argumento, apesar de tudo desenvolvido de forma coerente e estruturada e com bons apontamentos de humor pese
embora a facilidade com que o protagonista provoca o desfecho. Desta forma, da leitura descontraída de “Une
si jolie petite gueule“, uma banda desenhada de aventuras, mais
ou menos tradicional, no modelo e na forma, de acordo com o que era típico na
produção franco-belga de há algumas décadas, fica a sensação de que faltou algo mais para no final se reter mais do que uma vaga e passageira lembrança.
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