Jean Van Hamme (argumento)
Grzegorz Rosinski (desenho)
ASA + Público (Portugal, 4 de Abril de 2012)
225 x 295 mm, 48 p., cor, cartonado
4,90 €
1.
Este é o primeiro tomo da nova parceria entre a
ASA e o jornal Público, vendido hoje com o jornal, dedicado a Thorgal
, uma série magnífica que, situada no tempo dos vickings, combina a grande
aventura com um tom místico e fantástico, que lhe conferem uma aura única.
2.
Como primeira nota prévia ao que de seguida vou
escrever, quero deixar claro que considero esta uma das melhores escolhas que
podia ter sido feita dentro da linha de banda desenhada popular que tem
norteado as colecções conjuntas da ASA e do Público.
3.
E, como segunda nota prévia, afirmo que concordo
com a opção editorial feita de começar esta colecção – constituída apenas por
volumes inéditos em português - no tomo #14 da saga original…
4.
… porque os volumes #1 a #3 e #7 a #10 já
tiveram edição portuguesa…
5.
… porque o #4 foi distribuído entre nós em
edição brasileira…
6.
… e integra o ciclo de Brek Zarith concluído nos
tomos #5 e #6…
7.
… tal como os tomos #11 a #13 fazem parte do
ciclo do País Qâ, iniciado no tomo #9 e que a ASA conta concluir até meados de
2013.
8.
Mas, apesar de tudo o que atrás escrevo, acho
que este não deveria ter sido o tomo inicial da colecção.
9.
Isto, porque acredito que a venda destas
colecções de BD com o jornal pretendem mais do que atingir aqueles que já são/foram
leitores de quadradinhos…
10. …
ou seja, também conquistar novos leitores de banda desenhada…
11. …
e por isso não me parece que Aarícia seja o volume mais indicado para
introduzir a série a quem não a conhece.
12. Tal
como “O Filho das Estrelas” (tomo #7), “Aarícia” é um conjunto de histórias
curtas.
13. Aquele
abordava a infância de Thorgal, o actual volume, com histórias publicadas entre
1984 e 1988, narra episódios marcantes da infância da sua esposa: a morte da mãe;
a morte de Leif Haraldson, pai adoptivo de Thorgal e a consequente coroação de
Gandalf, o louco; a reintegração de Thorgal no seio da aldeia; a utilização das
jóias com que a deusa Frigg a presenteou aquando do seu nascimento.
14. Entre
a ternura própria das crianças, algum humor, o início das intrigas em torno de
Thorgal, a exploração da mitologia nórdica e o fantástico, servem acima de tudo
para justificar a ligação entre os dois desde criança, explicar o posicionamento
de Thorgal na comunidade vicking que o acolheu e reforçar o protagonismo que
Aarícia vai conquistando ao longo desta longa saga.
15. No
entanto, falta-lhe o tom mais adulto presente nos álbuns “tradicionais” da série
que fizeram de Thorgal um caso único no panorama da BD francófona e que teriam
um maior potencial para conquistar novos leitores.
16. Por
isso, em meu entender – sem saber se isso era contratualmente exequível – penso
que teria sido mais proveitoso deixar este tomo para mais tarde – mesmo que
mantivesse o número 1 na lombada, para respeitar a sequência original – e introduzir
Thorgal aos leitores do Público na notável exploração da temática “saltos
temporais” que é “O Senhor das Montanhas” (volume #2 desta colecção, disponível
na próxima quarta-feira, quando aqui escreverei sobre ele).
17. Por
isso, recomendo aos que fiquem desiludidos com “Aarícia”, um pouco de paciência
ou que concedam uma segunda oportunidade a Thorgal, porque os próximos volumes –
todos eles completos em si mesmo, apesar de constituírem peças de um mosaico
mais vasto - já serão bem mais cativantes…
18. E,
no tomo #7 da colecção, “A marca dos banidos” (#20 na numeração original), iniciar-se-á
o magnífico ciclo dedicado ao pirata (…?) Shaigan, a vários níveis cativante e
surpreendente, com sequências memoráveis e um desfecho de todo inesperado, que
ocupará quatro tomos que merecem um lugar de grande destaque no conjunto desta
série.
19. Que,
reforço, é muito aconselhável e recomendável.
Esgotou em 3 horas na minha tabacaria...
ResponderEliminar:)
Olá Bongop,
EliminarIsso é um bom sinal. Se a BD - qualquer BD - se vender, significa que mais títulos serão editados...
Boas leituras!
Olá Pedro. leio sempre seu blog e considero que suas opiniões só são expostas a partir da leitura cuidadosa de cada material Então, gostaria de saber como faço para enviar para você um material que produzo aqui, no Brasil.
ResponderEliminarIramir
Iramir,
EliminarBem-vindo a este espaço de comentários.
Agradeço a persistência!
Podendo não ser pacíficas ou consensuais, os opiniões que expresso no meu blog são sempre fundamentadas na leitura atenta que eu faço das obras... Acredito, aliás, que não pode ser de outra forma...
Envie-me um mail para pedro.cleto64@mail.com que eu indico-lhe o meu endereço.
Boas leituras!
Esta parceria Asa/Público está a ter um efeito calamitoso na minha prateleira ;). Lá terei que comprar um móvel novo!!
ResponderEliminarA maioria das escolhas de edição tem sido do meu agrado e esta colecção do Thorgal é muito boa. Infelizmente só tinha alguns livros dispersos da série Thorgal, por isso vai ser uma boa oportunidade para completar a colecção.
Gostaria de saber se a Asa tem algum contracto com alguma editora francesa em especial ou se pode vir a publicar séries de várias editoras?? Acho estranho que nunca publique nada da Soleil, que é para mim uma das melhores editoras de BD do momento.
Excelente análise como sempre Pedro. Um abraço.
Olá Lucaimura!
EliminarQuando precisamos de novas estantes é duplamente positivo: porque gostamos do que está a ser publicado e porque temos possibilidades de o adquirir.
Eu tenho o Thorgal quase todo em francês, mas vou aproveitar para comprar os títulos que me faltam.
A ASA não tem exclusivo com qualquer editora francesa - embora eventualmente possa ter direito de preferência no caso de outra editora portuguesa mostrar interesse num ou noutro título... - mas possivelmente escolhe de acordo com o mercado que existe. E que a ASA ajudou a criar.
Obrigado pelo comentário!
Boas leituras... e prateleiras repletas!