04/06/2012

Avante, Vingadores! #50

Capitão América: Teatro de Guerra







Paul Jenkins (argumento)
Gary Erskine, John McCrea, Fernando Blanco e Elia Bonetti (desenho)
Allen Martinez, Victor Olazaba, James Hodgkins (arte-final)
Panini (Brasil, Novembro de 2011)
170 x 260 mm, 148 p., cor, brochada, revista bimestral
R$ 14,90 / 6,20 €


1.      Não deixa de ser curioso que aqui em As Leituras do Pedro, onde os comics de super-heróis são minoria, no espaço de uma semana marquem presença duas vezes.
2.      E em ambos os casos, em títulos protagonizados pelo Capitão América.
3.      Assim, depois de “El hombre fuera del tiempo, surge esta colectânea de quatro histórias (cujos títulos originais são “America The Beautiful”, “A Brother In Arms”, “To Soldier On” e “Ghosts Of My Country”) que assinala os 50 números da revista “Avante, Vingadores!”, actualmente disponível nas bancas e quiosques nacionais .
4.      Curiosamente, se no título referido era o lado humano do Capitão América que mais imperava no relato, neste Teatro de Guerra ele surge (perfeitamente) integrado em cenários de batalhas/guerras que os Estados Unidos travaram ao longo dos tempos - desembarque da Normandia, missão secreta no interior da Alemanha Nazi, Guerra do Golfo, batalhas pela independência dos EUA em relação à soberania inglesa – em contextos que ajudam a compreender/consolidar o mito em torno daquele que é, provavelmnete, o mais norte-americano de todos os super-heróis.
5.      Mas, se o capitão América – numa visão bem americana e maniqueísta – surge como o combatente por excelência, como (o verdadeiro) super-herói de guerra, ele divide o protagonismo com os soldados com quem combate/a quem salva, o que serve de pretexto a Jenkins para explorar alguns aspectos menos espetaculares das guerras: o medo em combate, os feridos, os estropiados, os mortos, os heróis involuntários, a (incómoda) proximidade entre os integrantes das várias forças que se combatem (até à morte)…
6.      Ou seja: as (re)acções, sentimentos e emoções (bem humanas) dos seres (humanos) de carne e osso que travam as guerras reais.
7.      Até porque, algumas destas histórias inspiram-se em casos reais e estão dedicadas a esses protagonistas.
8.      Se, apesar disto, o peso distorcido do patriotismo (norte-americano) é evidente, e as eventuais propostas de análise e discussão são abafadas ou aligeiradas pelos feitos do protagonista, esta não deixa de ser uma leitura aconselhável…
9.      … também pela arte dos desenhadores envolvidos, bastante realista, bem trabalhada e detalhada…
10. … mesmo que a qualidade inferior do papel da edição não permita desfrutá-la em todo o esplendor que ela merecia…
11.  … embora seja esse um do factores que permite um preço que não deixa de ser simpático…
12.  … sendo também positivo – e não me canso de o realçar – a possibilidade de ver explorado, numa temática que revela alguma originalidade, o universo Marvel em histórias fechadas, que dispensam o conhecimento/acompanhamento de sagas intermináveis.




5 comentários:

  1. "10. … mesmo que a qualidade inferior do papel da edição não permita desfrutá-la em todo o esplendor que ela merecia…
    11. … embora seja esse um do factores que permite um preço que não deixa de ser simpático…
    12. … sendo também positivo – e não me canso de o realçar – a possibilidade de ver explorado, numa temática que revela alguma originalidade, o universo Marvel em histórias fechadas, que dispensam o conhecimento/acompanhamento de sagas intermináveis."

    Tudo isso são bons factores difícil é achar aonde comprar.E o estado que chega as bancas daqui.

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  2. Caro Pedro Cleto,

    De facto o papel usado nestas edições brasileiras não faz jus à qualidade do colorido digital das edições originais nem à arte que, em muitas páginas, fica “lamacenta”, à falta de melhor termo. E as traduções também poderiam ser mais cuidadas.

    Contudo, e isto aplica-se a todas as revistas Marvel e DC presentemente editadas pela Panini (e que eu, por “culpa” deste post, penso voltar a coleccionar alguns títulos mensalmente, algo que não fazia desde que eram editadas pela antiga Editora Abril), a relação qualidade/nº de páginas/preço é mais do que justa.

    E são realmente difíceis de encontrar Optimus! No El Corte Inglês de Gaia encontras algumas. No centro do Porto ainda não vi nenhum exemplar à venda.

    André Azevedo

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    Respostas
    1. Olá Optimus, olá André.
      Quanto à dificuldade de as encontrar, confesso que ando um pouco por fora do assunto. Eu costumo comprar as revistas da Panini no El Corte Inglés de Gaia - onde as tenho reservadas - e onde chegam mensalmente todos os títulos na data certa. Pontualmente em estado sofrível mas, de uma forma geral, em estado normal para revistas de banca...
      Boas leituras... de revistas encontradas em bom estado!

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    2. André No centro do Porto há 2 décadas atrás fins da da decada de 80 e inicio de 90 tinhas bds em qualquer lado,até havia 1 quiosque que expunha as bds em montras enormes a beira da igreja da batalha (actualmente fechado)n e qualquer quiosque as tinha isso durou até 1999,a partir dai com o formato americano foi sempre a descer nas bancas.

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    3. Optimus e André,
      Lembro-me quando comprava o Mundo de Aventuras - década de 70 e 80 - havia dezenas de títulos de BD: Disney, Turma da Mônica, os formatinhos da Abril, Tex, Zagor, Tintin, revistas da Agência Portuguesa de Revistas...
      O problema não foi o formato americano, foi o quase desaparecimento de títulos de BD e o aumento exponencial de jornais e revistas (que vendem mais, logo expõem-se mais...)
      Boas leituras... de revistas de BD!

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