07/06/2012

Sin City - Inferno, Ida e Volta












Frank Miller
Devir (Portugal, Maio de 2012)
160 x 260, 320 p., pb e cor, brochado com badanas
29,90 €


Resumo
Wallace, ex-combatente que tenta ganhar a vida como desenhador, salva Esther após esta se ter tentado suicidar, apaixonando-se de imediato por ela.
O seu rapto vai levá-lo a mover céu e terra para a encontrar e a descobrir muitos dos podres da “cidade do pecado”.

Desenvolvimento
O rapto de Esther é o pretexto que Miller utiliza para nos arrastar em mais uma longa investigação, com os excessos gráficos e narrativos que são também a imagem de marca de Sin City e sem os quais a série não seria a mesma e não teria chegado onde chegou, com o protagonista a ter que enfrentar polícias corruptos e organizações criminosas poderosas, recorrendo aos seus antigos companheiros de armas, o que transformará as ruas escuras de Sin City num autêntico campo de batalha, onde o sangue jorra a rodos e não há quartel nem piedade pelos feridos. Apesar de, no fundo, o relato (ser anunciado e) não passar de uma forte história de amor…!
Que Miller nos vai desvendando aos poucos, apesar do ritmo elevado que lhe imprime, e na qual vamos encontrar ou entrever muitas das personagens – e mesmo alguns momentos – que marcaram as páginas de volumes anteriores, pelo que este tomo final (até ver, há notícias do regresso de Miller a Sin City) serve também, de alguma forma, de (auto)celebração e de consolidação de um (imenso) universo que, apesar das suas bases tradicionais – o policial negro, puro e duro – revolucionou este registo nas páginas aos quadradinhos e é uma série de referência incontornável.

A reter
- Nove anos depois do primeiro, a Devir completa a edição de Sin City. A prova de que em Portugal também se completam colecções de BD.
- E fá-lo com um belo livro-objecto, pesado e volumoso, com a BD complementada com as capas originais e homenagens de outros autores, mas que merecia uma capa mais chamativa.
- Apesar de alguns desequilíbrios no conjunto da narratuva, a forma como Miller encaixou neste tomo algumas personagens e situações exploradas noutros contos da cidade do pecado.
- Algumas pranchas – belíssimas – contidas neste grosso volume, com sublimes contrastes de branco e negro, que justificam à saciedade o génio gráfico de Miller e um dos aspectos em que assenta o sucesso de Sin City…

Menos conseguido
- … a par de algumas das piores pranchas que Miller se atreveu a rabiscar, às quais nem o apertar dos prazos ou a saturação do trabalho pode valer de desculpa…
- … e as pranchas 184 a 209, a sequência da alucinação provocada pela droga, integralmente a cores (com algumas curiosas homenagens a outras séries de BD), que mostra, a quem de tal precisasse, porque tem Sin City que ser a preto e branco – ou quando muito com a utilização pontual e cirúrgica de uma cor.


4 comentários:

  1. Nesta série escusei-me a ler o que quer que fosse até ter a colecção completa.
    Ao fim de todos estes anos acabei por por ler tudo de seguida e em português, o que foi excelente!
    Grande série!

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Nuno!
      Se invejo a possibilidade que tiveste de ler o Sin City de enfiada - apesar de cada livro ser independente dos outros - para mim isso não compensa teres estado tantos anos sem conhecer a série...
      Que, concordo contigo, é magnífica!
      Boas leituras... de enfiada ou por etapas!

      Eliminar
  2. "Nove anos depois do primeiro, a Devir completa a edição de Sin City. A prova de que em Portugal também se completam colecções de BD."

    A mesma Devir no Brasil já a completou a que 5 ou 6 anos,aqui foi preciso uma década.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Optimus,
      Eu - e toda a gente que gosta de BD em Portugal - também gostava que o mercado nacional fosse igual ao brasileiro - e não apenas no que ao Sin City diz respeito...
      E, apesar de tudo, 7 álbuns numa década não me parece assim tão mau...
      Boas leituras!

      Eliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...