Jim McCann (argumento)
David Baldeon, Jordi Terragona, Jeremy
Treece e Roger Bonet (desenho)
Panini Comics(Espanha, Novembro de 2012)
170 x 260 mm, 112 p., cor, brochado com
badanas
11,00 €
Resumo
Adaptação do conto “A Christmas Carol” (“Um
conto de Natal” ou “Um Cântico de Natal”, dependendo da tradução), escrito em
menos de um mês, para pagar dívidas, por Charles Dckens, em 1843, narra a
história de Ebenezer Scrooge, um velho avarento, visitado na véspera de Natal
pelos espíritos dos natais passados e futuros, para corrigir a sua postura
anti-social. Com a originalidade de o seu mundo estar infestado de
mortos-vivos.
Desenvolvimento
Com este tomo (depois de “O Baile” e de
“The Walking Dead #4”),
encerro a “inusitada trilogia natalícia zombie” que teve lugar nesta última semana
aqui em As Leituras do Pedro!
Escritor britânico que viveu durante a primeira
metade do século XIX (1812-1870), Charles Dickens é, possivelmente, um dos mais
adaptados a outros meios, possivelmente pela forte crítica social das suas
narrativas, pelo retrato realista da sociedade vitoriana feita de contrastes e
também pelo tom melodramático das suas obras.
Na linha do que acabei de escrever, este “A
Christmas Carol” é um dos casos mais paradigmáticos, com as versões a
sucederem-se aos mais diversos níveis.
No centro da trama está Ebenezer Scrooge, um
velho avarento que sempre viveu para acumular riquezas, esquecendo/ignorando/perdendo
familiares, amigos, noiva…
Incapaz de se interessar pelos outros, de se
relacional, de ajudar quem quer que seja, na véspera de Natal é visitado pelos
espíritos dos natais passados e futuros, que lhe mostram o que era, o que podia
ter sido, aquilo em que se transformou, como a sua vida influenciou os outros e
o que o espera – a ele e ao mundo - se prosseguir pela mesma senda.
Narrada em bom ritmo, com uma boa adaptação para
o novo suporte narrativo, com base em traços expressivos, ágeis, dinâmicos e,
acima de tudo, muito funcionais, esta nova versão tem uma originalidade
significativa: o mundo de Scrooge foi invadido por mortos-vivos e, como se há
de constatar, o culpado é ele - e aqui está a explicação que The Walking Dead
ainda não prestou!
Curiosamente, esta inovação não é de somenos nem
sequer um simples seguir de modas, pois a introdução das macabras personagens
torna mais odiosas as acções de Scrooge – as suas implicações estendem-se mais
longe… - e responsabiliza-o de maneira acrescida por aquilo que se tornou o seu
mundo.
Sem desvendar (completamente) o final (já
conhecido), não posso deixar de referir que, apesar de toda a envolvente
fantástica, esta não deixa de ser uma obra bem apropriada à quadra que corre e
de espírito bem natalício…
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