Scrooge
McDuck, aliás o Tio Patinhas, fez a sua estreia nos quadradinhos em Dezembro de
1947, como criação de Carl Barks. Antipático e pouco sociável, já era “o pato
mais rico do mundo”.
Essa
primeira aventura, intitulada “Christmas on Bear Mountain” (Natal nas Montanhas
do Urso), integrou a revista Four Colour Comics #178, publicada pela Dell
Comics. Com 20 páginas, tinha sido escrita e desenhada por Barks em Julho desse
ano, estando o mais célebre “desenhador dos patos” longe de imaginar o sucesso
da nova personagem.
Se em
termos de temperamento – egoísta, amargo, desagradável, solitário – Patinhas já
estava próximo do que lhe conhecemos, em termos físicos apresentava algumas
diferenças, nomeadamente óculos com aros e barba em vez das (agora) tradicionais
patilhas.
Nessa BD,
tudo começa quando o Pato Donald e os seus sobrinhos recebem um convite de um
tio rico – que aparentemente desconheciam – para passarem o Natal com ele nas
montanhas. Aceitam de imediato, desconhecendo que ele pretende disfarçar-se de
urso e divertir-se às suas custas, o que dará origem a algumas peripécias
divertidas com peles de urso e ursos de verdade.
Apesar de
avarento, o Tio Patinhas, inspirado no Ebenezer Scrooge de Um Conto de Natal de
Charles Dickens, fez sucesso e tornou-se personagem recorrente das aventuras
dos patos Disney.
“A Saga do
Tio Patinhas”, uma espécie de biografia oficial, escrita e desenhada pelo
norte-americano Don Rosa a partir das várias histórias de Barks, localiza o seu
nascimento em 1867, em Glasgow (que o fez cidadão honorário em 2007), na
Escócia (daí a sua avareza). Nela, conta o percurso de Patinhas desde um pequeno
engraxador até se tornar o multimilionário homem de negócios mundialmente
famoso, depois de ter sido barqueiro, vaqueiro, pesquisador de ouro, mineiro em
África, caçador de tesouros e muito mais.
Tendo
enriquecido à custa do seu trabalho, tornou-se dono de grande parte da cidade
de Patópolis, possui uma enorme caixa-forte cheia de dinheiro, no qual adora
mergulhar e nadar, e explora ao máximo os que o rodeiam, especialmente Donald. Como
não podia deixar de ser, a sua enorme fortuna atrai muitos indesejáveis, com os
terríveis irmãos Metralha (igualmente criados por Barks, quatro anos mais
tarde) à cabeça. Outra ameaça recorrente é a Maga Patalógica, que pretende
transformar num amuleto a famosa moedinha n.º 1, a primeira que Patinhas ganhou
a trabalhar e que desde sempre guarda. Entre os seus ódios de estimação
contam-se os também milionários Patacôncio e MacMonei.
Se é
verdade que Don Rosa apontou 1967 como data da morte do Tio Patinhas (ao
completar o seu centenário, felizmente, para os seus fãs e admiradores o Tio
Patinhas (já com 145 anos!) continua a viver nas páginas dos quadradinhos e
também nas aventuras animadas.
Apesar
dessas evidências, a revista norte-americana Forbes que anualmente elabora uma
lista com as personagens de ficção mais ricas, em 2012, excluíu o Tio Patinhas
que a liderava no ano anterior com uma fortuna avaliada em 44,1 biliões de
dólares, supostamente por já ter “falecido”.
Se assim
fosse, o pato daria voltas na tumba ao ver um dos seus rivais, o pérfido
MacMonei, na 2.ª posição, com uma fortuna superior à sua (51,9 biliões de
dólares), conseguida à custa de esquemas pouco honestos e exploração de minas.
A liderança da lista apresentada este ano cabe ao dragão Smaug, de O Hobbit,
com 62 biliões de dólares, enquanto o vampiro Cullen, da saga Crepúsculo
completa o pódio com 36,9 biliões.
Na lista
figuram igualmente Tony Stark (o Homem de Ferro da Marvel), Bruce Wayne
(identidade secreta de Batman), a hacker Lisbeth da saga Millenium, Mr.
Monopoly (do jogo homónimo) e Mr. Burns, dos Simpsons.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de
2 de Dezembro de 2012)
Apesar de ter acompanhado todas as capelinhas da familia Disney desde que era miudo, (Mickey, Donald, Zé Carioca, etc), recordo-me que o Tio Patinhas era quem tinha as aventuras mais alucinantes e com um leque de personagens à sua volta mais estimulantes (a Maga e os Metralhas são obras primas). Mas mais do que os seus vilões, a capacidade que o Patinhas tem, mesmo perante a morte, de não abrir mão do seu dinheiro, é hilariante. E tinha outra coisa que eu também adorava. Andava sempre a viajar por sitios desconhecidos e misteriosos. Sempre adorei histórias com esta premissa (acho que é por isso que gosto tanto de Sci-Fi espacial). E o Patinhas nisto também não falhava.
ResponderEliminarPode-se dizer que ele é disciplinado, meticuloso ou até corajoso, nas suas buscas, mas a qualidade mais distinta dele é mesmo a pancada completa e os trabalhos em que se mete para arrecadar uma nova riqueza. Seja de um milhão de dólares, ou de apenas um dólar, o Patinhas move mundos para o conseguir. Para ele é igual tanto um como o outro. A tragédia dele de perder um milhão de dólares ou apenas dez era quase semelhante. Acho que é isso que me atrai mais neste personagem. O seu extremismo e a sua completa falta de bom senso :D Está de parabéns o velho sovina :D
Olá Luís,
EliminarConfesso a minha preferência pelo Mickey detective, embora tivesse um fraquinho pelas trapalhadas do Pateta e do Peninha.
Mas acima de tudo guardo boas recordações das leituras Disney, na altura certa, que me serviram de rampa para continuar na BD.
O que não implica que não desfrute hoje das grandes obras criadas por Barks, Gottfredson ou outros grandes autores - e que não descubra nelas as bandas desenhadas Disney que mais me agradaram em criança!
Boas leituras!
Olá Pedro,
ResponderEliminarSem duvida que tanto o Peninha como o Pateta me faziam rir bastante. No que toca a comédia Disney, o Pateta será sempre o meu favorito :) Aquela lógica que ele aplica a tudo o que faz é imbativel. Então quando contrastava com o Mickey ainda me fazia rir mais, ou quando comia os super-amendoins. Mas isso era comédia, aventura era mesmo o Patinhas :)
Olá Luís,
EliminarEssa é uma das qualidades da BD Disney: a diversidade que permite que cada um tenha as suas personagens preferidas...
Boas leituras!
“A Saga do Tio Patinhas” foi uma das muitas histórias que li na infancia,apesar de tolerar o Patinhss os meus favoritos eram o Superpato e o Clube dos Super-herois e Mickey Bond na época dos gadgets.
ResponderEliminarOlá Optimus,
EliminarA Saga do Tio Patinhas, do Don Rosa, é uma excelente banda desenhada, que foi várias vezes publicada em portugu~es, em revistas e em edição especial...
E também gostei bastante do Superpato, quando ele apareceu, como aliás gostava do Superpateta, apesar de não ter muita queda para super-heróis...
Boas leituras... Disney!