23/11/2013

X-Men: Meio século com os mutantes















Criados há meio século os X-Men surgiram como uma reflexão sobre a solidão adolescente, o racismo ou o direito à diferença, mas demoraram a tornar-se um dos títulos mais populares de super-heróis da Marvel.


No início da década de 1960, quando Stan Lee criava as bases do futuro universo Marvel, a criação dos X-Men mostrava um grupo de super-heróis diferentes daqueles tinham sido criados até então. Enquanto o Homem-Aranha, o Quarteto Fantástico ou o Hulk – todos imaginados por Lee - tinham adquirido os seus poderes na sequência de acidentes ou experiências científicas mal sucedidas, as capacidades extraordinárias dos X-Men deviam-se a uma mutação genética no seu ADN. Isso fazia deles, segundo alguns, um passo em frente na evolução do ser humano, e, segundo outros, uma ameaça a abater.
Entre os novos mutantes – termo utilizado pela primeira vez em 1953, pelo escritor Wilmar Shiras, no livro Children of the Atom - havia também duas posições antagónicas: enquanto o seu líder, professor Xavier, um poderoso telepata confinado a uma cadeira de rodas, defendia o convívio com os humanos e a utilização dos super-poderes para os ajudar, uma facção liderada por Magneto pretendia subjugar e escravizar a raça humana.
O primeiro confronto, inevitável, teve lugar logo na primeira história, em que a formação original dos X-Men incluía o Homem de Gelo, capaz de congelar tudo ao seu redor, Jean Grey, que movia objectos com o poder da mente, o Anjo, que possuía asas nas costas, Ciclope, capaz de transformar energia solar em rajadas disparadas pelos olhos, e Fera, um génio científico com força, agilidade e reflexos sobre-humanos.
Apesar da autoria de Lee e de Jack Kirby (1917-1994), as vendas da revista demoravam a arrancar, pelo que, a partir do número 19, coube a Roy Thomas e a Neal Adams tentar inverter a situação, sem sucesso, apesar da criação de novos mutantes.
Na entrada da década de 1970, Len Wein e Dave Cockrum surgiam como nova equipa criativa, mas os X-Men só começaram a conquistar a popularidade que hoje lhes é reconhecida quando o britânico Chris Claremont assumiu a escrita dos argumentos, em 1975. Durante 17 anos, no início com uma bem-sucedida parceria com o também britânico John Byrne, Claremont escreveu histórias em que reformulou a equipa original, internacionalizando-a com a entrada da africana Tempestade, o russo Colossus, o alemão Nocturno e o regresso do canadiano Wolverine, que viria a assumir cada vez mais protagonismo.
A morte de Jean Grey, uma das que maior impacto teve nos quadradinhos de super-heróis, seria o prenúncio de muitas outras que se viriam a suceder, provocando sucessivos picos de interesse, a que se juntou a exploração das características mais humanas dos diversos mutantes, originando desentendimentos e confrontos entre eles, a par da exploração dos preconceitos crescentes dos seres humanos em relação aos mutantes.
Nos anos 90, a introdução de múltiplas personagens originou histórias cada vez mais complexas e com múltiplas ramificações, tornando-os quase um universo à parte no seio da Marvel, que continua em expansão nos quadradinhos até aos nossos dias e com adaptações bem-sucedidas no cinema.
Este último aspecto fez com que, na entrada do corrente século, os quadradinhos se aproximassem da versão cinematográfica com os Ultimate X-Men, para tentarem cativar os que descobriram os mutantes no grande ecrã.

Novo filme a caminho
Apesar da 20th Century Fox ter adquirido os direitos dos mutantes em meados dos anos 90, só em 2000 é que X-Men, dirigido por Bryan Singer, e com Patrick Stewart, Ian McKellen, James Marsden, Hale Berry e Hugh Jackman no elenco, chegou aos ecrãs, sendo co-responsável pelo número crescente de películas de super-heróis produzidas desde então.
Seguiram-se X-Men 2 (2003), X-Men: Confronto Final (2006), Wolverine: Origens, X-Men: Primeira Classe (2011) e Wolverine (2013)
Para Julho do próximo ano está já anunciado X-Men: Dias de um futuro esquecido, de novo dirigido por Singer, baseado numa BD de Claremont e Byrne, que reúne mutantes provenientes de épocas distintas.


(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 13 de Novembro de 2013)


3 comentários:

  1. Canadiano???? Não seria Canadense?

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    1. Olá Kaiossama,
      Em português é canadiano, em brasileiro é canadense, mas ambos percebmos o que os utros queriam dizer...
      Mais uma prova da inutilidade absurda que tem por título Acordo Ortográfico...

      Boas leituras!

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  2. Não em Portugal, Kaiosama.

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