Gotham by Gaslight
Bryan Agustin (argumento)
Bryan Agustin (argumento)
Mike Mignola (desenho)
Red Rain
Doug Moench (argumento)
Red Rain
Doug Moench (argumento)
Kelley Jones (desenho)
Legends of the Dark Knight # 54: Sanctum,
Dan Raspler (argumento)
Legends of the Dark Knight # 54: Sanctum,
Dan Raspler (argumento)
Mike Mignola (argumento e desenho)
Levoir/Público
Portugal, 7 de Novembro de 2013
170 x 260 mm, 176 p., cor,
cartonada
8,90 €
1. Pessoalmente preferia que cada voluma desta colecção
tivesse apenas uma só história.
2. Percebo perfeitamente a opção por mais – é necessário um
número de páginas constante por volume, uma vez que o preço dos diferentes
tomos é fixo…
3. … e respeito também as associações que foram feitas em
função de protagonistas ou temáticas…
4. … embora tenha sentido nos volumes em que tal aconteceu –
Joker, Mulher Maravilha, neste Batman – que essas associações nem sempre
funcionam na plenitude e podem mesmo realçar as diferenças (inevitáveis)
inerentes, em desfavor do que cada narrativa tem de mais interessante.
5. Mas vamos esquecer esta introdução – não mais do que um
desabafo – e olhar para os três contos incluídos neste Batman - Outros mundos, unidos pela temática fantástica e de
terror, pelo tempo da acção (final do século XIX, início do século XX) e pelo
protagonismo do Homem-Morcego.
6. Oriundos da linha Elseworlds, que durante quase 20 anos
(1989-2005) marcou recorrentemente o Universo DC, transportando as suas
personagens principais para tempos e lugares que lhe eram estranhos…
7. …apresentam como principais curiosidades, nos dois
primeiros casos, a oposição do cruzado de Gotham a Jack, o Estripador, e a
Drácula…
8. …e no primeiro e terceiro a assinatura de Mike Mignola na
arte.
9. Um Mike Mignola pré-Hellboy, ainda a meio caminho entre o
desenho mais tradicional e o estilo estilizado que hoje lhe (re)conhecemos, mas
já com pormenores bastante interessan tyes que deixavam intuir o seu brilhante
futuro (ou pelo menos achamos isso hoje, em função do que depois conhecemos…)
10. Gotham by Gaslight,
conto mais próximo do registo policial do que do de super-heróis, vale, também pelo
tom de drama familiar, pelas diversas referências e citações espalhadas, pela
forma como combina os universos de Batman e de Jack, o Estripador – mais
próximos do que se poderia pensar -, pelos diversos estilos de escrita
utilizados para fazer avançar a acção e pelo suspense que se mantém ao longo da
história até ao desfecho final surpreendente, mas que a certa altura se
consegue intuir.
11. Quanto a Red Rain,
é uma história típica de vampiros, que surpreende pela forma como Batman é
tratado, tendo mesmo que sofrer uma inesperada transformação para obter a
vitória final esperada, enquanto divide o protagonismo com a bela Tanya, uma
vampira que tanto surge deformada pelo traço de Jones e Jones III, como se
revela aos olhos dos leitores em poses sensuais invulgares neste registo.
12. Sanctum, a
narrativa mais curta que fecha o álbum, onde é aptente a influ~encia dos
universos de H. P. Lovecraft, surge demasiado presa a um monólogo que sustenta
mal um relato quase sem acção e foi para mim o gatilho que fez desencadear o
desabafo com que abri este texto.
13. Ao contrário de outros volumes desta colecção, o todo
vale sobretudo como curiosidade e como documento de experiências, umas vezes
mais bem-sucedidas do que outras, que as décadas de 1980 e 1990 propiciaram na
indústria dos comics de super-heróis.
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