18/04/2015

Café Espacial #13














É verdade que o café já não está quentinho – afinal a Café Espacial #13 está disponível desde final do ano passado – mas os sabores – diversificados, do mais suave ao mais intenso – continuam todos lá.


E se tal como o bebível, também nesta Café variam os aromas, as intensidades e os sabores, eles estão mais dependentes do estado de espírito, da formação e da menor ou maior abertura de quem os lê/contempla, no momento da leitura/contemplação. Por isso, enquanto a bebida tem um tempo de vida limitado, a Café Espacial é como que eterna, aberta e disponível para novas leituras que poderão ser leituras novas se a disposição e o momento assim o proporcionarem.
Da minha leitura, deste décimo-terceiro número, se confesso alguma curiosidade quanto à narrativa completa de Damasco, aqui apenas disponível no ‘cheirinho’ que é o seu epílogo, as minhas recomendações vão noutro sentido.
Apreciei o conto Bonsai, de Lídia Basoli, pelo tom desiludido que emana; sorvi A Vida Eterna, a adaptação do conto clássico de Machado de Assis, feita por Floreal Andrade, que conseguiu captar o espírito do original, embora merecesse uma arte mais consistente e apelativa e, em especial, saboreei Tarde para o Amor, de Alejandro Farías e Cris Aguirre, uma narrativa melancólica ancorada no basfond argentino - quase ao som de tango - pela forma como está desenvolvida e, mais ainda, pelo inesperado final que consegue fazer a ponte com o tom geral da Café Espacial.
Que, mais uma vez, apesar do seu ecletismo – combina BD (ou HQ!), poesia, fotografia e conto - e da origem diversificada das colaborações – Brasil, Portugal, Argentina – consegue entre todas elas um tom comum - introspectivo, contemplativo, desanimado até - que, aliás, é uma das suas imagens de marca.

Café Espacial #13
Vários autores
(Brasil, Outubro de 2012)
140 x 210 mm, 100 p., pb, brochado

R$ 15,00

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