Prossegue em bom ritmo e óptimas
propostas a colecção Novela Gráfica, editada pela Levoir e distribuída à
quinta-feira com o jornal Público.
Hoje, a proposta é o belíssimo Em busca de Peter Pan, de Cosey.
A nota de imprensa e algumas
pranchas, como habitualmente disponibilizadas pela editora, estão já a seguir,
mas terão de esperar até segunda-feira pela minha leitura desta obra, aqui em
As Leituras do Pedro.
Sir Melvin Woodworth, um escritor inglês,
parte para os Alpes em busca de inspiração para o seu novo romance, e também
das memórias do seu irmão Dragan, um pianista desaparecido naquelas montanhas
anos antes. Mas, no cenário imponente dos Alpes suíços, por entre
contrabandistas, misteriosas personagens que assombram as aldeias abandonadas e
a sombra de uma catástrofe à beira de acontecer, Melvin vai fazer uma
descoberta que vai afectar de forma profunda a sua vida. Uma viagem ao passado,
pontuada por citações do Peter Pan de James M. Barrie, em que a paisagem da
montanha, que Cosey retrata como ninguém, se assume como uma personagem de
pleno direito.
Nascido em 1950, perto de Lausanne, na Suíça, Bernard Cosandey, que os leitores conhecem como Cosey, é um dos grandes nomes da BD franco-belga, e estreou-se na banda desenhada no início dos anos 70, pela mão do seu compatriota Derib, o criador de Yakary e Buddy Longway.
Neste livro, Cosey troca temporariamente
as montanhas do Tibete onde decorrem as aventuras de Jonathan, pelos Alpes
suíços, que se revelam o cenário ideal desta aventura de grande poesia e
sensibilidade. Livro pioneiro, um dos primeiros no mercado franco-belga que foi
pensado como uma história completa, fechada, em dois volumes - o que foi
confirmado com o lançamento da versão integral pouco depois da saída da segunda
parte desta história - que permitiu ao seu autor fugir ao limite das 48 páginas
do álbum tradicional, Em Busca de Peter Pan, representa um decisivo passo em
frente no percurso de Cosey como criador.
Como o próprio refere, Em Busca de Peter
Pan foi “o meu primeiro one-shot, feito por volta de 1985, para a colecção Histoires
et Légendes da Lombard. Na altura, estava profundamente empenhado na série Jonathan,
que conhecia grande sucesso. Os álbuns vendiam-se cada vez mais, mas sentia
vontade de sair por algum tempo daquela rotina. Há muito tempo que queria fazer
uma história que se passasse nos Alpes valesianos, que conheço muito bem.
O meu
editor estava um pouco receoso e disse-me: o Tibete pode interessar a muita
gente. Mas uma história nos Alpes valesianos, só vai interessar a uns poucos
suíços… Mas na editora perceberam que eu tinha necessidade dessa mudança,
embora não estivessem à espera que o livro vendesse tão bem, ou até melhor, do
que o Jonathan. E sobretudo, Em Busca de Peter Pan é um livro que teve, e tem,
uma longa vida.”
Publicado inicialmente em dois volumes, Em
Busca de Peter Pan juntou o sucesso comercial ao reconhecimento crítico,
traduzido no Prémio do Público na Convention de la Bande Dessinée de Paris, em
1984 e no Grand Prix da cidade de Sierre em 1985. Mais tarde o livro foi
publicado num único volume e integrado na colecção Signé, a linha de prestígio
da Lombard, E, confirmando essa longa vida que é a marca dos clássicos, Em
Busca de Peter Pan chega finalmente a Portugal, dando a conhecer aos leitores
nacionais, tanto aos que sonharam ao lado de Jonathan, como os que estão agora
a descobrir o trabalho de Cosey pela primeira vez, a obra mais emblemática do
autor suíço e a sua primeira novela gráfica.
"É possível fazer em banda desenhada
coisas que têm um valor igual ao de um grande romance, como as que fez Cosey,
que consegue exprimir sentimentos de profundidade e delicadeza semelhantes aos
que se encontram na melhor literatura."
- Franquin, criador de Spirou, Gaston
Lagaffe e Marsupilami
Em
busca de Peter Pan
Cosey
Levoir/Público
Portugal,
16 de Abril de 2015
210
x 270 mm, 140 p., cor
capa
dura, 9,90 €
Tenho uma certa curiosidade neste.
ResponderEliminarE vale a pena satisfazê.la, Optimus... Digo eu!
EliminarBoas leituras!
È inacreditável o ''filme'' que é todas as semanas comprar um livro que não esteja danificado... quase que chega a ser uma tarefa épica!..Ainda hoje e mais uma vez, só á 3ª papelaria lá consegui arranjar um que estivesse intacto! Sei que a culpa não pode ser imputada á Levoir..mas é a única forma de reclamar da vergonha que são os agentes que distribuem este tipo de produtos..esses mesmos que não possuem o mínimo cuidado e apreço pelos livros..ainda mais quando se sabe que quem os adquire são maioritariamente coleccionadores..pessoas como eu...que além do prazer da leitura..posteriormente os guardam religiosamente..e durante anos....enfim!
ResponderEliminarÉ o problema de quem está habituado a distribuir jornais e revistas de "ler e deitar fora" e se v~e nas mãos com outro tipo de objectos mais duradouros...
EliminarVou passar o comentário à Levoir.
Boas leituras!
Boa tarde Pedro,
ResponderEliminarE não é que o prefácio e a tradução foi feita por um tal de...Pedro Cleto :)
Excelente obra (mais uma)
Cumprimentos
tem razão caro Homem do Leme,
EliminarFoi uma oportunidade e um prazer!
E, sim, é mais uma excelente obra desta colecção!
Boas leituras!
Há ali um pequeno senão no finzinho do texto. Franquin, criador de Spirou? Só numa acepção lata do vocábulo "criador"...
ResponderEliminarLeitura atenta caro Porco-Aranha!
EliminarFalha de quem elaborou a nota de imprensa da Levoir... e de quem a reproduziu sem a atenção devida...
É evidente que o criador de Spirou foi Rob-Vel, e Franquin foi 'só', possivelmente, o seu autor mais inspirado.
Boas leituras!
Ups! Erro meu, que escrevi os textos de contracapa e do presse... e ninguém descobriu...
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