História sensível, humana e documental, Giant – gigante,
devido à estatura do seu protagonista – é uma das boas surpresas do primeiro
semestre de 2017.
O seu cenário é a Nova Iorque dos anos 30, sob os efeitos da
Grande Depresãon (e a caminho de outra grande guerra), em que os arranha-céus
cresciam como cogumelos, à custa do trabalho quase escravo dos imigrantes que,
se chegavam em menor número, continuavam a ser muitos.
Inspirada numa bela fotografia e centrado num pequeno grupo de
irlandeses, trabalhadores no futuro Rockefeller Center, esta é uma história
sobre ilusões e sonhos perdidos, sobre passados complicados e futuros incertos,
sob a sombra das guerras de famílias – irlandeses, italianos… - e do (então já
cada vez mais) utópico sonho americano.
O protagonista, fechado sobre si mesmo, encerra um segredo,
grande como ele, e o que começou por uma boa acção ameaça tornar-se - no
segundo e derradeiro tomo - numa complicação de dimensões… gigantescas. Ao seu
redor, colateralmente, o autor, Mikaël , com um traço sóbrio e
semi-caricatural, vai desenrolando outros dramas, humanos, pungentes, que
ajudam a uma melhor definição de tempos e modos, e definem um retrato de
conjunto de uma época que foi terrível mas também grandiosa.
Giant, tome 1
Mikaël
Dargaud Benelux
França, Junho de 2017
241 x 318 mm, 64 p.,
cor, capa dura
EAN 9782505066095
13,99 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas aproveitar
em toda a sua extensão)
Boa história que saiu no l'immanquable!
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