09/07/2017

Traço de Giz (II): Curiosidade



Entre a edição original de Trazo de Tiza, em 1991, e as que se seguiram, Miguelanxo Prado alterou a disposição da mensagem no muro, nas duas vezes que é mostrada.

Na primeira edição as duas mensagens eram sensivelmente diferentes – o que em meu entender podia implicar uma leitura díspar da obra.

 
Tazo de Tiza, edição original

A partir daí a sua uniformização (como correctamente reproduzido na actual edição da Levoir) retirou o que seria (mais) um elemento extra para a interpretação de uma magnífica história.

 
in Tazo de Tiza, edições posteriores

Desconheço qual a razão que o levou a fazer isso; talvez seja mais um mistério associado à minúscula ilha perdida no meio da imensidão atlântica, como um ‘traço de giz’ no azul oceânico…


(clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)

11 comentários:

  1. Não estou a conseguir detectar diferença entre a edição original e as posteriores.
    Estamos a falar do texto em si ou da posição relativa das palavras?
    Consigo ver que a posição relativa das palavras é diferente da primeira para a segunda vinheta, mas acontece igual nas edições posteriores.

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    1. A diferença é que na edição original, a disposição das palavras (o seu alinhamento relativo) muda entre a primeira vez em que são vistas e a segunda vez.
      Exemplificando: da primeira vez o 'Junio' e o 'te amo' estão alinhados à direita; na segunda vez o 'junio' está claramente mais à frente.
      Nas edições postreiores, a posição relativa das palavras não se altera entre as duas vinhetas.
      Na minha interpretação, a versão original poderia indiciar mensagens diferentes...
      Boas leituras!

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    2. Obrigado. De facto as posições são diferentes. Eu tinha-me contentado em verificar que todo o texto ao redor era idêntico :-)

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  2. Pedro, é tocante ver a sua relação de proximidade à obra e história de Traço de Giz. Seria possível saber a sua opinião relativamente à qualidade da recente reedição. Obrigado.

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    1. Caro Antonio.
      Não me posso pronunciar, pois ainda não tive nas mãos a edição impressa. Apenas tive contacto com a versão digital, exactamente graças a essa minha 'proximidade' à obra.
      Se a questão forem os extras, esta edição da Levoir é bastante interessante, porque inclui duas bandas desenhadas posteriores, uma homenagem de Prado a Pratt e uma espécie de epílogo, que foi publicado no número final da (A Suivre), para além de diversos desenhos. Se a questão for a impressão, já referida por outros leitores, não tenho dados para me pronunciar.
      Boas leituras!

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  3. Apesar de já ter a edição da Meribérica (estado novo), comprei esta tb, achei que merecia ter duas edições diferentes.
    Parece-me muito bem em termos de conteúdo e extras.
    A qualidade de papel e impressão tb me parece muito bem.
    Faria esquecer a edição da Meribérica não fosse o tamnanho mais reduzido (essa maldita praga que virou moda). Sendo assim justifica-se totalmente manter as duas edições, a da a Meribérica como a principal, e esta apenas pelos extras).

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    1. Caro Anti-Herói teremos ambos a mesma edição? Comparou bem com a 1ª edição da Meribérica? Os tons demasiado carregados e soturnos parecem-lhe naturais? Já comparou os verdes e azuis da 1ª edição com as manchas quase "petróleo" neste volume? Desculpe o aparte mas, infelizmente, o formato reduzido é apanhas uma das lacunas desta edição, não a única.

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    2. De facto, comparando directamente as cores, na nova edição são mais escuras e mesmo diferentes, não só os verdes e azuis. E de facto na edição da Meribérica as cores são mais naturais, melhores sem dúvida. Não tinha feito uma comparação directa, apenas analisado um de cada vez. Quando analisei a qualidade da impressão, analisei outros aspectos. Por exemplo, muitas edições (pelo menos exemplares) da Meribérica (não esta) apresentavam erro de alinhamento de cores em muitas páginas.
      Isto já tinha acontecido na edição do Mattotti, mas aí não havia outra para comparar. Podiam/deviam ter usado as queixas aí produzidas para corrigir nesta edição.
      É uma pena, já que tanto neste livro como no do Matotti, as cores são um elemento importante da arte do autor.
      Peço desculpa se contribui para uma compra não desejada.
      Este problema acaba por reforçar de forma enviesada a minha conclusão, pelo menos para mim que valorizo os extras: justifica-se ter as duas edições, e a da Meribérica como principal.

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  4. Nos extras finais: "Desenho a lápis e original final da nova capa usada nesta edição",... mas que não tem nada a ver com a capa que foi impressa

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    1. A imagem parece-me exacatamente a mesma, apenas que nestas coleções da Levoir têm o hábito de substituir parte do fundo por uma de 6 cores sólidas (azul, verde, vermelho, amarelo, branco, preto).
      Eu acho isso uma grande asneira, capar a arte original, sem qualquer mais valia.
      Como diria um Diácono, Não havia nexexidade de capar só por xerem as capas...
      Mas neste caso nem reultou tão mal como noutros, o céu azul ficou aceitável, claro que sem nuvens, nem gaivotas nem os lindos tons originais. Mas noutros casos, por exemplo Arte de Voar, o resultado é bem pior.

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  5. Tem sido hábito nas colecções das Novelas ter quase sempre uma cor lisa primária de fundo, como "marca" da colecção se quisermos. Foi a solução adoptada e aprovada pelo atelier que faz o design e pela Levoir e Público. Sempre que se adopta uma solução deste tipo, igual para todos os livros da colecção, há livros que saem beneficiados (estou a pensar por exemplo na Louca do Sacré Coeur na primeira colecção) e outros que perdem. No caso do Traço de Giz, prefiro a versão original, embora a solução apresentada não me choca particularmente).

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