16/11/2018

Dragonero: Orígenes

Complemento

Regressei a Dragonero. Algo inesperadamente, devo dizer, não é esta verdadeiramente a minha praia.
Mas regressei para descobrir - com agrado - que havia vida para lá de A (tal) Primeira Missão. Melhor, que havia vida(s) antes dela.
E que esta aventura ‘inicial’ de Ian e Gmor é uma conseguida introdução a um mundo fantástico, misterioso e desafiante. E, como tal, um bom complemento do livro que a Levoir incluiu na sua colecção Bonelli.
Na origem de Orígenes - é propositado! - está a recorrente base deste tipo de narrativa, passe-se ele na ficcional Erondar, no Oeste Selvagem ou em qualquer outro universo: um perigo maior obriga a juntar uma equipa multi-tarefas para o poder enfrentar - e preferencialmente vencer.
A cada membro - para lá de eventuais discordâncias e choques - pede-se que dê o melhor de si e que complemente os outros para que, onde um falharia, seis - no caso presente - possam ter sucesso.
São eles Ian, ex-militar caído em desgraça e actual agente para missões difíceis, Gmor, o ogre erudito - os dois que a Levoir já nos apresentou -, Alben, o mago que tudo vê e sabe e aglutina a equipa, Ecuba, a monja guerreira que o serve, Myrva, irmã de Ian e membros dos tecnocratas, e Sera, a pequena elfa botânica.
Em Orígenes, perante o recrudescer da ameaça das forças do mal do outro lado da Grande Muralha que divide o território, cientes já dessa ameaça, assistimos aos seus sucessivos recrutamentos, às missões que, separadamente, devem cumprir e, após a reunião de todos, ao confronto final cujo prémio é a salvação - ou a perdição - do mundo de Erondar.
Se a base é conhecida, se as personagens são reconhecíveis - o que não é o mesmo que estereotipadas, embora todas elas sejam, mais ou menos, estereótipos, mesmo que apresentados com características próprias, opiniões díspares e atitudes nem sempre segundo o(s) canône(s) - na forma como é narrada a história está (toda) a diferença.
E Orígenes distingue-se pela sua força narrativa, em que texto e imagem se fundem para proporcionar não só uma conseguida aventura épica, mas também o abrir de uma porta para um mundo imenso, de que conhecemos uma parte ao longo destas quase 300 pranchas de BD, mas onde ainda haverá muito mais por acontecer.
A edição da Panini espanhola, nestasua aposta nas edições Bonelli, é mais uma vez muito boa, com papel de gramagem elevada, uma consistente capa dura e uma muito boa impressão, o que faz realçar quer o belo desenho muito realista de um mundo fantástico, quer as cores vibrantes e muito conseguidas que o vestem.
Se a aposta da Levoir - encarada no âmbito de uma colecção obrigada a gerir número total de páginas e por edição e a equilibrar livros a cores e a preto e branco - fez todo o sentido, a verdade é que descobrir Dragonero desta edição, proporciona inegavelmente uma outra visão e apetência.

Dragonero: Orígenes
Luca Enoch e Stefano Vietti (argumento)
Giuseppe Matteoni (desenho)
Paolo Francescutto (cor)
Panini Comics
Espanha, Outubro de 2018
195 x 259 mm, 320 p., cor, capa dura
25,00 €

(imagens disponibilizadas pelo editora; clicar nelas para as aproveitar em toda sua extensão)

2 comentários:

  1. Caro Pedro, onde conseguimos comprar esta edição em Lisboa? Abraço

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    Respostas
    1. Caro J. Ferreira,
      O meu exemplar veio de Espanha. Em Lisboa suponho que só encomendando através de alguma livraria.
      Boas leituras!

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