Mas regressei para descobrir - com agrado - que havia vida para lá
de A (tal) Primeira Missão. Melhor, que havia vida(s) antes dela.
E
que esta aventura ‘inicial’ de Ian e Gmor é uma conseguida
introdução a um
mundo
fantástico, misterioso e desafiante. E, como tal, um bom
complemento do livro que a Levoir incluiu na sua colecção Bonelli.
Na
origem de Orígenes
- é propositado! - está a recorrente base deste tipo de narrativa,
passe-se ele na ficcional Erondar, no Oeste Selvagem ou em qualquer
outro universo: um perigo maior obriga a juntar uma equipa
multi-tarefas para o poder enfrentar - e preferencialmente vencer.
A cada membro - para lá de eventuais discordâncias e choques -
pede-se que dê o melhor de si e que complemente os outros para que,
onde um falharia, seis - no caso presente - possam ter sucesso.
São eles Ian, ex-militar caído em desgraça e actual agente para
missões difíceis, Gmor, o ogre erudito - os dois que a Levoir já
nos apresentou -,
Alben, o mago que tudo vê e sabe e aglutina a equipa, Ecuba, a monja
guerreira que o serve, Myrva, irmã de Ian e membros dos tecnocratas,
e Sera, a pequena elfa botânica.
Em
Orígenes,
perante o recrudescer da ameaça das forças do mal do outro lado da
Grande Muralha que divide o território, cientes já dessa ameaça,
assistimos aos seus sucessivos recrutamentos, às missões que,
separadamente, devem cumprir e, após a reunião de todos, ao
confronto final cujo prémio é a salvação - ou a perdição - do
mundo de Erondar.
Se
a base é conhecida, se as personagens são reconhecíveis - o que
não é o mesmo que estereotipadas, embora todas elas sejam, mais ou
menos, estereótipos, mesmo que apresentados com características
próprias, opiniões díspares e atitudes nem sempre segundo o(s)
canône(s) - na forma como é narrada a história está (toda)
a diferença.
E
Orígenes
distingue-se pela
sua força
narrativa, em que texto e imagem se fundem para proporcionar não só
uma conseguida aventura épica, mas também o abrir de uma porta para
um mundo imenso, de que conhecemos uma parte ao longo destas quase
300 pranchas de BD, mas
onde
ainda haverá muito mais por acontecer.
A
edição da Panini espanhola, nestasua aposta nas edições Bonelli,
é mais uma vez muito boa, com papel de gramagem elevada, uma
consistente capa dura e uma muito boa impressão, o que faz realçar
quer o belo desenho muito realista de um mundo fantástico, quer as
cores vibrantes e muito conseguidas que o vestem.
Se a aposta da Levoir - encarada no âmbito de uma colecção
obrigada a gerir número total de páginas e por edição e a
equilibrar livros a cores e a preto e branco - fez todo o sentido, a
verdade é que descobrir Dragonero desta edição, proporciona
inegavelmente uma outra visão e apetência.
Dragonero: Orígenes
Luca Enoch e Stefano Vietti
(argumento)
Giuseppe Matteoni (desenho)
Paolo Francescutto (cor)
Panini Comics
Espanha, Outubro de 2018
195
x 259 mm, 320 p., cor, capa dura
25,00
€
(imagens
disponibilizadas pelo editora; clicar nelas para as aproveitar em
toda sua extensão)
Caro Pedro, onde conseguimos comprar esta edição em Lisboa? Abraço
ResponderEliminarCaro J. Ferreira,
EliminarO meu exemplar veio de Espanha. Em Lisboa suponho que só encomendando através de alguma livraria.
Boas leituras!