Em qualquer mercado de BD - mais num mercado de menor dimensão como o português (queiram chamar-lhe mercado ou não…) - o lançamento de uma nova obra é sempre de saudar. Se esse lançamento corresponde a uma nova série, é ainda mais relevante.
Porque
revela confiança da editora.
Porque revela confiança da editora nos leitores.
Porque aumenta a oferta - e (teórica e) consequentemente a visibilidade da edição (de BD) em livrarias.
Hoje, é o caso de Demon Slayer (Kimetsu no Yaiba no original), a mais recente - e mais uma - aposta manga da Devir. Natural, já que é este segmento d(aquel)e (tal) mercado que a editora tem trabalhado melhor, como o comprova o bom andamento das várias séries que tem em curso: Naruto, Assassination Classroom, The Promise Neverland, Blue Exorcist… E, mais ainda, o facto de já ter concluído a edição de algumas: Death Note, Tokyo Ghoul…
...factor este que potencia a confiança dos leitores em que a editora prosseguirá a edição da séruie nova (e das que estão em curso) - o que, naturalmente e por mais voltas que se pretenda dar, está sempre dependente do factor primordial: vendas que justifiquema continuidade (da aposta).
Demon
Salyer,
é uma criação de Koyoharu Gotouge, originalmente publicada na
revista japonesa Jump
Comics entre
2016 e 2020, e conta um
total de 20
volumes.
É a história de Tanjirou, um rapaz dedicado à família a admirado por todos na sua aldeia, que, já órfão do pai, perde a mãe e quase todos os irmãos durante um ataque de demónios, numa altura em que estava ausente. A única sobrevivente é a sua irmã Nezuko, que no entanto parece em vias de também se transformar em demónio.
Se é inevitável uma certa ligação a The Walking Dead - os demónios de Demon Slayer tal como os zombies da série americana de Kirkman e Adlard, comem as suas vítimas, transformando-as em novos demónios ou zombies - as semelhanças não vão muito além desta premissa base já que - pelo menos neste tomo inicial - a acção se centra no treino de Tanjirou para se tornar um caçador de demónios e vingar a sua família.
Para além da sua bondade natural- o que implica um confronto interior para ser capaz de fazer mal a outros seres, mesmo que demoníacos - Tanjirou possui um olfacto hiper-apurado e é movido pelo sentimento de culpa de não ter estado presente quando o ataque aconteceu.
Ao mesmo tempo, tenta proteger a sua irmã - num estado intermédio entre humana e demónio - dos seus potenciais caçadores e daqueles que temem ser suas vítimas.
Escrita e desenhada de forma dinâmica, sem deixar de dotar o leitor do conhecimento necessário para ganhar empatia com o protagonista e ter a percepção suficiente do meio que o rodeia e da situação limite que experimenta, este início tem tudo para agarrar e prender o seu público-alvo adolescente.
Como em qualquer série, a capacidade do autor de a dotar progressivamente de mais consistência e de uma galeria de personagens desafiadora, para além de a diversificar na continuidade, para manter vivo o seu interesse, ditará o seu sucesso ou fracasso.
Demon Slayer #1 Crueldade
Koyoharu
Gotouge
Devir
Portugal, Maio
de
2021
126 x 190 mm, 192
p., pb, capa cartão
9,99 €
(imagens disponibilizadas pela Devir; clicar neste link para apreciar mais ou nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
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