Irritações
‘A prisão não vai te tornar uma pessoa melhor.’Réplica do Inspector Cole a Matt Murdock, in Demolidor #6
Sei que é só uma opinião - embora a minha... - que neste contexto é pouco importante e que não vai mudar nada. Nunca fui leitor de super-heróis; as leituras esporádicas que faço começaram tarde e as (mais) voluntárias cingiram-se aos super-heróis menos super, que é como quem diz o Homem-Aranha, o Batman ou o Demolidor, sem nenhuma ordem especial de citação.
Mas até nas suas histórias há coisas que me irritam - e que geralmente até são extensíveis aos restantes protagonistas dos universos em que se movem.
Uma delas, é a sua interacção com factores completamente estranhos ao seu universo base, se assim posso escrever. Por isso, quando surgem extra-terrestres, seres com poderes místicos ou até demónios tout court (ou mesmo anjos), há irritações incontroláveis que se apossam de mim - para já não falar do insuportável ciclo de constantes mortes e ressurreições.
Por isso, nesta sexta entrega deste longo consulado do Demolidor (geralmente bem) orquestrado por Chip Zdarsky, acho um desperdício perder dois comics - as 44 páginas de uma BD franco-belga normal... - com o ataque de um demónio travestido de Venon, à prisão em que Matt Murdock/Demolidor teima em cumprir pena.
Desperdício, porque atropela e implode uma situação limite que, uma vez aceite apesar da sua forte improbabilidade, até poderia render algumas narrativas interessantes e de grande impacto.
O que na verdade está longe de acontecer, revelando falta de inspiração - de ousadia? - de um Zdarsky que até aqui me tinha agradado bastante.
Fica, como contrapartida - insuficiente - a substituição do detentor do título pela bela Elektra Natchios, na pele - na fantasia, aliás - de uma Demolidora, dividida entre o seu lado mais sangrento e letal e a promessa de contenção feita a Matt. E, porque não acrescentar, a viver a ilusão de poder transformar (mais) uma vítima das ruas, numa versão juvenil sua, em meia dúzia de dias, com consequências que ainda estamos por conhecer completamente.
Obviamente, tudo isto decorre tendo a luta pelo controle da Cozinha do Inferno e as jogadas políticas e criminosas de Wilson Fisk como pano de fundo, como réstea de esperança de que nem tudo muda...
Francamente concordo, estes eventos crossover enfiados a martelo nas revistas de linha são irritantes, mas são imposição da editora, o Zdarsky não tem culpa, fez o que pode, alguns crossovers funcionam melhor do que outros, esta saga do King in Black foi horrível, com um vilão com um visual idiota e acabou de uma maneira rápida e muito simplória, já se tinham acabado as ideias.
ResponderEliminarAgora virou moda "bater" nos tie ins das mega sagas que existem desde a decada de 80 na marvel e dc para quem lia/leu bd desde sempre e ate ja traduziu ou legendou como um certo you tuber. Podem sempre nao ler ou nao os citar se bem que nessa mega saga e na anterior o pior para mim foi o Cabaleiro Negro.
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