“O ano é 1602. À medida que a Era Isabelina se aproxima do
fim, a Inglaterra é abalada por tempestades inexplicáveis e boatos de poderosos
seres inumanos que observam a Terra. Por toda a Europa, heróis e vilões
estranhamente familiares, incluindo Nick Fury, Homem-Aranha, X-Men e Doutor
Destino, são arrastados para um tortuoso plano de traição e perfídia. Um plano
que pode muito bem significar o fim do seu mundo.”
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25/10/2016
17/10/2016
1602
E se o Universo Marvel tivesse começado cerca de 450 anos
mais cedo?
A resposta – uma resposta - inteligente e estimulante, é-nos
dada em Marvel 1602, o volume da Colecção Graphic Novels Marvel que vai esta
semana para as bancas, um dos mais aconselháveis da colecção.
09/08/2016
Fax de Sarajevo
Primavera de 1992. Após a implosão da ex-Jugoslávia, os
nacionalismos adormecidos despertam violentamente e sérvios, croatas, bósnios,
kosovares, montenegrinos… mergulham numa guerra civil sem quartel, só com
culpados, embora com quotas-partes diferentes.
Apanhado no meio de um turbilhão de violência, Erwin Rustemagić,
responsável pela SAF, uma agência de publicação de banda desenhada, recorre ao
fax – única meio de comunicação com o exterior disponível - para contar aos
seus amigos autores – Joe Kubert, Hermann, Martin Ludwig, Hugo Pratt… - o penoso
dia-a-dia que vive com a sua família, entre bombardeamentos, atiradores furtivos,
falta de bens essenciais, todas as arbitrariedades (in)imagináveis, a perda de tudo
o que possuía (incluindo mais de 12 mil originais de BD)…
04/08/2016
Nas bancas: Fax de Sarajevo
Esta semana o volume 8 da colecção Novela Gráfica, Fax
de Sarajevo, de Joe Kubert, relata a história real do seu agente Ervin
Rustemagic, que perdeu a casa e os seus bens, incluindo uma impressionante
colecção de desenhos originais de grandes nomes da BD, durante a guerra da
Bósnia Herzegóvina, quando a sua casa em Dobrinja, nos subúrbios de Sarajevo,
foi bombardeada pelas tropas sérvias. Prisioneiro numa cidade sitiada,
Rustemagic tinha um aparelho de fax como único meio de contacto com o exterior
e foi com base nos faxes que Rustemagic lhe ia enviando, que Kubert pôde contar
a sua história.
22/11/2015
Leitura Nova: Wolverine ORIGEM II
Um novo capítulo do passado misterioso e secreto do homem
que um dia será... Wolverine!
Passaram-se anos desde os eventos de Origem... desde
que James “Logan” Howlett desapareceu para se juntar a uma matilha de lobos, à
procura da paz que só o grande norte gelado, longe da humanidade, lhe conseguiu
dar.
Leituras relacionadas
G. Floy Studio,
Giellen,
Kubert,
Leituras Novas,
Marvel,
Wolverine
17/06/2015
Leitura Nova: Wolverine ORIGEM, vol. Um
A G. Floy lançou no XI festival Internacional de Banda
Desenhada de Beja, estando já distribuído nas bancas e algumas livrarias, Wolverine:
origens, volume Um.
Nota de imprensa e imagens fornecidas pela editora já a
seguir.
15/08/2012
Yossel – 19 avril 1943
Colecção
Contrebande
Joe Kubert
Delcourt (França, Dezembro de 2004)
175 x 260 mm, 124 p., pb, cartonado
13,95 €
Há 60 anos, com a libertação de Auschwitz, o mundo descobria
até onde a bestialidade do ser humano era capaz de o levar. Sem aprender, pois
outras "soluções finais", com mais ou menos requinte e organização,
têm-se repetido até aos nossos dias.
"Yossel – 19 avril 1943" (Delcourt), sobre a vida
no gueto de Varsóvia, mostra também o horror de Auschwitz, através do relato de
um fugitivo, e nele Joe Kubert narra o que teria sido a sua vida, se os seus
pais não tivessem imigrado para os Estados Unidos em 1926, estava ele para
nascer.
Assim, imagina-se Yossel, com 13 anos, em Varsóvia, mas com
o mesmo dom para desenhar demonstrado em "Tarzan", "Sgt.
Rock" ou "Fax from Sarajevo". Talento que o ajuda a sobreviver,
quando o usa para se abstrair da realidade opressiva, para distrair a família
ou os amigos ou até para conseguir favores - obter informações - do ocupante.
Realidade ficcionada, a meio caminho entre a BD e o texto
ilustrado, "Yussel" é todo em traço a lápis, só esboçado,
"porque ao executar os meus primeiros croquis, senti no meu traço um
sentimento de urgência que quis conservar", revela Kubert. Ou porque não
há imagens capazes de descrever um tal horror?
Horror que está latente nesta obra intensa e violenta, que é
mais um documento que não nos deixa esquecer.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 30 de Janeiro de
2005)
14/08/2012
Joe Kubert (1926-2012)
Desenhador de
traço personalizado, duro e agreste, e professor de quadradinhos, Joe Kubert
faleceu no passado domingo à noite.
Natural de
Yzeran, na Polónia, ainda bebé foi levado pelos pais para os Estados Unidos,
onde viria a desenvolver uma notável carreira nos quadradinhos, iniciada logo
aos 12 anos, quando apagava o lápis e passava a tinta as pranchas de outros
autores.
Após
frequentar o High School of Music and Art de Nova Iorque, com 16 anos regressou
aos quadradinhos, trabalhando como assistente de Jack Kirby, entre outros.
Numa
carreira longa e diversificada, na qual se contam passagens por super-heróis
como Flash, Hawkman, Blue Beetle ou Punisher, uma experiência em BD 3D com
Mighty Mouse, tiras diárias de Big Ben Bolt ou mesmo um Tex Gigante para a
editora italiana Sergio Bonelli, a sua criação mais conhecida será, possivelmente, “Sargento
Rock” (1959), um conjunto de histórias bélicas com um certo tom humano,
ambientadas na II Guerra Mundial.
Outro dos
seus projectos foi “Tales of the Green Berets” (1965) (“Boinas verdes” na
versão publicada em Portugal pelo Mundo de Aventuras), uma tira diária sobre as
façanhas dos comandos norte-americanos na Guerra do Vietname, mas que teve
pouco sucesso por ter sido lançada na época de maior contestação àquele
conflito.
Redimiu-se
nos anos 1970 com uma das mais duras e selvagens versões conhecidas de Tarzan
(igualmente divulgada no Mundo de Aventuras), fundando de seguida a Joe Kubert
School of Cartoon and Graphic Art, em Nova Jersey, por onde passaram alguns dos
maiores desenhadores da actualidade.
“Abraham
Stone” (1991), com o seu filho Andy Kubert, “Fax from Sarajevo” (1995), sobre o
inferno vivido pelo seu agente nos Balcãs, durante a guerra civil que se seguiu
ao desmembramento da ex-Jugoslávia, ou “Yossel” (2004), ficção sobre o que
teria sido a sua vida no gueto de Varsóvia, se os seus
pais não tivessem emigrado para os EUA, foram algumas obras de cariz mais
pessoal, que o afirmaram como um dos maiores desenhadores de comics de sempre.
(Versão
revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 14 de Agosto de 2012)
17/11/2010
Batman #88
Panini Brasil (Março de 2010)
170 x 260 mm, 10 4p., cor
mensal, comic-book
O grande salto pra dentro da escuridão
(Nightwing # 151)
Peter J. Tomasi (argumento)
Dough Manke e Shawn Moll (desenho)
Christian Alamy e Rodney Ramos (arte-final)
Hi-Fi (cor)
Inimigo especial
(Nightwing # 152)
Peter J. Tomasi (argumento)
Don Kramer (desenhos)
Jay Leisten (arte-final)
Hi-Fi (cores)
Ameaça final
(Catwoman # 80)
Will Pfeifer (argumento)
David López (desenho)
Álvaro López (arte-final)
Jeremy Cox (cor)
O que aconteceu com o Cavaleiro das Trevas?
(Batman # 686)
Neil Gaiman (argumento)
Andy Kubert (desenho)
Scott Willians (arte-final)
Alex Sinclair (cor)
1. Em revistas com várias histórias, haverá sempre melhores e piores e, para muitos, isso justificará sempre a não compra.
2. Na actualidade, com a certeza de que as melhores histórias acabarão por ser publicadas em formato integral, este é mais um argumento para não as comprar.
3. A facilidade de acesso ao material original, conjugado com o atraso (cerca de um ano) com que ele é publicado no Brasil, havendo a acrescentar-lhe ainda os 6 meses que demora a chegar a Portugal, serve de argumento final para alguns renitentes.
4. Posto isto, cabe perguntar: há então razões para comprar comics em brasileiro no nosso país? Pessoalmente, acredito que sim e, mesmo não sendo este o meu género de eleição (ou talvez por isso, dirão alguns…) confesso que sou cliente mensal de algumas revistas da Panini.
5. No caso concreto, a chamada de atenção deve-se a uma das quatro histórias publicadas neste Batman #88, actualmente nas nossas bancas.
6. Das restantes histórias, a título de parêntesis, chamo a atenção para o final da longa saga da Mulher-Gato contra os vilões Múltiplo e Gatuno, uma história de vingança bem escrita, com suspense e acção e servida pelo belo traço de David e Álvaro Lopez. As outras duas, protagonizadas pelo Asa Noturna, não ultrapassam a mediania, servindo de epílogo à narrativa que conduziu à morte do Batman.
7. E aqui, dentro deste parêntesis, cabe outro: a morte nos universos DC ou Mavel, vale o que vale. Quase nada (narrativamente falando) ou muito (se olhado de um ponto de vista comercial e mediático). Esta, embora de pouca duração, como já se sabe, não foi excepção, havendo – de certeza – outros candidatos a defuntos já a caminho.
8. Mesmo assim, o falecimento do Cavaleiro das Trevas serviu – pelo menos…! – para que o genial Neil Gaiman escrevesse uma bela e nostálgica banda desenhada (que logo no título evoca em simultâneo uma histórica mítica escrita para Alan Moore para o Super-Homem e (na versão brasileira...) a designação que Miller trouxe para o Homem-Morcego na celebrada mini-série “Batman, O Cavaleiro das Trevas”), em que o seu funeral é pretexto para reunir uma série de amigos, conhecidos, admiradores e adversários, todos unidos no lamento pelo sucedido. Uns, pela perda que sentem, outros por não terem sido eles a causá-la.
9. E é durante esse “evento social” que vários se levantam para contarem como o Batman realmente morreu… por sua causa.
10. A primeira, é Selina Kyle, a Mulher- Gato, com uma história de paixão recíproca mas não correspondida na sua dimensão total.
11. Depois, menos credível mas bem mais conseguida e surpreen-dente, o mordomo Alfred Penny-worth, revelando que toda (?) a existência do alter-ego de Bruce Wayne não passou de um enorme embuste.
12. Em ambos os casos, em histórias breves mas consistentes integradas num todo mais longo, Gaiman mostra a sua mestria na construção de uma narrativa invulgar – e, de forma fria, até pouco credível – que passo a passo surpreende e prende o leitor deixando-o suspenso da sua conclusão – no próximo mês, em Batman #89, para quem compra em Portugal.
13. Especialmente, porque o Batman que vai sendo mostrado sucessivamente, tem muito mais de humano e muito menos de mito e do ser (quase) demoníaco que aterrorizou criminosos ao longo de décadas.
14. O que também serve de contraponto a uma certa ambiência mística que perpassa pela história, pois ao longo das suas páginas, o que vai sucedendo é comentado em off pelo próprio Batman – surpreendido por aquilo a que assiste – e por uma mulher misteriosa cuja identidade não foi para já revelada.
15. O tom adoptado, se bem que perfeitamente ajustado a uma narrativa de super-heróis, está entre a homenagem e a nostalgia, com alguns apontamentos de humor que aliviam a tensão neste passeio por alguns dos momentos mais marcantes dos 75 anos que o universo DC já conta.
16. Ao lado de Gaiman, está outro “monstro” dos comics, Andy Kubert, mais uma vez com um trabalho notável, ajustando o traço a cada momento narrativo, que corresponde a momentos específicos e marcantes das várias Eras do Universo DC, quer na multiplicidade de trajes utilizados pelos intervenientes, quer nos estilos gráficos adoptados, quer na forma como vai retratando Gotham City, sem que o resultado final perca coerência ou homogeneidade.
17. Tudo isto obriga a várias releituras para se poder desfrutar das diversas referências (a momentos e a heróis, mas também a criadores e artistas) espalhadas por Gaiman e Kubert ao longo de um relato que – mesmo sem conhecer a sua conclusão – recomendo vivamente.
18. Referências finais para a bem conseguida ilustração da contracapa e para a inclusão de alguns esboços preparatórios de Kubert publicados no final da revista, algo raro a este nível.
170 x 260 mm, 10 4p., cor
mensal, comic-book
O grande salto pra dentro da escuridão
(Nightwing # 151)
Peter J. Tomasi (argumento)
Dough Manke e Shawn Moll (desenho)
Christian Alamy e Rodney Ramos (arte-final)
Hi-Fi (cor)
Inimigo especial
(Nightwing # 152)
Peter J. Tomasi (argumento)
Don Kramer (desenhos)
Jay Leisten (arte-final)
Hi-Fi (cores)
Ameaça final
(Catwoman # 80)
Will Pfeifer (argumento)
David López (desenho)
Álvaro López (arte-final)
Jeremy Cox (cor)
O que aconteceu com o Cavaleiro das Trevas?
(Batman # 686)
Neil Gaiman (argumento)
Andy Kubert (desenho)
Scott Willians (arte-final)
Alex Sinclair (cor)
1. Em revistas com várias histórias, haverá sempre melhores e piores e, para muitos, isso justificará sempre a não compra.
2. Na actualidade, com a certeza de que as melhores histórias acabarão por ser publicadas em formato integral, este é mais um argumento para não as comprar.
3. A facilidade de acesso ao material original, conjugado com o atraso (cerca de um ano) com que ele é publicado no Brasil, havendo a acrescentar-lhe ainda os 6 meses que demora a chegar a Portugal, serve de argumento final para alguns renitentes.
4. Posto isto, cabe perguntar: há então razões para comprar comics em brasileiro no nosso país? Pessoalmente, acredito que sim e, mesmo não sendo este o meu género de eleição (ou talvez por isso, dirão alguns…) confesso que sou cliente mensal de algumas revistas da Panini.
5. No caso concreto, a chamada de atenção deve-se a uma das quatro histórias publicadas neste Batman #88, actualmente nas nossas bancas.
6. Das restantes histórias, a título de parêntesis, chamo a atenção para o final da longa saga da Mulher-Gato contra os vilões Múltiplo e Gatuno, uma história de vingança bem escrita, com suspense e acção e servida pelo belo traço de David e Álvaro Lopez. As outras duas, protagonizadas pelo Asa Noturna, não ultrapassam a mediania, servindo de epílogo à narrativa que conduziu à morte do Batman.
7. E aqui, dentro deste parêntesis, cabe outro: a morte nos universos DC ou Mavel, vale o que vale. Quase nada (narrativamente falando) ou muito (se olhado de um ponto de vista comercial e mediático). Esta, embora de pouca duração, como já se sabe, não foi excepção, havendo – de certeza – outros candidatos a defuntos já a caminho.
8. Mesmo assim, o falecimento do Cavaleiro das Trevas serviu – pelo menos…! – para que o genial Neil Gaiman escrevesse uma bela e nostálgica banda desenhada (que logo no título evoca em simultâneo uma histórica mítica escrita para Alan Moore para o Super-Homem e (na versão brasileira...) a designação que Miller trouxe para o Homem-Morcego na celebrada mini-série “Batman, O Cavaleiro das Trevas”), em que o seu funeral é pretexto para reunir uma série de amigos, conhecidos, admiradores e adversários, todos unidos no lamento pelo sucedido. Uns, pela perda que sentem, outros por não terem sido eles a causá-la.
9. E é durante esse “evento social” que vários se levantam para contarem como o Batman realmente morreu… por sua causa.
10. A primeira, é Selina Kyle, a Mulher- Gato, com uma história de paixão recíproca mas não correspondida na sua dimensão total.
11. Depois, menos credível mas bem mais conseguida e surpreen-dente, o mordomo Alfred Penny-worth, revelando que toda (?) a existência do alter-ego de Bruce Wayne não passou de um enorme embuste.
12. Em ambos os casos, em histórias breves mas consistentes integradas num todo mais longo, Gaiman mostra a sua mestria na construção de uma narrativa invulgar – e, de forma fria, até pouco credível – que passo a passo surpreende e prende o leitor deixando-o suspenso da sua conclusão – no próximo mês, em Batman #89, para quem compra em Portugal.
13. Especialmente, porque o Batman que vai sendo mostrado sucessivamente, tem muito mais de humano e muito menos de mito e do ser (quase) demoníaco que aterrorizou criminosos ao longo de décadas.
14. O que também serve de contraponto a uma certa ambiência mística que perpassa pela história, pois ao longo das suas páginas, o que vai sucedendo é comentado em off pelo próprio Batman – surpreendido por aquilo a que assiste – e por uma mulher misteriosa cuja identidade não foi para já revelada.
15. O tom adoptado, se bem que perfeitamente ajustado a uma narrativa de super-heróis, está entre a homenagem e a nostalgia, com alguns apontamentos de humor que aliviam a tensão neste passeio por alguns dos momentos mais marcantes dos 75 anos que o universo DC já conta.
16. Ao lado de Gaiman, está outro “monstro” dos comics, Andy Kubert, mais uma vez com um trabalho notável, ajustando o traço a cada momento narrativo, que corresponde a momentos específicos e marcantes das várias Eras do Universo DC, quer na multiplicidade de trajes utilizados pelos intervenientes, quer nos estilos gráficos adoptados, quer na forma como vai retratando Gotham City, sem que o resultado final perca coerência ou homogeneidade.
17. Tudo isto obriga a várias releituras para se poder desfrutar das diversas referências (a momentos e a heróis, mas também a criadores e artistas) espalhadas por Gaiman e Kubert ao longo de um relato que – mesmo sem conhecer a sua conclusão – recomendo vivamente.
18. Referências finais para a bem conseguida ilustração da contracapa e para a inclusão de alguns esboços preparatórios de Kubert publicados no final da revista, algo raro a este nível.
09/06/2010
Tarzan: A Origem do Homem-Macaco e Outras Histórias
Joe Kubert (argumento e desenho)
Devir Livraria (Brasil, Maio de 2010)
165 × 240 mm, 208 p., cor, brochado com abas
Tarzan foi um dos heróis que mais me marcou e ao qual ainda volto com prazer – não igual, porque a minha idade, as minhas experiências, a minha mentalidade, a minha própria concepção do mundo, em geral, e da banda desenhada, em particular, são outras – mas, ainda, prazer.
Possivelmente – eu pelo menos acredito nisso – porque o tenha lido na altura certa, quando era capaz de me maravilhar com o seu exotismo, a sua selvajaria, as suas aventuras…
Entre os diversos autores que passaram por Tarzan, dois ouve que me marcaram especialmente, apesar das suas concepções gráficas e narrativas serem (quase) diametralmente opostas: Russ Manning (de traço limpo, imaculado, pormenorizado, anatomicamente perfeito, belo, delicado, se assim o posso definir) e Joe Kubert (com um traço sujo, agressivo, violento, selvagem como Tarzan, os animais da selva e o seu mundo). Mais tarde, descobri (e maravilhei-me plasticamente) também (com) Burne Hogarth, mas já vivia então um tempo diferente…
No Brasil, país onde a indústria (e o mercado) de “quadrinhos” existe(m) e atravessa(m) um bom momento, acaba de sair este tomo com as primeiras histórias de Tarzan feitas por Kubert e são as mesmas que o (para mim saudoso) Mundo de Aventuras publicou a partir de 1975. E que correspondem à origem do homem-macaco, adaptando o primeiro romance escrito por Edgar Rice Burroughs, o “pai” de Tarzan. Uma origem que Kubert, (re)cria de forma violenta, animal mesmo, encenando, possivelmente, o mais selvagem de todos os Tarzan que a BD conheceu, mais próximo dos animais em cujo meio foi criado e sobrevive, do que dos seres humanos a cuja raça pertence.
O traço de Kubert – pormenorizado, eficaz, muito dinâmico – é agreste, intimida quase – vejam-se as cenas em que Tarzan se exalta mais – transporta-nos para uma selva bem mais real (e assustadora) do que a maior parte das versões em banda desenhada da criação de Burroughs.
Com excepção de uma, talvez, onde Kubert foi beber muita da sua inspiração, nalguns casos decalcando poses e vinhetas: a primeira aventura de Tarzan nos quadradinhos, a que Manuel Caldas há poucos meses editou, recuperada e restaurada, da forma que só ele é capaz de fazer.
Curiosidade
- Numa das histórias deste tomo, algumas das pranchas são da autoria de Burne Hogarth.
Devir Livraria (Brasil, Maio de 2010)
165 × 240 mm, 208 p., cor, brochado com abas
Tarzan foi um dos heróis que mais me marcou e ao qual ainda volto com prazer – não igual, porque a minha idade, as minhas experiências, a minha mentalidade, a minha própria concepção do mundo, em geral, e da banda desenhada, em particular, são outras – mas, ainda, prazer.
Possivelmente – eu pelo menos acredito nisso – porque o tenha lido na altura certa, quando era capaz de me maravilhar com o seu exotismo, a sua selvajaria, as suas aventuras…
Entre os diversos autores que passaram por Tarzan, dois ouve que me marcaram especialmente, apesar das suas concepções gráficas e narrativas serem (quase) diametralmente opostas: Russ Manning (de traço limpo, imaculado, pormenorizado, anatomicamente perfeito, belo, delicado, se assim o posso definir) e Joe Kubert (com um traço sujo, agressivo, violento, selvagem como Tarzan, os animais da selva e o seu mundo). Mais tarde, descobri (e maravilhei-me plasticamente) também (com) Burne Hogarth, mas já vivia então um tempo diferente…
No Brasil, país onde a indústria (e o mercado) de “quadrinhos” existe(m) e atravessa(m) um bom momento, acaba de sair este tomo com as primeiras histórias de Tarzan feitas por Kubert e são as mesmas que o (para mim saudoso) Mundo de Aventuras publicou a partir de 1975. E que correspondem à origem do homem-macaco, adaptando o primeiro romance escrito por Edgar Rice Burroughs, o “pai” de Tarzan. Uma origem que Kubert, (re)cria de forma violenta, animal mesmo, encenando, possivelmente, o mais selvagem de todos os Tarzan que a BD conheceu, mais próximo dos animais em cujo meio foi criado e sobrevive, do que dos seres humanos a cuja raça pertence.
O traço de Kubert – pormenorizado, eficaz, muito dinâmico – é agreste, intimida quase – vejam-se as cenas em que Tarzan se exalta mais – transporta-nos para uma selva bem mais real (e assustadora) do que a maior parte das versões em banda desenhada da criação de Burroughs.
Com excepção de uma, talvez, onde Kubert foi beber muita da sua inspiração, nalguns casos decalcando poses e vinhetas: a primeira aventura de Tarzan nos quadradinhos, a que Manuel Caldas há poucos meses editou, recuperada e restaurada, da forma que só ele é capaz de fazer.
Curiosidade
- Numa das histórias deste tomo, algumas das pranchas são da autoria de Burne Hogarth.
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