Sienkiewicz, Schulteiss, Cabanes, Kerac, Tardi, Prado, Boucq, Drager, Zonic, Thomas, Parowski, Polch, Mezieres, Manara, Savitski, Floch, Torres, Gaiman, McKean, Pahek, Mora, Goetzinger, Gibbons, Moebius, Juillard, Bilal
Meribérica/Líber (Portugal, 1991)
220 x 292, 80 p., cor, brochado
A edição recente (em 1991) do álbum “O Muro, antes e depois", vem confirmar mais uma vez o proverbial atraso de que o nosso país sofre. Lançado a propósito da queda do muro de Berlim, por iniciativa de Pierre Christin (argumentista de Bilal e da série “Valérian”) e de Andreas Knigge (director literário das Edições Carlsen, na RFA), este álbum saiu simultaneamente em treze países europeus e nos EUA, há pouco mais de um ano. Ou seja, poucas semanas tinham decorrido sobre o derrube de um dos mais tristemente célebres “monumentos” criados pelo homem. A sua temática era, assim, actual, e a oportunidade do lançamento assinalável a vários níveis. Hoje, “tanto tempo” passado sobre a data, estou (e lamento-o) convicto de que, para muitos, o nome “Berlim” evoca apenas os saborosos pastéis de nata, que há na padaria da esquina…
Apesar de tudo, há que louvar a edição, mesmo apesar do sabor requentado (…) Compilando colaborações de cerca de três dezenas de autores (de um e outro lado do muro) o álbum ressente-se da heterogeneidade dos trabalhos, balançando o seu conteúdo entre o muito bom e o medíocre (para não ser mais severo…). A esta disparidade não será certamente estranho o traquejo as diversas e numerosas oportunidades de que sempre desfrutam os autores ocidentais (alguns dos quais de nomeada) em contraste com a limitações que eram (re)conhecidas aos seus companheiros de Leste, do outro lado do muro. Muro que foi construído para manter essas diferenças; muro que foi derrubado para, teoricamente, as abolir… Teoria que, hoje, quando a evolução das alterações sociais dos ex-países comunistas é conhecida, é questionada e em quase todos os casos, está longe de ser seguida na prática.
E esta +e uma das poucas vantagens que pode ter o atraso da edição lusa: comprovar até que ponto se tornaram realidade as visões pessimistas (ou devia escrever realistas?) de alguns dos artistas. Talvez que, de todos, o mais clarividente tenha sido o alemão Mathias Schulteiss, que nas cinco páginas que constituem a sua banda desenhada pôs na boca dos dois protagonistas muitas das dúvidas (e das críticas) que, a ocidente, se levantaram contra a abolição do muro que, enquanto de pé, apesar de reprovado, fazia já parte do comodismo quotidiano germânico (e não só). As questões que levanta o milionário da história são deveras reais e passaram de certeza pelas mentes de muitos, sendo a visão humanitária (e optimista, quase utópica) da sua companheira, hoje, uma triste e traída esperança.
Pelo mesmo diapasão alinham Mezieres e Manara (que traduz com rara beleza a destruição do sonho). Também com uma visão negativa da destruição do muro, mas esta causada pelo temor (bem oriental) da invasão imperialista ianque, são as BD de Torres e de Dave Gibbons.
Do Leste, onde a 9ª arte se encontra, a julgar pela amostra, bem abaixo do nível ocidental (leia-se francês e espanhol) e bem perto daquilo que (de pior) conhecemos em Portugal (a nível profissional9 o destaque vai para uma interessante obra do jugoslavo Bane Kerak que questiona qual será o futuro dos agora desempregados serviços secretos do Leste… Outra temática comum a mais do que um autor é a interrogação sobre os muros que ficam por derrubar, consumada que foi a queda material da construção de cimento e betão… Moebius, Mora e Goetzinger relembram ou sugerem as diversas barreiras (sociais, políticas, ideológicas) que se levantam a causar separações, quantas vezes mais difíceis de ultrapassar do que o muro que deu origem ao álbum.
Bem mais leves (e ingenuamente?) optimistas são os trabalhos de Sienkiewicz, do jugoslavo Zeljko Pahek e do colectivo leste-alemão Zonic, que anteviam um futuro esperançoso baseado no querer dos povos…
Tardi e Boucq, bem ao seu estilo, são cáusticos e directos.
Para o final, propositadamente, ficaram as três contribuições em que a poesia marca mais forte presença.
André Juillard, com um traço suave e claro, dá-nos a sua visão do novo mundo, se muros de pedra. Ficam os outros…
Prado, com uma breve narrativa ilustrada, plena de sentimentos e emoções, sentida e bem realista, lembra como era possível, cinco dias antes da queda, do lado de lá, perder esperanças e amores, o direito de viver em liberdade e a… vida.
Finalmente, tendo como pano de fundo uma colagem de Dave Mckean, surge-nos um poema do também britânico Neil Gaiman, onde ele conta:
“Quando era pequeno, tive um sonho…
No meu sonho havia uma nota, um tom, um acorde;
e quando surgia esse acorde, caíam todos os muros, em todo o lado. E as pessoas em todo o lado viam…
… O que as pessoas têm por hábito fazer atrás dos muros.
Ninguém mais tinha de se esconder em parte alguma.
Foi nessa altura que acordei. E por isso nunca soube se era bom ou mau não haver muros, algo onde nos possamos esconder e que sejamos livres de ir para todo o lado: sem hipocrisias, sem protecção, sem segredos”.
Há uns meses, um muro, “O” muro caiu. Para que possamos ver. Este álbum foi feito para que possamos relembrar.
Para que não sejamos operários na construção de novos muros.
(Versão revista do texto “O Muro, muito depois”, publicado no jornal O Primeiro de Janeiro, a 7 de Abril de 1991)
09/11/2009
O Muro, antes e depois
As Leituras dos Heróis – Mágico Vento e Poe
(segundo Gianfranco Manfredi*)
Pergunta - Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas de Mágico Vento?
Pergunta – E Poe?
Resposta - Poe lê de tudo, a começar por Edgar Allan Poe, obviamente. Se pudesse ler uma BD contemporânea, acho que “Jonah Hex” lhe agradaria, mas seguramente não perderia por nada os contos de Poe adaptados em banda desenhada por Battaglia.
* Com a preciosa intermediação de José Carlos Pereira Francisco
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06/11/2009
As Leituras dos Heróis – Zagor e Chico
(segundo a humilde opinião de Moreno Burattini *)
Pergunta - Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas de Zagor?
Resposta – Se Zagor lesse BD, obviamente leria “Tarzan” e “Fantasma”.
Pergunta – E Chico?
Resposta - Chico leria o “Pato Donald” e “Mortadelo e Filemão”.
Pergunta - Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas de Zagor?
Resposta – Se Zagor lesse BD, obviamente leria “Tarzan” e “Fantasma”.
Pergunta – E Chico?
Resposta - Chico leria o “Pato Donald” e “Mortadelo e Filemão”.
* Com a preciosa intermediação de José Carlos Pereira Francisco
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BD para ver – Amadora BD 2009, o fim
O Amadora BD 2009 chega ao fim no próximo domingo, numa altura que já se sabe que a edição de 2010 terá por tema “O Centenário da República”.Para os que deixaram para o fim a oportunidade (a não perder) de uma visita ao Fórum Luís de Camões, fiquem a saber que por lá poderão encontrar autores como Batem (desenhador do Marsupilami), Cristina Dias, David Lloyd, (desenhador de V for Vendetta), David Soares, Filipe Andrade, François Schuiten e Benoit Peeters (só no domingo), Gisela Martins, Hugo Teixeira, Javier Isusi, João Mascarenhas, José Garcês, José Ruy, Manuela Cardoso, Mário Freitas, Matthias Lehmann, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, Pedro Leitão, Ricardo Cabral, Rita Marques, Rui Lacas, Zbigniew Kasprzak e Grazyna Kasprzak (dois dos surpreendentes autores polacos cuja obra está exposta no festival).
As Leituras dos Heróis – Pitanga
(Segundo Arlindo Fagundes)
Pergunta - Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas do Pitanga?
Pergunta - Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas do Pitanga?
Resposta – A longevidade média dos heróis de BD obriga, de facto, a admitir que qualquer deles possa vir a tropeçar no relato de uma das suas aventuras. Mas qualquer inventor de heróis que tenha presente o caso do D. Quixote não deixará de se sentir convidado a evitar esse encontro.
Conhecendo o Pitanga, como conheço, estou certo de que ele iria negar tudo o que corre por aí a seu respeito. E eu gostava de não estar por perto nesse momento. Já me basta ter de ouvir o que dizem os outros. Preferia vê-lo a ler "Patinhas"!
Em todo o caso, aqui te deixo uma inconfidência que me chegou aos ouvidos: parece que na escolha das bêdês, como em tantas coisas da vida, o Pitanga se deixa guiar cegamente pelo seu amigo Armando!
Conhecendo o Pitanga, como conheço, estou certo de que ele iria negar tudo o que corre por aí a seu respeito. E eu gostava de não estar por perto nesse momento. Já me basta ter de ouvir o que dizem os outros. Preferia vê-lo a ler "Patinhas"!
Em todo o caso, aqui te deixo uma inconfidência que me chegou aos ouvidos: parece que na escolha das bêdês, como em tantas coisas da vida, o Pitanga se deixa guiar cegamente pelo seu amigo Armando!
Nota: a vinheta - até hoje inédita - que termina este post pertence a “O Colega de Sevilha", a história que marcará o regresso de Pitanga, depois de “La Chavalita” e “A Rapariga do Poço da Morte”, de que Arlindo Fagundes já desenhou 33 das 52 pranchas previstas.
Leituras relacionadas
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Sky Hawk
Jirô Taniguchi (argumento e desenho)
Casterman/Sakka (França, Outubro de 2009)
150 x 210 mm, 288 p., cor e pb, brochado com sobrecapa
Resumo
Dois samurais japoneses – Hikosaburô e Manzô – exilados nos EUA após a restauração de Meij (1868) vivem da caça no território dos índios Crow.
Um dia, um acaso faz com que cruzem o caminho de Running Deer, uma índia que acaba de dar à luz e que é perseguida pelos brancos que a escravizaram.
Após alguns confrontos e uma longa fuga, os dois samurais juntam-se aos guerreiros oglagla, chefiados por Crazy Horse, que admiram as suas peculiares técnicas de combate corpo a corpo – ju-jitsu – e as suas estranhas armas – arco e flechas.
Juntos, irão participar na batalha do Little Big Horn, uma das mais célebres que opôs brancos e índios, e contribuirão para que os peles-vermelhas de Crazy Horse, Sitting Bull e outros grandes chefes, consigam vencer (e matar) o famoso General Custer.
Desenvolvimento
Taniguchi, a quem nos habituámos a ver como talentoso cronista de histórias quotidianas, em meio citadino, humanas e de uma enorme sensibilidade, surge aqui como encenador de um imenso western, em que transpôs (mais uma vez) para os quadradinhos um confronto épico entre brancos e índios (que conforme a sensibilidade de quem conta, alternam os papéis de bons e maus). Com Taniguchi, outra coisa não seria de esperar que serem os índios a lutar pela causa justa, a defesa das suas tradições e dos seus territórios sagrados e seculares, frente ao invasor branco movido pela ganância do ouro.
Um sinal de que esta incursão (surpreendente) por uma temática tão diferente não impediu Tanguchi de salientar princípios e temáticas que lhe são caros: o valor da vida humana, as relações entre eles, a harmonia com a natureza, o que torna Sky Hawk um western envolvente e fascinante, no qual a batalha ocupa apenas umas poucas páginas finais, enquanto que na maioria delas disserta sobre relações humanas e a proximidade do homem com a natureza. E nos mostra como formas de ser aparentemente distantes – o bushido japonês e o código de honra dos índios – podem afinal ter tantos pontos de contacto.
O retrato que Taniguchi traça dos grandes espaços selvagens do Velho Oeste e da forma de vida dos índios é cativante e, por vezes, até entusiasmado, embora perca pela reduzida dimensão da edição
A reter
- A forma como a história evolui, permitindo à ficção acompanhar a realidade histórica.
- O tratamento gráfico dado por Taniguchi à obra, com o seu traço fino, detalhado, vivo, expressivo, que é dinâmico quando a acção o exige, ou mais contemplativo quando a narrativa precisa de respirar.
Menos conseguido
- Se é verdade que o preto e ranço de Taniguchi é excelente, a amostra de aplicação da cor, patente nas 3 primeiras pranchas do livro, permite sonhar como seria belo o livro, se todas tivessem recebido igual tratamento.
Curiosidade
- Segundo Taniguchi, terão sido os japoneses os responsáveis pela introdução do arco e flecha junto dos peles-vermelhas.
- Um western spaghetti aos quadradinhos, narrado por um mangaka japonês é, sem dúvida, mais um sinal da globalização… e possivelmente um exemplo dos caminhos que a BD trilhará – já trilha…? - num futuro não muito distante.
Casterman/Sakka (França, Outubro de 2009)
150 x 210 mm, 288 p., cor e pb, brochado com sobrecapa
Resumo
Dois samurais japoneses – Hikosaburô e Manzô – exilados nos EUA após a restauração de Meij (1868) vivem da caça no território dos índios Crow.
Um dia, um acaso faz com que cruzem o caminho de Running Deer, uma índia que acaba de dar à luz e que é perseguida pelos brancos que a escravizaram.
Após alguns confrontos e uma longa fuga, os dois samurais juntam-se aos guerreiros oglagla, chefiados por Crazy Horse, que admiram as suas peculiares técnicas de combate corpo a corpo – ju-jitsu – e as suas estranhas armas – arco e flechas.
Juntos, irão participar na batalha do Little Big Horn, uma das mais célebres que opôs brancos e índios, e contribuirão para que os peles-vermelhas de Crazy Horse, Sitting Bull e outros grandes chefes, consigam vencer (e matar) o famoso General Custer.
Desenvolvimento
Taniguchi, a quem nos habituámos a ver como talentoso cronista de histórias quotidianas, em meio citadino, humanas e de uma enorme sensibilidade, surge aqui como encenador de um imenso western, em que transpôs (mais uma vez) para os quadradinhos um confronto épico entre brancos e índios (que conforme a sensibilidade de quem conta, alternam os papéis de bons e maus). Com Taniguchi, outra coisa não seria de esperar que serem os índios a lutar pela causa justa, a defesa das suas tradições e dos seus territórios sagrados e seculares, frente ao invasor branco movido pela ganância do ouro.
Um sinal de que esta incursão (surpreendente) por uma temática tão diferente não impediu Tanguchi de salientar princípios e temáticas que lhe são caros: o valor da vida humana, as relações entre eles, a harmonia com a natureza, o que torna Sky Hawk um western envolvente e fascinante, no qual a batalha ocupa apenas umas poucas páginas finais, enquanto que na maioria delas disserta sobre relações humanas e a proximidade do homem com a natureza. E nos mostra como formas de ser aparentemente distantes – o bushido japonês e o código de honra dos índios – podem afinal ter tantos pontos de contacto.
O retrato que Taniguchi traça dos grandes espaços selvagens do Velho Oeste e da forma de vida dos índios é cativante e, por vezes, até entusiasmado, embora perca pela reduzida dimensão da edição
A reter
- A forma como a história evolui, permitindo à ficção acompanhar a realidade histórica.
- O tratamento gráfico dado por Taniguchi à obra, com o seu traço fino, detalhado, vivo, expressivo, que é dinâmico quando a acção o exige, ou mais contemplativo quando a narrativa precisa de respirar.
Menos conseguido
- Se é verdade que o preto e ranço de Taniguchi é excelente, a amostra de aplicação da cor, patente nas 3 primeiras pranchas do livro, permite sonhar como seria belo o livro, se todas tivessem recebido igual tratamento.
Curiosidade
- Segundo Taniguchi, terão sido os japoneses os responsáveis pela introdução do arco e flecha junto dos peles-vermelhas.
- Um western spaghetti aos quadradinhos, narrado por um mangaka japonês é, sem dúvida, mais um sinal da globalização… e possivelmente um exemplo dos caminhos que a BD trilhará – já trilha…? - num futuro não muito distante.
05/11/2009
As Leituras dos Heróis – Jérôme Macherot
(Segundo François Boucq)
Pergunta: Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas de Jerôme Macherot?
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Jérôme Macherot
Sugestão de Leitura – O Gato do Simon
Simon Tofield (argumento e desenho)
Objectiva (Portugal, Outubro de 2009)
210 x 164 mm, 240 p., pb, brochado com badanas
Ainda não cheguei a meio, mas confesso-me rendido ao Gato do Simon Tofield, um misto de gato de carne e osso com (o inevitável) Garfield (ou não fossem ambos felinos).
São divertidos cartoons e sequências desenhadas, num registo que vai oscilando entre o humor negro, o nonsense, a ternura e o completamente inesperado, que narram as aventuras e desventuras de um anárquico e conflituosos gato doméstico sempre faminto, que inferniza a vida ao dono e aos seres vivos (humanos ou não) que o rodeiam e tenta a todo o custo que o anão de pedra do jardim o ajude a pescar peixes, apanhar ratos ou algum dos muitos pássaros que esvoaçam em seu redor.
Objectiva (Portugal, Outubro de 2009)
210 x 164 mm, 240 p., pb, brochado com badanas
Ainda não cheguei a meio, mas confesso-me rendido ao Gato do Simon Tofield, um misto de gato de carne e osso com (o inevitável) Garfield (ou não fossem ambos felinos).
São divertidos cartoons e sequências desenhadas, num registo que vai oscilando entre o humor negro, o nonsense, a ternura e o completamente inesperado, que narram as aventuras e desventuras de um anárquico e conflituosos gato doméstico sempre faminto, que inferniza a vida ao dono e aos seres vivos (humanos ou não) que o rodeiam e tenta a todo o custo que o anão de pedra do jardim o ajude a pescar peixes, apanhar ratos ou algum dos muitos pássaros que esvoaçam em seu redor.
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04/11/2009
As Leituras dos Heróis – David, de “BRK”
(Segundo Filipe Pina)
Pergunta: Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas do David?
Pergunta: Se lesse banda desenhada quais seriam as preferidas do David?
Resposta – Sendo um gajo que tem a mania que é fixe, que tem a mania que está numa fase de mudança, tinha que ser uma cena tipo Homem-Aranha, com aquele género de humor e as suas dúvidas todas. Mas o David não é do tipo de ler BD.
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Astérix 50 anos – Superman
Não, não vou falar do inenarrável “O Céu cai-lhe em cima da cabeça”, mas, ainda na ressaca dos 50 anos de Astérix, apenas quero chamar a atenção para o de todo improvável encontro entre o pequeno guerreiro gaulês com Superman, que teve lugar na revista “Action Comics” #579, na história “Prisioners of Time”, numa homenagem de Keith Giffen y J.M.Lofficier, que pode ser lida integralmente aqui.
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03/11/2009
As Leituras dos Heróis – Lucky Luke
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02/11/2009
As Leituras dos Heróis – Turma da Mónica
(Segundo Maurício de Sousa)
Pergunta - Se lessem banda desenhada quais seriam as preferidas da Mónica, Cebolinha, Cascão e Magali?
Resposta – Pergunte-lhe a ela! Nalgumas coisas não sabemos o que os nossos filhos preferem. E geralmente surpreendem-nos muito! Eu não sei que quadrinhos gostam de ler as minhas filhas Mónica e Magali. Isso tem a ver com o temperamento de cada uma.
A Mónica de papel de certeza ia gostar de bandas desenhadas de aventura e romance; ele é muito romântica. A Magali não, preferiria histórias alegres. Quanto aos meninos, o Cascão ia gostar de BD de aventuras e o Cebolinha de policiais.
Pergunta - Se lessem banda desenhada quais seriam as preferidas da Mónica, Cebolinha, Cascão e Magali?
Resposta – Pergunte-lhe a ela! Nalgumas coisas não sabemos o que os nossos filhos preferem. E geralmente surpreendem-nos muito! Eu não sei que quadrinhos gostam de ler as minhas filhas Mónica e Magali. Isso tem a ver com o temperamento de cada uma.
A Mónica de papel de certeza ia gostar de bandas desenhadas de aventura e romance; ele é muito romântica. A Magali não, preferiria histórias alegres. Quanto aos meninos, o Cascão ia gostar de BD de aventuras e o Cebolinha de policiais.
Mas todos iam gostar da Turma da Mónica Jovem, sem dúvida. Tem sido uma curtição generalizada no Brasil e também em Portugal. Não conheço criança que não curta a sua leitura. É um produto de meia-idade, que agrada dos 7 aos 16 anos!
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A Metrópole Feérica
Terra Incógnita – Vol. 1
José Carlos Fernandes (argumento)
Luís Henriques (desenhos)
Tinta da China (Portugal, Outubro de 20089
210 x 300mm, 88 p., cor, brochado com badanas
Esta é mais um série imaginada por José Carlos Fernandes, que a define como “histórias curtas surreais, que têm em comum cidades ou lugares imaginários”. Imaginários, sim; impossíveis mesmo, quase todos, mas muito próximos da nossa realidade ou de realidades que já conhecemos.
Nelas, JCF expõe alguns dos seus temas recorrentes, explorando à exaustão pressupostos absurdos tornados incomodamente possíveis ou exagerando tiques de modelos governativos totalitários, que provocam sorrisos, mas também fazem pensar até que ponto o controle do indivíduo não pode tornar-se uma obsessão perigosa, num tempo em que a tecnologia existente torna tão fácil ser escrutinado cada instante do nosso quotidiano…
O traço de Luís Henriques, como que dotado de capacidades camaleónicas, metamorfoseia-se de acordo com cada narrativa, em nuances de grafismo, textura, luz e cor, numas realista, noutras quase abstracto, aqui pormenorizado, ali apenas esquemático, às vezes combinando todas aquelas características, outras surpreendendo pela ruptura total com o que fez nas páginas anteriores.
Como no conto final, belo exemplo de planificação apurada, que revisita a bíblica Torre de Babel, explicando o seu falhanço à luz de questões bem portuguesas (oportunismo dos empreiteiros, mão-de-obra (estrangeira) não qualificada, incumprimento dos prazos…) para finalizar com um inesperado volte-face, que faz jus ao humor sarcástico e mordaz de JCF e nos obriga a (re)pensar.
(Versão revista do texto publicado originalmente a 17 de Janeiro de 2009, na secção de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
José Carlos Fernandes (argumento)
Luís Henriques (desenhos)
Tinta da China (Portugal, Outubro de 20089
210 x 300mm, 88 p., cor, brochado com badanas
Esta é mais um série imaginada por José Carlos Fernandes, que a define como “histórias curtas surreais, que têm em comum cidades ou lugares imaginários”. Imaginários, sim; impossíveis mesmo, quase todos, mas muito próximos da nossa realidade ou de realidades que já conhecemos.
Nelas, JCF expõe alguns dos seus temas recorrentes, explorando à exaustão pressupostos absurdos tornados incomodamente possíveis ou exagerando tiques de modelos governativos totalitários, que provocam sorrisos, mas também fazem pensar até que ponto o controle do indivíduo não pode tornar-se uma obsessão perigosa, num tempo em que a tecnologia existente torna tão fácil ser escrutinado cada instante do nosso quotidiano…
O traço de Luís Henriques, como que dotado de capacidades camaleónicas, metamorfoseia-se de acordo com cada narrativa, em nuances de grafismo, textura, luz e cor, numas realista, noutras quase abstracto, aqui pormenorizado, ali apenas esquemático, às vezes combinando todas aquelas características, outras surpreendendo pela ruptura total com o que fez nas páginas anteriores.
Como no conto final, belo exemplo de planificação apurada, que revisita a bíblica Torre de Babel, explicando o seu falhanço à luz de questões bem portuguesas (oportunismo dos empreiteiros, mão-de-obra (estrangeira) não qualificada, incumprimento dos prazos…) para finalizar com um inesperado volte-face, que faz jus ao humor sarcástico e mordaz de JCF e nos obriga a (re)pensar.
(Versão revista do texto publicado originalmente a 17 de Janeiro de 2009, na secção de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
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