25/08/2011

Conan, o bárbaro

Entre a queda da Atlântida e o dealbar da nossa civilização houve uma era de grande violência e de reinos esplendorosos na qual um homem se destacou: Conan, o bárbaro!Natural da Ciméria, forte, musculado, cabelos negros, olhos ferozes, frio, impiedoso, ladrão, pirata, saqueador, assassino, espalhou o medo e o terror com a sua espada, por vezes ao serviço de causas justas, sempre no seu próprio interesse. Juiz e carrasco de monarcas e príncipes, amante de belas mulheres, inimigo de poderosos feiticeiros, chegou mesmo a ser rei.
Tornado famoso pelos quadradinhos nos anos 70, mediatizado pelo cinema uma década depois, quando foi protagonizado por Arnold Schwarzenegger em dois filmes, Conan nasceu muito antes, da inspiração de Robert E. Howard escritor que, com ele, criou o género de “espada e fantasia”, caracterizado por combates violentos e intervenções sobrenaturais.
Natural do Texas, onde nasceu a 22 de Janeiro de 1906, Howard começou a escrever aos 9 anos, profissionalizou-se na escrita aos 15, mas só aos 24 viu o seu primeiro conto publicado, na revista “Weird Tales” - que acolheria a maior parte das suas criações – onde Conan nasceu dois anos depois.
Até se suicidar, em Junho de 1936, a par das aventuras do rei Kull, do aventureiro Salomão Kane ou da guerreira Sonya, escreveu mais de duas dezenas de contos e romances protagonizados pelo bárbaro e passados na Era Hiboriana, num passado pré-cataclísmico, entre o desaparecimento da Atlântida, engolida pelas águas, e a civilização actual que dela não guarda recordações nem vestígios.
Com uma escrita directa e forte, condimentada com violência e sexo, de pura distracção, Howard legou um universo, apesar de tudo credível e bem estruturado no qual a Marvel foi beber nos anos 70, dando uma nova vida e uma nova dimensão a Conan, através de artistas talentosos como Roy Thomas, Gil Kane, Barry Windsor-Smith, John Buscema ou Alfred Alcala que, adaptando as novelas originais ou criando novos relatos, mantiveram altos os níveis de erotismo e violência, o que forçou a sua publicação a preto e branco para contornar o rígido código de censura que regia os quadradinhos americanos.
Em 2004 os direitos de Conan seriam adquiridos pela Dark Horse que continua a publicar as suas aventuras em BD, assinadas por Kurt Busiek e Cary Nord, entre outros.
Conan, aos quadradinhos, estreou-se em Portugal no Mundo de Aventuras, em 1975, tendo algumas das histórias sido depois recuperadas em álbum pela Editorial Futura, tendo passado também pelo catálogo da Devir.
Às bancas nacionais chegaram igualmente diversas revistas brasileiras, a mais recente das quais “Conan, o bárbaro”, da Mythos Editora.
O filme, que hoje estreia, dirigido por Marcus Nispel e protagonizado por Jason Momoa, rachel Nichols, Stephen Lang e Rose McGowan, a julgar pelo que os trailers já mostraram, promete contribuir para cimentar a fama do bárbaro!















(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 25 de Agosto de 2011)

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