Topedro
Ar.Ed (Portugal, 2012)
150 x 230 mm, 60 p., pb, brochado
7,00 €
Este é um relato sobre a(s) memória(s) (da infância…) –
sobre o pouco que recordamos delas… - e sobre a forma como essas vivências –
cujas memórias são escassas… - nos marcaram de forma indelével e fizeram de nós
(quase tudo) o que somos hoje.
Memórias quantas vezes mitificadas, transformadas pelo
passar do tempo e a nossa imaginação, despojadas dos pormenores incómodos ou
então carregadas com o que de mais negativo retivemos.
Memórias, neste caso, associadas a deslocações e viagens: a
pé e de bicicleta, numa primeira parte mais conseguida e sólida – mais emotiva;
depois ao ritmo dos muitos automóveis conduzidos, numa segunda parte mais
etérea, talvez porque mais próxima.
Memórias narradas por António Pedro na primeira pessoa, de
forma directa, com economia de meios, com texto e vinhetas distribuídos de
forma harmónica pelas páginas.
E que, apesar de serem um exercício pessoal, assumem em
paralelo um tom documental pela forma como o percurso do narrador se cruza com
o retrato sequencial deste país em que vive(u), o que possibilita que algumas
dessas memórias – carros a pedais, a casada avó, as visitas à terra, a escola,
as idas à missa, a passagem pela Mocidade Portuguesa, os excessos libertários do pós-25 de
Abril… - sejam comuns a alguns dos
potenciais leitores, em especial aos nascidos nas décadas de 1950/1960.
Por tudo isto e, também porque é tempo de autobiografia no
AmadoraBD,
esta é uma leitura aconselhável de um autor que se tem desdobrado numa ânsia
criativa e na multiplicação de edições próprias, cuja descoberta pode proporcionar algumas boas surpresas.
Um excelente autor do qual tenho tido a oportunidade de ler os seus livros, inclusive "O nome do Pai".
ResponderEliminarComo Pedro Cleto diz e muito bem, na ordem do dia com a temática apresentada este ano pelo "Amadora BD"
Um abraço
Olá Paulo,
EliminarObrigado por esta leitura partilhada!
Boas leituras!