Leitor regular de Tex, em parte para alimentar o fascínio
que o western sempre exerceu sobre mim, aprendi a conhecer as qualidades e
limitações das aventuras do ranger.
No entanto, ao longo dos anos que já levo de seu leitor
poucas foram as histórias que me prenderam e me obrigaram a uma leitura num só
fôlego.
Esse foi o caso de “A tragédia do Trem 809”, actualmente
distribuída em Portugal, que exemplifica bem aqueles que são (talvez…) os dois
factores mais importantes da escrita de Mauro Boselli enquanto argumentista de
Tex e que contribuíram decisivamente para uma certa renovação que conseguiu
introduzir numa série com já algumas décadas.
Mais explicações já a seguir.
Refiro-me aos argumentos consistentes, bem desenvolvidos,
com diferentes ritmos ao longo das páginas em função da forma como o enredo se
desenvolve, e, principalmente, à nota de originalidade que conseguiu introduzir
em muitas das suas histórias, sem qualquer descaracterização da personagem (bem
pelo contrário).
Neste caso, narra o descarrilamento de um comboio
involuntariamente provocado por assaltantes, seguido de uma avalanche de neve
que deixa uns poucos sobreviventes – entre os quais Tex, com um braço partido –
à mercê dos elementos e de seres humanos que desejam a qualquer custo o cofre
que se encontra no interior do comboio.
A necessidade de superação constante, o desafio permanente,
as condições extremas e os perigos sucessivos fazem, por isso, desta história –
em especial da sua primeira metade – um dos grandes momentos da longa saga
texiana que vem a ser escrita há mais de 60 anos.
Boselli (argumento)
Marcello (desenho)
Mythos Editora
Brasil, Janeiro de 2013
135 x 175 mm, 160 p., pb, brochado
R$ 16,40 / 8,00 €
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