Comparando o mercado editorial de BD em Portugal dos anos
80/90 para hoje, muito mudou para além da proveniência geográfica da (maior
parte) das edições.
Os livros acima mostrados são (mais) um exemplo disso.
Mas afinal, o que têm em comum The Walking Dead, O Árabe do
Futuro, Star Wars, Jessica Jones e (/ou) Hora de Aventuras?
Não sendo a editora – que são três: Devir, Planeta e Teorema
-, os autores, a origem geográfica – EUA/França -, a temática ou o formato, o
que sobra?
Algo que há muitos – mesmo muitos! – anos defendo: o sentido
de oportunidade destas edições, a sua colagem a aspectos específicos da
actualidade que podem potenciar a sua venda e mediatização.
The Walking
Dead (Devir), a história de um grupo de sobreviventes de uma epidemia
que transformou quase toda a humanidade em mortos-vivos comedores de carne
humana, tendo que se superar e aceitar as diferenças para enfrentar os zombies (e
outros sobreviventes), surgiu em paralelo com a estreia nacional de uma das
séries televisivas de maior sucesso de sempre. Série televisiva, curiosamente
nascida da banda desenhada que, em Portugal, já leva 14 volumes publicados.

Star Wars em BD
(Planeta), surge também ‘por culpa’ dos ecrãs, o grande do cinema e o mais pequeno
(nem sempre…!) da TV. Saga com décadas (!), viu o interesse por ela recrudescer
por força do sétimo filme da franquia e pela (renovada) aposta, a vários
níveis, feita pela Disney, que actualmente detém os seus direitos.



Pelo que atrás fica explanado, estas edições têm (mais) algo
em comum: potencial para chegar a leitores fora do espectro habitual dos
consumidores de histórias aos quadradinhos, sejam eles os (diferentes) seguidores televisivos
de The Walking Dead, Jessica Jones e Hora de Aventuras, os fãs de Star Wars ou os que procuram em O Árabe do Futuro (mais uma) explicação
para a situação política actual, pontuada por fundamentalismo religioso, choque
cultural e o drama dos refugiados.
São obras que alguns ‘puristas’ da BD desprezarão, que acusarão
de interessar apenas a nichos (de diferente dimensão, claro), mas que, pelo
sentido de oportunidade da sua edição, permitirão, a diferentes níveis,
rentabilizar outras edições, consolidar um trabalho editorial, criar novos
leitores, alargar o número de edições disponíveis e o espaço expositivo
concedido à BD e que com (alguma) facilidade obterão maior mediatização por
parte de meios de expressão que continuam, em muitos casos, avessos à banda
desenhada.
(clicar nas imagens para as aproveitar em toda a extensão e
nas palavras de cor diferente para saber maia sobre os títulos destacados)
Bem verdade o que o Pedro diz. Podemos criticar, nós que já lemos BD à muitos anos e já temos muita "bagagem" e infelizmente existe sempre alguém, mas a verdade é que a diversificação, mas mais ainda o sentido de oportunidade podem fazer maravilhas para trazer não só "sangue novo" como também poder criar novos leitores dos velhos. A coleção Novelas Gráficas são um bom exemplo. Espero que este momentum na BD nacional seja para continuar.
ResponderEliminarUm abraço