Que é como quem diz: Maurício de Sousa aos quadr(ad)inhos.
Outra vez. Pela primeira vez.
Suponho que a estatística não está feita, mas não me custa a
acreditar que Maurício de Sousa é um dos autores - o autor? - que aparece mais
vezes nas suas bandas desenhadas.
Edições como Saiba Mais sobre Estúdio de HQ (uma visita guiada aos seus estúdios, ainda nas bancas portuguesas), Almanaque Temático - Maurício com a Turma (compilação de diversas histórias em que Maurício de Sousa é participante ou protagonista, distribuído no mês passado em Portugal), são apenas dois exemplos recentes, a que se poderia acrescentar a sua Biografia em Quadrinhos, mas a nota distintiva desta edição é que as 25 histórias da vida do autor brasileiro nela incluídas são contadas, em pequenos apontamentos de oito páginas cada, por outros autores (também brasileiros), quase todos da nova geração, que se inspiraram (mais ou menos livremente) em episódios que o biografado foi contando, aqui e ali, ao longo dos anos.
São episódios da infância, da juventude, do início
profissional, da vida em família, da (luta pela) afirmação como autor, da
amizade com grandes criadores - Ziraldo, Pratt, Eisner, Tezuka… - que ilustram
o percurso do autor e do homem e que contribuem para que o leitor se
identifique (um pouco mais) com ele, fortalecendo laços, memórias, experiências
que, desta forma, se tornam (um pouco mais) comuns.
Os estilos gráficos - e, consequentemente, o aspecto de Maurício,
independentemente da sua idade em cada momento - e as opções narrativas, do
explanativo ao humorístico, do terno ao evocativo, do tom familiar ao quase
policial, variam de acordo com as características autorais de cada um, mas o
todo espelha um equilíbrio e forma uma unidade - a que não será estranho o
trabalho editorial prévio e de acompanhamento de Sidney Gusman - que reflecte um
dos principais méritos deste projecto: trazer Maurício de Sousa ‘de novo’ para
a ‘ribalta’, que é como quem diz voltar a entregá-lo - e aos seus heróis - aos seus
leitores.
Porque, no seu conjunto, este Memórias do Maurício, as Graphic
MSP, os projectos MSP 50,
+50 e 50 Novos e Ouro
da Casa, recuperaram um imaginário colectivo que estava (algo)
marginalizado e subapreciado e estão a fazer, em vida, a merecida e justa
homenagem a Maurício de Sousa, pelo que as suas criações representam e significam
há mais de meio século para gerações de brasileiros - e de portugueses - com
uma (quase) unanimidade (sincera, não forçada) que realça ainda mais a
importância do homem e do autor, ‘pai’ de Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali,
Horácio, Bidú, Franjinha, Tina, Piteco, Chico Bento, Penadinho e tantos - tantos… - outros.
Nota final
Em tempo útil voltarei ao tema, mas espero que a (nova) distribuição
da colecção Graphic MSP em Portugal que, segundo anunciado, se inicia este mês
com Astronauta:
Magnetar e prossegue em Novembro com Piteco: Ingá, possa vir também a contemplar este Memórias do Maurício bem como os outros
projectos atrás citados.
Samanta Flôor, Herbert Berbert, Fábio Coala, Gustavo Borges, Lu
Cafaggi, Vencys Lao, Sandro Hojo, Thobias Daneluz, Danilo Beyruth e Cris Peter,
Laudo Ferreira Jr. e Omar Viñole, Artur Fujita e Davi Calil, Eduardo Schaal, Eduardo
Damasceno e Luís Felipe Garrocho, Vitor Cafaggi, Eduardo Ferigato, Eduardo
Medeiros, Spacca, Julio Brilha, Guilherme Petreca, Flavio Luiz, Adriana Melo, Magno
Costa e Marcelo Costa, Shiko, Erica Awano e Alex Shibao (argumento/desenho/cor)
Gustavo Duarte (capa)
Panini Comics,
Brasil, Agosto de 2016
Brasil, Agosto de 2016
195 x 280 mm, 212 p., cor, capa dura
R$ 140,00
R$ 140,00
(clicar nas imagens para as apreciar em toda a sua extensão; clicar nas palavras de cor diferente para saber mais sobre as obras destacadas
Será que essa "nova" distribuição... significa que os livros vão finalmente aparecer em pontos de venda que permitam que sejam comprados?
ResponderEliminarInfelizmente suponho que serão distribuídas nos locais habituais...
EliminarHá que estar atento!
Boas leituras!
Ainda bem que vai haver nova distribuição das Graphic Novels. na altura da distribuição do Magnetar eu vi-o à venda, não o comprei e depois quando queria, já não havia...então, venha ele!
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